Um artigo publicado na Revista Semanal "Visão", relacionado com os 35 anos da publicação do livro do General Spínola, "Porugal e futuro", acendeu uma polémica entre os camaradas combatentes da Guerra Colonial, especialmente entre os tertulianos da Tabanca Grande do blogue "Luís Graça & Camaradas da Guiné".
Com a devida vénia ao blogue, publicamos alguns enxertos do que ali foi escrito.
Visão nº 833, de 19 a 25 de Fevereiro de 2009 > Artigo de Luís Almeida Martins, "Portugal e o passado" (pp. 50-51). O nosso camarada Vasco da Gama, ex-Cap Mil da CCAV 8351 (Cumbijã, 1972/74), não gostou do que o jornalista escreveu, a propósito do quotidiano da guerra colonial:
Este é o parágrafo do descontentamento:"Principiada em Angola em 1961, a guerra colonial na sua nova faceta menos tribal e politicamente mais organizada estendera-se à Guiné em 1963 e a Moçambique em 1964. Não de tratava de uma guerra de frentes, mas de uma intrincada sucessão de acções de guerrilha, difícil de travar e desafiadora de qualquer planificação eficaz. Raramente havia combates frontais, sendo as explosões de minas e os acidentes de viação as principais causas das baixas entre as tropas portuguesas, que recorriam à concentração das populações em aldeias estratégicas, ao uso de napalm e até mesmo aos massacres como armas ditadas pelo desespero."...De imediato no blogue várias vozes se ergueram para responder à afronta, entre elas a do próprio Luís Graça, co-editor:
"Que imagem vamos passar aos nossos filhos e netos? “Nós fomos combatentes, não fomos assassinos!" – parece ser a reacção natural de qualquer um dos nossos camaradas que são veteranos da guerra da Guiné, e que partilham os valores consagrados no nosso blogue...
Por sinal, por ironia, por coincidência ou não, o artigo da Visão, evocativo dos 35 anos do livro do Spínola, "Portugal e o Futuro", surge na mesma semana em que camaradas generosos e solidários como o António Camilo (Lagoa), o José Moreira (Coimbra) ou o Xico Allen (Matosinhos / Porto), e mais umas dezenas de outros, ex-combatentes na sua maioria da guerra colonial, seguem, por terra, em caravana, a levar ajuda humanitária a (e a matar saudades de) um povo que nós consideramos irmão...
Que me perdoem os jornalistas portugueses, mas eu não vi a grande imprensa (rádio, televisão, jornais) – com excepção de alguns jornais regionalistas, como o Diário As Beiras, de Coimbra – a dedicar um bocadinho da sua preciosa atenção a esta expedição humanitária nem aos seus preparativos, aos meses e meses de trabalho, anónimo e voluntário, e que exemplifica bem o que é o melhor do povo português, o seu sentido de nobreza, compaixão, generosidade, ecumenismo e solidariedade. Andamos todos distraídos com a crise... (que é sobretudo de valores!)
PS - Não posso esquecer aqui o Carlos Fortunato, o Carlos Silva e o resto da malta da Ajuda Amiga (da região de Lisboa), que seguem de avião este fim de semana, a caminho de Bissau, também em missão humanitária e turismo de saudade. Para todos eles, que são os melhores d todos nós, aqui vai um Alfa Bravo do tamanho deste pequeno grande Portugal.
Amigos e camaradas, "partam mantenhas" com aquele povo gentil que não guarda ressentimentos nem ódios do tempo em que nos combatemos uns aos outros, portugueses e guineenses contra outros guineenses (mas também contra alguns portugueses, alguns cubanos, alguns caboverdianos)..."
E para a Revista "Visão":
"Caro director da Visão:
Sou leitor, de longa data, da Visão e editor do blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné. Fui objectivamente um combatente do exército colonial português, comandei soldados fulas. Fui actor crítico e testemunha atenta. Sofri violentas emboscadas, no mato, com algumas dezenas de baixas (entre mortos e feridos graves). Tive acidentes de viação em acções militares. Voei, com a minha GMC, debaixo de uma mina anticarro. Fizémos e interrrogámos prisioneiros. Aprisionámos população civil do PAIGC...É pena que o Luís Almeida Martins (que assinou o artigo 'Portugal e o passado' da Visão, nº 833, de 19 a 25/2/09), não tenha tempo, ao menos, de visitar, de vez em quando, o nosso blogue... Sabemos do que falamos, não sei se o jornalista sabe do que fala... Refiro-mo à experiência de guerra, vivida, no TO da Guiné, o nosso Vietname... Se calhar nem tem que saber, para falar do Spínola, que já morreu e já faz parte da nossa história... Agora o jornalista não pode confundir combatentes com assassinos. Atenciosamente,
Luís Graça"
Também um dos Co-editores do blogue, Virgínio Briote escreveu:
"Compreendo bem o que vos vai na alma. Quem deu o corpo e a alma por aquele Portugal de então, a troco de cigarros e cerveja (e uísque, para os mais favorecidos), sente-se ofendido, no seu mais íntimo, por tão apressada crónica.E, no entanto, a opinião do Luís Almeida Martins, embora muito à tona (duas páginas também não davam para muito mais e, ainda por cima, com marcianos no filme), não me parece totalmente incorrecta. Massacres e acidentes de viação, são, na referida crónica, os aspectos mais discutíveis.Massacres, é a palavra que mais nos dói e é injusta, felizmente, para a grande maioria de nós. Mas houve-os, comprovadamente. Para referir apenas dois: o assassinato dos "majores" e acompanhantes, no chão Manjaco, na Guiné, e o "Wiriamu", em Moçambique, ocorreram.
Luís Cabral, Aristides Pereira e Pedro Pires referiram-se a esse facto com uma frase simples: era guerra, tratava-se de guerra.O alferes de "Wiriamu", acidentalmente cmdt da CCmds e responsável pela operação, confessou-o para as câmaras. Pediu perdão às vítimas. Senti-me envergonhado quando o ouvi descrever como tudo se processou. Um jovem de 20 e poucos, com a mesma idade dos seus camaradas, com um historial de baixas na companhia... compreendi-o, mas confesso-vos que não fiquei orgulhoso.
Foram casos que não fazem exemplo, dirão muitos e eu também, mas existiram vítimas. Embora raros, casos desses fazem parte da guerra. E a guerra é um charco, quanto mais nos metemos nele, mais sujos ficamos.Que as baixas eram mais devidas a minas fortuitas e a acidentes de viação... Não posso falar por Moçambique nem por Angola. O tipo de guerra era similar, diferentes eram o IN, as características do território e as populações. Da Guiné, temos, entre nós, infelizmente, gente mais habilitada para falar de como o IN se comportava no terreno. Apenas acrescento: é verdadeiramente invulgar que, sujeitos a uma guerra a sério, com testemunhas que, ainda hoje estão vivas e que trazem no corpo as marcas da luta, os INs de então sintam uns pelos outros uma compreensão e amizade tão grande.Acima de tudo, da crónica do Almeida Martins, o que ressalta, para mim, é que reflecte a visão dos que têm, acima de tudo, privilegiado a chamada opinião politicamente correcta, a de que aqueles povos estavam submetidos a uma ocupação, que, embora histórica, lhes parece ilegítima.
Massacres só houve de um lado, pelo que depreendo da crónica. Não é novidade, é uma opinião recorrente, temo-la ouvido estes anos todos. E têm todo o direito, como qualquer um de nós, de expressar o seu ponto de vista.
Diferente, para mim, é que, no seu afã de defenderem ou justificarem esse ponto de vista, deixam passar para último plano o que de melhor Portugal tem tido ao longo da sua História, os seus Soldados. Foi com eles que este pequeno País se fez e se tem mantido, há quase mil anos.
Mas este Portugal, da pena do articulista de que estamos a falar, é o que estamos a viver. Não sei é se há muita gente que gosta dele. Eu não.
Um abraço do Briote"
Outro camarada que fez chegar a sua posição ao blogue foi Joaquim Mexia Alves, que se transcreve:
"Caros Camarigos
Não sei quem é o sr. Luís Almeida Martins e nem me interessa!Quando as coisas me tocam cá por dentro, confesso que me irrito, será lá o tal “stress da guerra” como já me disseram, e respondo desabridamente.Hoje neste país qualquer sujeito escreve nos jornais e revistas porque tem umas ideias sobre umas coisas e vai daí decide expor as suas teorias.É verdade que muitas baixas foram devidas a acidentes, não só de viação, mas de armas de fogo, mas com certeza e também de emboscadas e ataques e flagelações.
Reduzir a guerra a umas bombas de napalm e a umas aldeias montadas por nós, é de quem não faz ideia do que está a dizer, nem faz ideia do que se passou."massacres como armas ditadas pelo desespero."... Será o desespero de quem escreve uma merda destas.Não seria grave para mim, pois quem escreve tal coisa apenas merece a minha total indiferença, mas nós temos filhos e netos e esses têm obrigação de saber que nós não andámos numa “guerra do Raul Solnado”.Não vou escrever para a Visão, porque “tão ladrão é o que vai à vinha como o que fica a vigiar”, ou seja, aquela revista há-de ter um director que tem por obrigação dar um mínimo de credibilidade àquilo que na mesma é escrito.
Mas não tenham dúvidas, meus camarigos, isto faz parte de uma “estratégia”, agora que começou a falar-se mais nos ex-combatentes.Dêem a vida pela Nação, mas não chateiem! Há dinheiro para almoços e jantares, prémios de administrações e quejandos, mas não há para os desgraçados que andaram por África a combater.Sabem porquê? Porque eles afinal não estiveram na guerra, não houve combates frontais, foram apenas baixas de acidentes e minas!!!!Não peço nada para mim, mas exijo para aqueles que ainda não dormem e têm os seus sonhos povoados de gritos e explosões, para aqueles que ainda não conseguem dominar as suas irritações, para aqueles que ainda não conseguem ter uma vida familiar estável.Estes “escritores” não merecem o meu desprezo!
Abraço a todos camarigos e levantemo-nos decididamente, porque todos não somos demais para lutar por aqueles que tendo estado connosco ainda precisam da nossa ajuda.
Joaquim Mexia Alves"
O Editor deste blogue efectuou o seguinte comentário:
"Caros Companheiros da Grande Tabanca
Como disse Jesus ao ser pregado na cruz, eu digo perdoai-lhes Senhor, porque eles não sabem o que fazem (o que dizem, o que escrevem) e perdoai-lhes, porque eu não! Não, porque já não tenho idade e paciência para certos senhores da nossa praça que escrevem e falam do que não sabem, do que não viram, do que não viveram, do que sentiram os que por lá tiveram de combater. Num parágrafo resume-se quase 13 anos de guerra e 8 mil e tal mortos.
Nós não queremos ser heróis, mas alguns julgam-se importantes, de certeza unicamente em firmamento próprio, porque alguém lhes dá espaço, reserva, para omitirem as opiniões, mesmo que lamentavelmente erradas. Não só pelos mortos, não só pelos estropiados e feridos no corpo e na alma, mas também por todos aqueles que fizeram a guerra, voltaram e têm contribuido de forma decisiva para que este país se tenha levantado. Pelos milhares de combatentes vivos é tempo de se exigir CORRECÇÂO e VERDADE, por aqueles que se sacrificaram, que deram o melhor tempo das suas vidas - mesmo o não querendo - pela pátria. Basta de ilusionistas, de encantadores com balões coloridos, de escribas opinadores do que não sabem. Quem não sente não é filho de boa gente! É o que diz o ditado - a voz populi.
Mesmo que a Dignidade dos Combatentes não lhes convenha, esta, juntamente com a Verdade é como a Justiça, não se pede, exige-se!
Um abraço a todos aqueles que ainda têm a postura cervical direita e sabem honrar a memória e o espírito de todos aqueles que, mesmo em condições extremamente difíceis, souberam manter um elevado espírito de moral combatente e dignificar o ser soldado português.
Luís Dias"
Sobre este tema uma excelente resposta do Vasco da Gama, bloguista tertuliano:
"Sr. Jornalista (*)
Antes que se digne responder a alguém do nosso blogue e, se tiver postura moral para tal, faça-o em sentido, pois toda esta malta que ronda os sessenta anos, são os velhinhos da geração mais sacrificada de Portugal a quem portanto o sr. jornalista, os srs. governantes, os srs. banqueiros, os srs. políticos em geral, e os outros srs. que por aí pululam, devem o maior respeito! Não sei o seu nome, não sei a sua idade, mas de uma coisa eu tenho a certeza: não pertence à minha geração. Vª. Exª., como eu detesto a palavra Vª.Exª., não sabe sequer o significado da palavra solidariedade, difícil de escrever, difícil de ler e ainda mais difícil de praticar, mas que é apanágio e privilégio da minha geração que combateu na Guiné! Vª Exª não confunda regimes políticos nem cabos de guerra nem exageros pontuais, com os combatentes da Guiné, nem com a guerra que travámos.Vª Exª não pode afirmar que a maior parte das baixas se deveram a desastres de viação ou ao rebentamento de minas.Vª Exª não pode ignorar as centenas e centenas de mortos em combate.Vª Exª. não pode ignorar as centenas de deficientes que a guerra colonial provocou.Vª Exª não pode ignorar os lares desfeitos pela guerra.Vª Exª não pode ignorar o sofrimento de muitos de nós, onde eu me incluo, que ainda hoje acorda pela madrugada dentro aos gritos, julgando estar no inferno da Guiné.
Exijo que Vª Exª se curve perante a memória dos mortos em combate da Companhia de Cavalaria 8351 que eu comandei na Guiné (**);exijo que Vª. Exª. respeite os mortos da minha Companhia que, feridos em combate, vieram a falecer em Portugal;exijo que Vª Exª. respeite os meus camaradas que não resistindo aos pesadelos do pós – guerra se vieram a suicidar;exijo que Vª Exª respeite toda a minha geração de combatentes da Guiné: O vento sopra a nosso favor, pois sabemos para onde ir. Estive, como outros camaradas, para ignorar o seu escrito, mas ignorar os factos não os altera, por isso erguendo as mãos ao céu exclamo: Que Deus nos proteja dos medíocres! Queria ainda dizer a Vª Exª que camaradas meus chegarão dentro de dois dias àquele país onde lutaram – A Guiné Bissau - , numa missão humanitária de auxílio às crianças do povo irmão! Que linda reportagem daria se jornalistas como Vª Exª. se interessassem por tais eventos… O vosso silêncio a este respeito ficará para outra altura…
Para todos os meus camaradas e amigos da Guiné, um pequeno poema [de Pablo Neruda] :
Sê,
Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.
Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol,
Sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.
Pablo Neruda
Nós fomos, camaradas da Guiné!
Um abraço fraterno do Vasco da Gama"
Sobre esta resposta L. Dias comentou no blogue:
"Já manifestei noutro comentário a minha indignaçao pelo que a "Visão" publicou. Agradeço-te a forma pujante e firme que utilizas no teu texto para defender a Dignidade dos Combatentes.
Honra e Dignidade, assim ela existisse em quem nos pretende ofender.
Um Bem Hajas
Luis Dias"
A jornalista Diana Andringa publicou um post no blogue sobre este assunto que ainda veio a incendiar mais os camaradas combatentes:
"Luís,
Não irá sendo altura de deitares um pouco de água na fervura que vai pelo vosso blogue em relação aos jornalistas? Sabendo como é doloroso o tema em causa, parece-me que estão a ferver em pouca água.Como bem sabes, a imagem que passarão aos vossos filhos e netos será a que quiserem que seja. A Comunicação Social não altera o conhecimento directo que cada um tem da realidade. O mais natural é que a imagem que passem seja “O meu pai (o meu avô), na juventude, teve de participar (ou participou) na guerra travada nas antigas colónia portuguesas. Foi para a guerra por que acreditava que ia defender a Pátria (ou por que foi obrigado, ou por que não teve outra hipótese). Aquilo foi muito duro! Com vinte anos corriam o risco de morrer, viam morrer camaradas, às vezes matavam outras pessoas... Quero crer que não cometeu nenhum crime de guerra, mas, às vezes, confrontada com o perigo, ou com a dor da morte de um amigo, uma pessoa faz coisas de que mais tarde se arrepende... E, afinal, o país veio depois a concluir que a guerra não tinha razão de ser, que Portugal devia ter dado a independência às colónias quando os outros deram.
E se calhar, eles, os soldados, foram os que mais se alegraram com o 25 de Abril. Aliás, agora, ele até tem amigos entre os que combateu. Temos sorte, nós, em não termos um governo a mandar-nos para a guerra.”
Esta é, aliás, creio, a imagem que fazem dos combatentes a maioria dos jornalistas. Mas isso não os pode impedir de, ao falarem da guerra, referir os crimes de guerra que foram cometidos (e foram) e condenar a política seguida por Salazar e Caetano. Não o fazem, no entanto, com o intuito de ofender os combatentes. Quando criticas o facto de a caravana humanitária ter sido pouco referida nos jornais também não estás a querer atacar os jornalistas, pois não?Quanto ao vosso sofrimento – tão referido sempre em contraponto aos trabalhos jornalísticos – é óbvio que nenhum jornalista o conta como cada um de vós gostaria de contá-lo. Seja qual for o tema sobre que se escreva, haverá sempre alguém a dizer que “não foi exactamente assim”. É por isso que o vosso blogue é tão importante.Não tendo nenhuma procuração para falar por outros jornalistas, não posso também deixar de lembrar que já houve reportagens sobre algumas dessas viagens de antigos combatentes à Guiné. (Pessoalmente, como sabem alguns bloguistas, só por problemas de produção não acompanhei a ida de um desses grupos.) E que perguntar ao Joaquim Furtado se fez a guerra, num debate sobre a série A Guerra, é um pouco como pretender que, para escrever sobre o cancro, tem de se ter tido um, ou que não se pode escrever sobre o abandono escolar se se completou um curso universitário.
Abraço, Diana
PS - O Almeida Martins é um bom jornalista, um profissional sério – e foi, parece-me, mal interpretado.Também senti como injustas algumas das críticas quando As 2 Faces da Guerra passou na RTP. Entendi que não devia alimentar discussões. Mas agora não sei se fiz bem. (...) ."
Luís Graça respondeu à Diana Andringa:
"Cara amiga:
Agradeço as tuas palavras e o teu apelo à serenidade. Já recebi também o comentário do jornalista em questão, Luís Almeida Martins, um homem de resto da nossa geração e da geração do Afonso Praça (um antigo combatente, em Angola, que eu conheci e estimei, como jornalista de O Jornal). Irei publicar a resposta do Luís Almeida Martins no fim de semana, com um comentário (final) meu.
Não seria saudável prolongarmos este clima de tensão no blogue. Não creio, aliás, que o nosso blogue tenha vocação para provocar e alimentar polémicas. O nosso blogue é uma estrada, aonde afluem viajantes de diferentes tempos e lugares. É um caminho, plural, feito de muitas picadas, trilhos de floresta, rios e braços de mar. Somos um grupo de pertença, mas o nosso único denominador é a Guiné e os verdes anos que lá passámos (ou deixámos). Como tu muito bem dizes, o nosso blogue é importante por que o essencial da sua matéria-prima não são as notícias nem sequer os documentos, mas o vivido, as memórias, a experiência pessoal, única e intransmissível.
Somos todos pessoas civilizadas. E responsáveis. Todos reconhecemos que a emoção nem sempre é boa conselheira. E que as memórias da guerra, desta guerra, são um caixa de Pandora. Muitos dos meus camaradas que aqui escrevem não são, contudo, profissionais da palavra. Quero com isso dizer que não têm necessariamente o domínio da arte de comunicar. Tu sabes, melhor do que ninguém, que se pode ferir e até matar com as palavras (por exemplo, o assassínio de carácter). A propaganda é uma forma de comunicação. O communicare (do latim, pôr em comum) não é fácil. Nem é natural. Nem é neutro. Rio-me quando eu próprio falo, em sessões de formação, na comunicação assertiva. É a maior treta que impingimos às pessoas nas organizações. As nossas comunicações tresandam a emoção e às vezes a manipulação. Como já tenho aqui dito e redito, nós não fazemos, no nosso blogue, nem jornalismo nem historiografia. Não competimos nem com os jornalistas nem com os historiadores. Queremos apenas contar as nossas histórias uns aos outros. E arrumá-las, por séries temáticas. O que também não é fácil...Por isso também fazemos blogoterapia.
Temos posto camaradas da Guiné a falar, em voz alta, do passado, coisa que eles não faziam há muitos, muitos anos... Não somos um comunidade terapêutica, não somos um grupo de autoajuda, nenhum de nós está doente ou em reabilitação. Mas a verdadade é que somos veteranos de guerra, quer se goste ou não do termo. Ex-combatentes, dizem outros. E esse é um traço de união. O passado que partilhámos, no teatro de operaçõeas (TO) da Guiné, é o nosso traço de união. Talvez o único, para além da circunstância da sermos concidadãos, portugueses, falantes da língua portuguesa...Não te sei, dizer, Diana, se eu próprio e os meus camaradas fervemos em pouca água... Não é habitual. Costumamos cultivar a contenção verbal. E ainda temos o velho hábito, dado pela disciplina militar, de pôr a G3 em posição de segurança. Não puxamos facilmente pela G3. Mas não quero, ainda para mais na pele de editor deste blogue (que também sou, com o Carlos Vinhal e o Virgínio Briote), fazer um juízo de valor acerca das nossas reacções ao texto (ou melhor, ao parágrafo) do Luís Almeida Martins que, ele próprio, achou repentinas e até despropositadas. Eu aliás, alertei para o risco de se tomar a árvore pela floresta, pelo que aconselhei a leitura na íntegra do artigo.
É sempre possível sermos mal interpretados. Temos, nós próprios, essa experiência no blogue.Sou editor, mas não sou juiz. Deixei fluir a palavra, as nossas palavras, evitando apemas o anonimato, o insulto e o excesso verbal. Há comentários que estão no downstairs do blogue que eu não trarei à superfície, mas que também não vou eliminar. Excessivos ou não, foram ditados pelo calor da batalha (que, desta vez, é ou foi felizmente apenas verbal).
Deixa-me, por fim, dizer-te que não nego, bem pelo contrário, valorizo e defendo o papel do jornalismo (seja de opinião, de notícia ou de investigação). E por isso é que é tão preciosa, para mim, pelo menos (e seguramemte para todos nós), a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão.Tu sabes a força que têm as palavras, as imagens e outros signos. A força da comunicação (social). Os jornalistas não podem, por seu turno, ficar surpreendidos, muito menos melindrados, com as reacções, às vezes aparentemente intempestivas e até injustas, dos seus leitores. São os ossos do ofício de quem escreve e publica, de quem se expõe e dá a cara...Quando há conflito entre duas partes, o problema nunca está no A ou no B, mas na sua relação A/B. Aqui houve tão apenas um problema de comunicação. Não está em causa um jornalista, que até deve ser uma pessoa estimável e estimada. (Embora eu não o conheça pessoalmente, leio-o há anos; não nenhum novato em bicos de pé, à procura da glória e da fama). Não estão sequer em causa os jornalistas. Não vamos diabolizar ninguém, muito menos os jornalistas. Estão em causa, às vezes, os nossos processos de percepção e de comunicação.
Obrigado, Diana, pela tua tentativa de ajuda na melhoraria do processo de comunicação entre todos nós, os amigos e camaradas da Guiné."
O jornalista em causa, entretanto, respondeu por mail a camaradas:
"...Amigos leitores,
Se volta a responder-vos é porque sinto que a questão não está esclarecida, como gostaria.
A minha intenção foj exactamente mostrar às gerações jovens como a guerra foi terrível. Reparem como insisto no número de mortos e de incapacitados. A intenção básica do texto é essa. A guerra em África foi o grande tema nacional dos meados do século XX. É claro que não entendo – nunca entendi – que tenha sido uma «guerrazita».
Respeito sinceramente todos os ex-combatentes. Repito que eu próprio só não o fui por acaso.
Não julgo que seja necessário reafirmar a vossa dignidade contra ventos e marés: ela existe em si mesma. Mas se quiserem fazê-lo, escolham outro alvo, que não eu. Tenho-me esforçado exactamente para colocar a guerra colonial na sua exacta posição. Aliás, tenho escrito mais vezes sobre este e outros temas afins. Sem sectarismos nem partidarismos. Nunca fui sectário, nem tenho partido.
Só que desta vez decidi aludir também, de forma brevíssima, a algumas das facetas que esse conflito assumiu, de parte a parte – tal como o do Vietname e outros mais. Não se trata de uma atitude de denúncia, mas antes de uma referência factual que não atinge a esmagadora maioria dos intervenientes, que devem sentir orgulho em terem sido combatentes.
Lamento que tenham interpretado o texto – que, aliás, era sobre o livro do general Spínola, sendo a questão da guerra um mero enquadramento – de modo diferente ao que eu pretendia. Mas a culpa pode ter sido minha, e se assim foi lamento-o siceramente.
Se volto a escrever-vos é exactamente porque lamento que tenha havido este equívoco. Se me conhecessem saberiam que falo com sinceridade.
Aceitem mais uma vez um abraço do
Luís Almeida Martins
O jornalista Luís Almeida Martins adicionou ao mail anterior o seguinte:
"Amigos,
Desculpem só mais uma coisa, mas é importante, porque não tinha sido expressa.
Quem escreve em jornais e revistas está sempre sujeito a estes qui pro quos. Já tive outros semelhantes, a respeito de outros assuntos. Quando se trata de posições de princípio, termos de as manter até ao fim. Mas neste caso, não se trata de nada disso. É um completo mal-entendido. Creio que pensamos todos o mesmo.
Já vos transmiti a minha simpatia e expliquei qual o objectivo que me norteou ao escrever. Vejo agora que não o fiz da melhor forma.
Quando enviei a anterior mensagem julguei que estava implícito, mas, pensando melhor, não estava: falta, pois, pedir-vos desculpa sem ambiguidades se não soube transmitir com clareza o que pretendia.
Um abraço,"
Face a estes esclarecimentos muitos camaradas deram por encerrada esta situação, nomeadamente Magalhães Ribeiro:
"Boa noite Amigo Luís Almeida Martins,
Reparou que já o estou a tratar como amigo?
Antes de mais quero dizer-lhe, para que não surjam futuros equívocos que além de Vice-Presidente da Delegação do Porto da Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra, sou Vice-Presidente da Assembleia Geral da Liga dos Amigos do Museu Militar de Porto e Membro dos Corpos Directivos da Associação de Operações Especiais.
Esta última publica uma revista “O RANGER”, da qual sou autor de vários artigos nela inseridos e redactor.
Acredito que fale com sinceridade nas respostas que nos enviou, e mais clara, concreta e satisfatoriamente na última.
Dizem os ex-Combatentes que para sua revolta e desgosto já basta o ostracismo a que são votados pelo poder político, quanto mais ser-lhes dado a ler artigos da categoria deste que, infelizmente o Sr. L. A. Martins escreveu.
Equívocos há-os, e muitos em todas as áreas e quadrantes, e quem sou eu para o "crucificar", sendo eu próprio um "equivocador" constante?
Assim, não tenho qualquer problema em aceitar a sua primeira palavra - Amigos.
Sou uma pessoa que por natureza pessoal gosto de ter amigos, sem limitações, e um deles é o jornalista Jorge Ribeiro (JN) - também ele um ex-Combatente -, autor de alguns magníficos livros sobra a "nossa" guerra.
Na sua última mensagem mostra ser pessoa de bem e estar sinceramente preocupado com os “deslizes” no infeliz artigo.
Errar é humano... reconhecê-lo e divulgá-lo é de grandes mestres.
Não posso terminar sem sugerir-lhe uma boa matéria, que tenho a certeza absoluta, "enterrava" esta "novela", era bem aceite pela malta ex-Combatente e, se calhar, levaria mais uns tantos leitores a adquirir a v/ revista.
Assim como se espalhou, como fogo entres nós, esta sua tão criticada notícia, também outras em que se fala da "nossa" guerra, se espalham rapidamente entre nós, levando-nos a comprar, por exemplo: o Correio da Manhã aos domingos, onde se estão a publicar histórias da "nossa" guerra.
Porque não entrevistar o Luís Graça, sobre o blogue, estórias da guerra, etc.
No passado dia 25 de Janeiro, uma entrevista minha resultou em 4 páginas na revista do referido jornal.
Quando precisar também de estórias, escreva-nos, ok!
Aqui fica a sugestão.
Desta vez despeço-me com cumprimentos amigos,
Eduardo J. Magalhães Ribeiro
Para mim já chega desta polémica.
Aceito como amigável e esclarecedora a última resposta do jornalista Luís Almeida Martins, que assim demonstra ser pessoa de bem ao reconhecer que, como ser humano que é, cometeu alguns “deslizes” no seu infeliz artigo.
Renovo o abraço amigo para todos vós do Pira de Mansoa M.R."
Mas em relação ao post da Diana Andringa, outros camaradas não foram tão assertivos quanto o Luís Graça. Assim, Joaquim Mexia alves comentava:
"Caro Luís, caros camarigos
Estou quase a fazer 60 anos, o que não sendo muito, também já não é pouco.Tenho portanto idade para deixar ferver a água que eu quiser, sobretudo porque só depois da água ferver é que os alimentos ficam cozinhados, ou seja, nesta Tabanca encontrei espaço para escrever o que me vai na alma, para discordar e concordar, com os meus camarigos, ex-combatentes e assim deixar que, “fervendo os sentimentos”, eles possam ser “cozinhados” e irem assim aliviando as noites de insónia, as indignações das injustiças, acalmando as irritações.
Diana Andringa teria feito bem, a meu ver, se tivesse escrito qualquer coisa informando-nos que tinha escrito ao seu colega jornalista, dizendo-lhe que ele tinha exagerado, ou pelo menos tinha escolhido mal as palavras que usou.Mas não o fez, veio antes defender a classe e dizer-nos que não tinhamos entendido bem e que afinal ele não tinha dito nada de mais.E repete mais uma vez a história dos “crimes de guerra”, pois então!
Em 13 anos de guerra em três frentes, o que fica então são os crimes de guerra! Mas quais e quantos? Porque fica quase implícito nas suas palavras que os mesmos apenas foram feitos pelas Forças Portuguesas! Mas percebe-se, porque no fundo o que interessa da guerra é chegar à politica de Salazar e Caetano! Porque a descolonização foi exemplar e não causou mais mortos directos e indirectos do que a própria guerra! Escusa alguém de vir já dizer que sou saudosista do antigo regime, porque não o sou, e sou absolutamente contra a guerra, esta ou outra qualquer, mas a verdade é que como repetidamente tenho dito esta discussão da guerra está eivada de politica.E o que são “crimes de guerra”? O ataque a Pearl Harbor é um crime de guerra e a largada das bombas atómicas também o é ou não? Onde isto nos levava, o que não quer dizer que os ditos “crimes” sejam desculpaveis.Por outro lado, e porque se percebe na maioria esmagadora dos artigos sobre a guerra de África está eivada de política, é que é necessário explicar aos filhos e netos a história da guerra e eu não passo essa incumbência a nenhum jornalista.
Concordo Luís, com tudo o que escreves, excepto de que na nossa Tabanca, haverá alguns que não terão “dotes” de comunicação.E discordo porque acho que esses têm a comunicação mais pura e mais sincera, ou seja, escrevem exactamente o que querem dizer, ou seja, não utilizam as palavras com segundos sentidos, nem com segundas intenções, como infelizmente uma grande parte dos textos jornalisticos fazem.
Não sei já se foram mais penosos dois anos na Guiné, se 34 em Portugal a ser desconsiderado e ultrajado. E eu nem tenho grandes razões de queixa, mas aqueles que ficaram com a vida definitivamente estragada, destroçada, mereciam outro respeito, e eu não vejo os jornalistas escreverem sobre isso.
Diana Andringa aliás fez um filme que se chama “As duas faces da guerra” e se devia chamar “Uma face da guerra”. Não tenho pachorra para o politicamente correcto e a mim não me calam enquanto contarem histórias enviezadas sobre a guerra de África.
O problema é muitas vezes esse. Calamo-nos e deixamos que o politicamente correcto tome conta de nós. Já muitos o disseram e eu também. Somos uma força, porque ainda somos muitos, embora com a idade estejamos a desaparecer. Mas ainda podemos e devemos lutar pelo nosso lugar digno na história e sobretudo pelos nosso camaradas que ainda sofrem na pele os efeitos da guerra e a quem o Estado, passados 34 anos, olha com desprezo e como se não existissem.
Quanto ao Luís Almeida Martins, parece-me pelo mail que o Magalhães Ribeiro me enviou, que reconheceu o seu erro, e eu que não sou pessoa de ressentimentos, já nem me lembro do que aconteceu.
Desculpem a extensão do comentário, mas a pachorra começa a faltar-me para atitudes paternalistas e repito “politicamente correctas”.
Abraço forte, grande e camarigo para o Luís e restantes camarigos
Joaquim Mexia Alves"
Sobre este comentário o editor deste blogue referiu:
"Caros Camaradas
Preparava-me para responder em post à sra. jornalista Diana Andriga (porque depois do mail do Magalhães Ribeiro, passou-me a azia contra o jornalista da "Visão"), quando li o comentário do Mexia Alves e concordando com ele em absoluto e com outros comentários aqui produzidos, julgo não haver mais necessidade de intervir. Mais palavras para quê. Há ainda quem nos deteste por não termos fugido à guerra, por não termos ido aos milhares para terras de França.
Obrigado Joaquim Mexia Alves, camarada da CART3492, geminada com a minha CCAÇ3491.
Luís Dias"
Também Vasco da Gama, que no blogue tinha ripostado em primeiro lugar ao artigo da "Visão" veio dizer:
"COMANDANTE LUÍS GRAÇA,CAMARADAS DA GUINÉ,OUTROS AMIGOS,
Compreendi o alcance do que escreveste e como não sou nem rancoroso nem teimoso, desisti do que pretendia fazer, isto é responder em poste à Diana Andringa, limitando-me a este comentário, pois se não o fizesse ficaria mal comigo mesmo e isso nunca!
Já o disse e repito-o: "prefiro a fome do lobo à coleira do cão", talvez por isso nunca tenha pertencido a nenhum partido político, mas tenho a liberdade de não fazer fretes a ninguém. A reacção do nosso blogue não se cifra em meia dúzia de comentários, pois só aos meus escritos contei trinta e nove (trinta mais nove)comentários. Entendo, se calhar mal, que todos deviam ter sido publicados.
Notas dispersas:1.Não irá sendo altura de deitares um pouco de água na fervura da Diana Andringa? Não sabia que a jornalista, cineasta e realizadora Diana Andringa, pertencia à nossa Tabanca! Então em vez do vosso blogue, talvez o nosso blogue....
2.Tirei, eu sei, está fora do contexto...afirmações como" "a imagem que passarão aos vossos filhos e netos será a que quiserem que seja.."...Quero crer que não cometeu nenhum crime de guerra,mas,às vezes,confrontada com o perigo....uma pessoa faz coisas de que mais tarde se arrepende...
3.Em minha casa, antes do 25 de Abril, o Vasco pai era assinante da República. Aprendi a respeitar jornalistas como o Alfredo Guisado, o Carvalhão Duarte, o Raul Rego. Conheço também obra da Diana Andringa que respeito, mas o comentário que faz no nosso blogue,no contexto da discussão é incendiário.
4.O dia 25 de Abril, foi dos dias mais felizes da minha vida!Democracia,Igualdade,Liberdade são conceitos que bebi de pequenino.O fim da guerra... que maior alegria? Enquadro-me na categoria dos combatentes que foram obrigados a ir fazer a Guerra colonial.A reacção do blogue ao escrito, é a reacção da malta que fez a guerra, de direita, do centro, da esquerda,de cima ou de onde quiserem. Nunca nos questionamos a esse respeito, pois saber o que é ter sido Combatente na Guiné, não se explica, vive-se..
Entende agora a pergunta ao Joaquim Furtado? Não sei quando nem quem a fez,mas deve ter surgido na sequência de algo...
5.Condene-se o Salazar, condene-se o Caetano, condene-se o Kaúlza de Arriaga, condene-se o Estaline, mas não maltratem a malta da Guiné. Somos do melhor que há à face deste Portugal.
Dentro de pouco mais de vinte anos ninguém falará de nós, pois a História não é escrita nem pelos nossos filhos nem pelos nossos netos.Teremos tanto espaço nos livros escolares como a Primeira República teve quando eu era estudante!É curioso!
6.Tive agora conhecimento da troca de correspondência que o jornalista Luís Almeida Martins trocou com camaradas nossos.Diz entre outras coisas que:" Já vos transmiti a minha simpatia e expliquei qual o objectivo que me norteou ao escrever.Vejo agora que não o fiz da melhor forma.....:falta pois,pedir-vos desculpa sem ambiguidades se não soube transmitir com clareza o que pretendia.
"OBRIGADO SR. JORNALISTA ALMEIDA MARTINS, estas afirmações revelam a sua grandeza de carácter.Espero que o nosso Comandante publique o seu texto e aproveito a oportunidade para lhe pedir desculpa se fui incorrecto nalguma afirmação que tenha feito.P.S. Venha até ao nosso Blogue. Vai conhecer a melhor malta do mundo: OS EX COMBATENTES DA GUINÉ."
Notas sobre os elementos que escreveram estes comentários:
Luís Graça é um dos editores do blogue com maior representação da malta combatente da Guiné e foi Fur. Mil. na CCAÇ 12 - Contuboel e Bambadinca (1969-1971).
Virgínio Briote é outro dos editores do blogue e foi Alf. Mil. Cmd., que comandou o Grupo "Diabólicos" Cuntima e Brá (1965-1967).
Vasco da Gama foi Cap. Milº, tendo comandado a CCAV8351 "Os Tigres de Cumbijã" (Cumbija/1972-1974)
Magalhães Ribeiro, foi Fur. Milº Op. Esp, na CCS do BCAÇ4612 (1974-Mansoa) e foi ele que arriou a última bandeira portuguesa na Guiné, em 4 de Setembro de 1974.
Joaquim Mexia Alves, foi Alf. Milº Op. Esp. da CART3492/BART3873 (Xitole) e posteriormente Pel. Caç. Nat. 52 (Mato Cão) e CCAÇ15 (Mansoa) (1971-1974).
Luís Dias, foi Alf. Milº Atirador Infª da CCAÇ3491/BCAÇ3872 (Dulombi/Galomaro (72/73/74) e ainda Bolama (Estágio Unidades Africanas Nov/Dez72),Bambadinca (Cmdt Instrução. do CIM- Set/Out73) Piche, Nova Lamego e Pirada (em Intervençao-73)(1971-1974).
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