quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

AS 10 MENSAGENS MAIS LIDAS DO BLOGUE LUÍS GRAÇA & CAMARADAS DA GUINÉ

As 10 Mensagens mais visualizadas desde Maio de 2010

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Guiné 63/74 – P5690: Armamento (2): Pistolas, Pistolas-Metralhadoras, Espingardas, Espingardas Automáticas e Metralhadoras Ligeiras (Luís Dias)
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Guiné 64/74 - P4833: Armamento do PAIGC (4): Mikail Kalashnikov e a AK-47 (Avtomatni Kalashnikova – 1947) (Magalhães Ribeiro)
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Guiné 63/74 - P5496: Votos de Feliz Natal 2009 e Bom Novo Ano 2010 (10): Várias mensagens da tertúlia - I (Editores)
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Guiné 63/74 – P5682: Armamento (1): Morteiros, Lança-Granadas, Granadas e Dilagramas (Luís Dias)
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Guiné 63/74 - P3837: Memória dos lugares (16): Cacheu, 1964 (António Paulo Bastos, Pel Caç 953, 1964/66)
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Guiné 63/74 - P6736: Memórias boas da minha guerra (José Ferreira da Silva) (2): Sexualmente falando, tudo continua normal
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Guiné 63/74 - P4484: Fauna & flora (20): Histórias de grandes serpentes: da jibóia de 7 metros (Paulo Raposo) ao irã-cego (Clara Amante)
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Guiné 63/74 - P6988: O blogue em números (6): 2 milhões de visualizações (26% a partir do estrangeiro), c. 2800 visualizações por dia, c. 450 membros, c. 7000 postes, c. 35 comentários diários... Um pequeno ronco!
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Guiné 63/74 - P2244: Cusa di nos terra (12): Ainda vi burros em Bafatá (Beja Santos)
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Guiné 63/74 – P6892: Armamento (4): Metralhadoras Pesadas (Luís Dias)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL E UM BOM ANO NOVO



Camaradas e Amigos

Aproxima-se mais uma época natalícia e um novo ano e o editor aproveita esta nossa janela de oportunidade para desejar a todos os camaradas da CCAÇ 3491, bem como a todos os camaradas combatentes e amigos que nos lêem, um FELIZ NATAL e um BOM ANO NOVO, extensível a todas as vossas famílias.

Um abraço do tamanho do Rio Corubalo

Luís Dias

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O POST MAIS LIDO NO BLOGUE GERAL DA GUINÉ

Caros Camaradas

No blogue do Luís Graça & Camaradas da Guiné (www.blogueforanadaevaotres.blogspot.com),no post P7322, do próprio Luís Graça e referindo-se ao armamento da CCAÇ12-Bambadinca, nos anos 1969-71, é ali mencionado o seguinte:

"O nosso camarada Luís Dias, ex-Alf Mil At Inf da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74, tem igualmente uma série de postes sobre armamento utilizado no TO da Guiné quer pelo PAIGC quer pelas NT. Refira-se, a título de mera curiosidade, que o seu poste P5690 [:Armamento (2): Pistolas, Pistolas-Metralhadoras, Espingardas, Espingardas Automáticas e Metralhadoras Ligeiras] é o mais visto de todos os postes do nosso blogue, com mais de 600 visualizações, no período que vai de Julho de 2010 até hoje (só temos estatísticas desde então)."

Foi com alegria que verifiquei que o meu modesto contributo para esclarecer sobre o armamento ligeiro em confronto na Guerra Colonial na Guiné, em especial no período compreendido entre 1971 e 1974, foi o post mais lido no identificado blogue. Este mesmo artigo foi também publicado no nosso blogue sob o título:
ARMAMENTO E EQUIPAMENTO DAS FORÇAS ARMADAS PORTUGUESAS E DOS GUERRILHEIROS DO PAIGC NA GUERRA COLONIAL. GUINÉ 1971-1974.

Um abraço para os editores de serviço Luís Graça e Magalhães Ribeiro

Luís Dias

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A MISSÃO AO DULOMBI FOI CUMPRIDA


O Torreão 4 do Aquartelamento, embora cercado pelo mato que grassa agora (época das chuvas), mantém-se em sentinela, após 36 anos da nossa partida!Boa construção, não dúvida!Estas torres de vigias que cercavam o aquartelamento, eram fundamentais para as sentinelas que guardavam o nosso descanso, o nosso sono e a relativa paz em que vivíamos no interior das instalações.

Caros Camaradas

A Missão ao Dulombi encetada pelos jovens Ricardo Ramos e Gil Ramos foi coroada de êxito.A viagem de regresso também correu bem e eles já estão no conforto dos seus lares.
Quantos de nós não gostariam de rever estes locais, onde passámos mais de dois anos da nossa juventude. Éramos uns meninos feitos homens à pressa para combater naquela guerra. Como dizia o General Spínola no habitual discurso de regresso à metrópole dos combatentes:"Chegastes meninos, partis Homens!".É com emoção que revemos a picada, a tabanca, as suas gentes e ficamos contentes por ver a quantidade de jovens que vivem no Dulombi, um sinal de esperança no futuro.
Queremos agradecer aos compatriotas esta oportunidade de reviver o nosso passado, bem como a autorização que nos deram para publicar algumas das fotos por eles tiradas em Galomaro e no Dulombi.
Para um melhor conhecimento desta ousada viagem entre Vila do Conde e Dulombi e o regresso, devem consulta o sítio da Missão Dulombi na internet e garanto-vos que vale a pena.
Seguem-se algumas das fotos tiradas pelo Ricardo Ramos e Gil Ramos, nesta sua Missão ao Dulombi, que publicamos com os nossos agradecimentos.

O que resta do Monumento aos Mortos da Companhia dos nossos velhinhos - a CCAÇ2700

O Chefe da Tabanca do Dulombi, o "jovem" Culumbali e o filho Mussa (que era um miúdo no nosso tempo).

Uma belissima imagem, a escola dos djubis do Dulombi (parece bem melhor do a que tínhamos na altura que ali estivémos).

Aspecto da população da actual Tabanca do Dulombi

Parte da tabanca actual do Dulombi

Imagem do nosso antigo quartel- Zona da secretaria, quarto do capitão, quartos dos alferes, casas de banho, quartos dos furriéis e quarto do 1º sargento.

Os restos do nosso aquartelamento....que dó!!! Zonas da messe de graduados,da cantina, do refeitório e da área da "ferrugem".

Pois é! Já no nosso tempo era tramado na época das chuvas atravessar certas zonas desta picada. Chegámos a ficar isolados e sem abastecimentos, em especial os "frescos". (Picada Galomaro Dulombi).

Picada Galomaro-Dulombi.Como esquecer esta estrada, onde houve alguns acidentes de viatura, minas anti-carro, emboscadas e ao mesmo tempo foi a picada que nos trouxe e devolveu à nossa terra.
Estrada Galomaro-Dulombi (qual será esta bolanha???)

A caminho do Dulombi, após saída de Galomaro
Baliza do campo de futebol de Galomaro (mantém-se inteira!!!)
Mulheres de Galomaro

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

EXPEDIÇÃO AO DULOMBI

Em conformidade com o relatado no dia de hoje no blogue da CCAÇ2700, os dois jovens saídos de Vila do Conde na Missão Dulombi já chegaram a Bissau.V. do Conde-Bissau, em viatura auto e em 7 dias é obra. Grandes valentes! Uma curiosidade é que quando chegaram à fronteira com a Guiné-Bissau o funcionário alfandegário que os abordou ficou a olhar para as portas da viatura, onde estão os autocolantes com as palavras "Missão Dulombi", porque ele era natural do Dulombi e teria 9 anos quando a CCAÇ2700 ali esteve e naturalmente 10/11 anos quando ali estivemos nós.
Continuação de boa viagem para os dois primos.
Luís Dias

domingo, 10 de outubro de 2010

EXPEDIÇÃO DE 2 JOVENS AO DULOMBI

Camaradas

Dou-vos notícia de uma expedição ao nosso Dulombi, conforme informação prestada no Blogue do Luís Graça & Camaradas da Guiné e também constante no blogue dos nossos "velhinhos", a CCAÇ 2700, com a devida vénia.
Desejamos que cheguem bem àquele lugar das terras quentes do Rio Corubalo e possam transmitir-lhes também da nossa parte um forte abraço.


"O nosso Camarada Fernando Barata, ex-Alf Mil da CCAÇ 2700 (Dulombi, 1970/72), enviou-nos uma mensagem em 7 de Outubro de 2010, dando-nos conta da evolução das actividades desenvolvidas pelos expedicionários da “Missão a Dulombi”:

Expedição a Dulombi

Camaradas,

Dois jovens que se metem à aventura numa "barcaça", quais Gil Eanes do século XXI, na tentativa de chegarem à Guiné e estar um deles (Gil Ramos, filho dum combatente da C. Caç. 2700) no local onde seu pai prestou serviço, disponibilizando bens de primeira necessidade à população dulombiana, merecem todo o nosso apoio, apreço e admiração.

A expedição pode ser acompanhada em: http://missaodulombi.blogspot.com/


Abraço,
Fernando Barata
Alf Mil da CCAÇ 2700
__________
Notas de M.R.:

Segundo o que se encontra descrito no blogue mencionado a “Missão a Dulombi”, a partida está prevista para o início de Outubro de 2010, e a viagem será efectuada em automóvel entre Vila do Conde e a Guiné-Bissau, tendo como grande objectivo levar bens essenciais para distribuir pelas crianças carenciadas daquele país.

Os bens serão abrangentes, tais como vestuário e calçado, brinquedos e material escolar que serão distribuídos na aldeia de Dulombi, esperando os expedicionários que, com este seu gesto, contribuam para melhorar a qualidade de vida destas crianças.

Ao mesmo tempo, pretendem os organizadores desta grande aventura, homenagear os ex-Combatentes Portugueses, pelo que, irão equipados com material audiovisual, a fim de realizarem um documentário sobre as memórias da presença dos portugueses no período da guerra, a Cultura Guineense e os Vestígios da Cultura Portuguesa no dia-a-dia junto do povo local.

Como não podia deixar de ser, a Tertúlia deste blogue deseja aos autores de mais esta formidável e louvável iniciativa, as maiores felicidades e a melhor e mais bem sucedida das concretizações, de todos os objectivos que se propõem alcançar."

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

AS FUTEBOLADAS NO DULOMBI


O Furriel Enfermeiro Nevado (O lagartão) a disputar a bola com um adversário. A área que se vê era a denominada "Zona do IN", ou seja, de onde provinham a maioria das flagelações.

Disputa de bola entre o Alf Dias e elemento da 27$00, vendo-se uma das casernas dos praças e a casa do gerador.

Mais uma interessante jogada entre elementos da 27$00 e da 3491, com o edifício dos graduados em 2º plano.

As Equipas da C.CAÇ 2700 e da C.CAÇ 3491 (Os "velhinhos até tinham equipamentos). Em tronco nu e do lado dos "piras" temos em cima Esq/Dta Gonçalves (Fur. do 2º GC), Machado, o "Perry"(Fur. do 4º GC e já falecido), Pires (Cap. de camisa branca)e Nevado (Fur. Enf). Em baixo dois camaradas em tronco nu de que já não me lembra os nomes, bem como o do de camuflado,também em baixo e de camisola branca o Rocha (Fur. 3ª GC)e o L.Dias (Alf. 2ºGC, que parece o dono da bola, como muito bem disse o F.Barata no blogue da 2700 - é possível que também já nos tivessem transferido a bola e por isso esse sinal de legítima propriedade!. Disse-me o Ex-Alf Barata da 27$00, que levámos uma cabazada (na verdade não me lembro do resultado - ou terei feito por esquecê-lo - mas aqui ainda nos faltavam alguns craques que chegariam um pouco mais tarde e que viriam a dar nova vida à nossa equipa: (Chaves - um central à Humberto Coelho-, Galrão - um excelente distribuidor de jogo, vindo da equipa do Leixões - e o Espírito Santo - por vezes guarda redes outras um extremo de finta fácil.Por outro lado ainda não estávamos ambientados àquele calor (Uf!!!!).

Encontro entre Solteiros e Casados no Dulombi, em 3 de Fevereiro de 1974, à espera dos nossos "piras" que viriam a chegar daí a dias.
Em cima Esq/Dta:Silva,1º Sarg Gama (já falecido),Vale, Pereira,Chaves (já falecido),2ª Sarg. Chanca, Cap. Pires,Fur. Gonçalves,Fernandes e Romeu
Em baixo Esq/Dta: Sousa, Teixeira, Galrão, Nogueira, Costa, Teixeira II,Alf. Dias, Fur. E.Santo

Selecção de Graduados: Em cima Esq/Dta:Furriéis Gonçalves (2ºGC),Nevado (Enf), Lourenço (2ªGC), Fonseca (Vago-mestre e falecido na queda das rochas numa praia do Algarve, em conjunto com a esposa e as duas filhas, em 2009), E. Santo (2ºGC).
Em baixo Esq/Dta:Fur. Machado (4ºGC e já falecido), Cap.Pires e Alf Dias (2ºGC)

Equipa dos Solteiros: Em cima e da Esq/Dta: Romeu, Chaves (recentemente falecido)Gonçalves, Pires. Em baixo Esq/Dta:Fernandes, E. Santo, Sousa e Dias

Uma defesa do GR Meirim da 2700 visto atentamente por Gonçalves e Nevado

Um corte do Lemos da 2700, observado pelos piras Gonçalves e Machado


Equipa da C.CAÇ 2700 Março de 1972

Caros Camaradas

Fui alertado por um post colocado no blogue dos nossos "velhinhos" - a CCAÇ 2700, para um jogo de futebol na transição das companhias, ou seja o último jogo disputado no Dulombi pelas forças da 27$00, tendo como adversário os "piras" da CCAÇ 3491, muito fresquinhos e recém chegados àquelas paragens. São excelentes fotos, que desconhecia, daquele saboroso desafio, cujo resultado ignoro, mas o mais provável seria a nossa derrota, dado ainda não estarmos habituados àquele calor. Vejo que estão em falta alguns dos nossos craques, que chegariam à companhia algum tempo depois, como o Furriel Espírito Santo, o Chaves (um central de excelente estampa e com fino jogo) e o Galrão de Matosinhos (que jogava no Leixões e era um excelente organizador de jogo).
O futebol era e continua a ser uma paixão dos portugueses e em terras de África esse desporto, apesar das dificuldades era jogado com garra e levado muito a sério (às vezes até demais, mas eram momentos de lazer indispensáveis para os que ali lutavam).
Jogava-se futebol, essencialmente, ao fim de semana, em especial aos Domingos, após ouvir-mos os relatos dos jogos que aconteciam no continente. Não havia grande rivalidade futebolística entre os Grupos de Combate. A maior rivalidade era disputada entre uma selecção de graduados e outra dos praça e a pedra de toque na rivalidade situava-se entre uma selecção de adeptos do Benfica e outra do Sporting, mas como este último não tinha jogadores suficientes, tinham de se socorrer de adeptos do FC Porto (uma santa aliança que ainda hoje se nota na troca de jogadores e nos comentadores de jogos das diversas estações de televisão).
Os jogos entre clubes eram organizados em virtude do amor aos clubes e das apostas que se realizavam entre mim (adepto do SLB) e o Furriel Enfermeiro Nevado (ferrenho do SCP). As caixas de cerveja, petiscos, garrafas de uísque, tudo servia para contribuir para o desalmado empenho que desenvolvíamos nessas partidas. Na verdade não tenho de me queixar muito porque, normalmente, os lampiões lá ganhavam ao misto da lagartagem/Andrades (era no tempo em que o FCP ainda não tinha inventado que era mais antigo que o Boavista e eram mais conhecidos pelo nome da família que os criara).
Estas disputas futebolísticas tinham lugar no campo de futebol do Dulombi que se situava entre as instalações dos graduados e uma das casernas dos praças, junto à primeira fileira de arame farpado, protegido apenas por um dos Torreões de vigia e na frente de onde surgiam, maioritariamente, os ataques ao aquartelamento por parte do PAIGC.Em resultado, embora nunca tenhamos sofrido uma flagelação aquando de qualquer jogo de futebol, havia o cuidado de os jogos não se prolongarem muito pelo fim de tarde, por haver a ideia de que os ataques se davam ao denominado lusco fusco, o que não correspondeu à verdade.
Com a necessária autorização do Fernando Barata (Ex-Alferes do 2º GC da 27$00)e gestor do blogue daquela companhia anexo algumas fotos daquele famigerado encontro, antes da partida dos "velhinhos" de regresso à metrópole. Aproveito a oportunidade para juntar fotos de alguns "teams" e encontros da nossa CCAÇ 3491.

Luís Dias

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Armamento e Equipamento das Forças Armadas Portuguesas e dos Guerrilheiros do PAIGC- GUINÉ 1971-1974


IIª PARTE

1. ARMAMENTO MÉDIO E PESADO

1.1. AS METRALHADORAS PESADAS


1.1.1 AS FORÇAS PORTUGUESAS:

Na década de 1860 e durante a Guerra Civil Americana surgiram em combate as primeiras metralhadoras, devido ao trabalho do norte-americano Richard Gatling (embora fosse licenciado em medicina, ele preferiu continuar a sua actividade de inventor, em vez de exercer a profissão de médico). A sua Gatling patenteada em 1862 (cujo modelo terá tido origem no desenho da “mitrailleuse” do exército belga), perdurou durante muitos anos no exército dos EUA, tendo sido considerada obsoleta em 1911. No entanto, não se tratava de uma arma automática, porque o seu sistema operativo era manual, com recurso ao uso de diversos canos, dispostos circularmente. Mais tarde, o conceito da Gatling veio a ser retomado nos anos 40/50, devido à necessidade de se obter maiores cadências de fogo, em especial nas aeronaves, com posterior recurso a motores eléctricos para circular rapidamente os diversos canos. De facto, uma arma de um só cano que tivesse uma cadência de 500/600 tiros por minuto (tpm) já era bastante razoável, mas a Gatling já podia fazê-lo com a mesma capacidade, mas com diversos canos (por exemplo 6x500 tpm). Com a utilização moderna e com recurso a calibres que podem variar entre o 5,56 mm e o 37mm essa capacidade aumentou grandemente. O canhão M61-Vulcan, de 20mm, de 6 canos, da General Dynamics, é capaz de lançar 6 000 projécteis por minuto. É também conhecido o canhão GAU-8 Avenger, no calibre 30mm, de 7 canos, colocado em aviões de ataque ao solo (A-10 Thunderbolt II – “Warthog”), utilizado para destruir carros de combate. O Gatling foi também uma referência na Guerra do Vietname, colocado em helicópteros, usando fitas de 4 000 cartuchos e também com a capacidade de disparar 6 000 tpm (Minigun M134, no calibre 7,62mm).

Napoleão III seguiu com interesse o progresso da arma Gatling, tendo mandado desenvolver em França uma metralhadora capaz de efectuar disparos múltiplos. Surgem, assim, as metralhadoras Reffye (com 25 canos de 13mm cada) e a Christophe-Montigny (com 19, 31 ou 37 canos).

Portugal, possivelmente depois de 1872, adquiriu algumas metralhadoras Montigny (há um modelo de 37 canos no Museu da Academia Militar - a Armada recebeu um modelo de 31 canos). De notar que o conjunto da metralhadora, reparo de rodas e duas caixas de munições pesavam pouco mais de uma tonelada (!). A arma, com pessoal bem treinado era capaz de efectuar entre 220 a 250 tpm. Enquanto a repetição do disparo, no caso da Gatling, se fazia através de um movimento manual de uma manivela ou alavanca, fazendo girar os canos envolta de um feixe central, conseguindo que os mesmos procedessem às diversas operações de extracção, introdução e percussão, outras, como no caso da Montigny, o efeito era o mesmo mas através de um feixe de canos fixos, sendo o disparo obtido por uma alavanca e no caso da Nordendelt (inventada em 1873, pelo engenheiro sueco Helge Palmcrantz), com recurso a canos dispostos em paralelo, o disparo dava-se, também, por efeito de uma alavanca, sendo que os cartuchos percutidos caíam pela força da gravidade (mais tarde a metralhadora ligeira dinamarquesa Madsen, usada no nosso país pelas unidades de cavalaria, iria adoptar um sistema semelhante na extracção das cápsulas detonadas). Portugal adquire as metralhadoras Nordenfeldt, no calibre 25mm, em 1880, que foram aplicadas na corveta-couraçado Vasco da Gama, servindo como defesa contra torpedeiros.

Com o início das Campanhas de África de Pacificação na década de 1890, a Nordenfeldt, alterada muitas vezes para os calibres das espingardas (11mm, depois 8mm e mais tarde 6,5mm), foi usada quer por forças da marinha de guerra, quer pelo exército, conjuntamente com a Gardner e a Gatling (normalmente utilizadas pela Armada).

No período de renovação militar do tempo do final do reinado de D. Carlos, a metralhadora Vickers-Maxim é a seleccionada para o Exército Português. A Maxim é já uma arma revolucionária, porque é a primeira metralhadora automática, de um só cano, com apenas 20 kg e capaz de disparar 600 tpm. O seu inventor foi o norte-americano Hiram Maxim, que conseguiu tornar obsoletas as metralhadoras então existentes, com o seu modelo, introduzido em 1884. A arma que veio para Portugal tomou o nome da Maxim m/906, no calibre 6,5mm e foi construída na Inglaterra, depois de Maxim se ter unido à fábrica inglesa Vickers.

Com a entrada de Portugal no primeiro conflito mundial a Inglaterra fornece a metralhadora Vickers à Força Expedicionária (1917), no calibre 7,7mm (m/917) ficando a Maxim na metrópole e sendo também enviada nas expedições que partem para África. Após a Iª Guerra Mundial a Vickers irá substituindo, definitivamente, a Maxim. A Vickers foi evoluindo os seus modelos e Portugal foi acompanhando esta evolução adquirindo os modelos melhorados (m/930, no calibre 7,7mm, m/937, no calibre 7,7mm e m/939, já no calibre 7,9mm). A partir de finais dos anos 30 inicia-se um processo de renovação para adquirir outra metralhadora pesada, mas a Vickers irá perdurar, especialmente em África, onde ainda será usada no início da Guerra Colonial.

Em finais dos anos 30, a partir do modelo da metralhadora pesada Breda de 13,2mm, esta fábrica italiana desenvolve um modelo que disparava o cartucho 8mm Breda para consumo interno e outro que disparava o cartucho 7,9mm para exportação. Em 1938, o nosso país decide-se pela compra desta metralhadora pesada, com tripé, a fim de completar as armas que usavam o cartucho 7,9mm mauser (ou 7,92mm), como a metralhadora ligeira Dreyse e espingarda Mauser.


Metralhadora pesada Breda m/938

Características desta arma

ORIGEM: Itália

CALIBRE: 7,92 mm

DATA DE FABRICO INICIAL: 1937

ESTRIAS: 4 no sentido dextrorsum

COMPRIMENTO: 1, 270m

VELOCIDADE INICIAL À BOCA DO CANO: 776 m/s

APARELHO DE PONTARIA: Linha de mira lateral, de alça rectilínea com cursor e

ranhura em “V”, graduada dos 3 aos 30 hectómetros. Ponto de mira de secção

trapezoidal

ALCANCE MÁXIMO: 4000 m

ALCANCE ÚTIL: 3000m

ALCANCE EFICAZ: 3500m

PESO: 11, 30 kg

ALIMENTAÇÃO: Lâmina/Pente com 20 alvéolos

CADÊNCIA DE TIRO: 240 tpm (c/12 lâminas), mas podendo chegar a 400 tpm

MUNIÇÃO: 7, 92 mm Mauser, de percussão central

SEGURANÇA: Imobilização do gatilho

FUNCIONAMENTO: Arma automática, de tiro automático, com tomada de gases

num ponto do cano e com regulador de tomada de gases.


No final da Iª Guerra Mundial (1918), John Browning, de origem norte americana, um dos mais famosos e produtivos inventores de armas de fogo, desenvolve, a partir do modelo da sua metralhadora ligeira M1917, que tinha o calibre .30-06, uma metralhadora para o poderoso calibre .50 BMG (12,7mm), que será conhecida pelo alcunha de “La Deuce” ou “Fifty-cal”. A arma foi usada em veículos, aeronaves, navios, desde 1923 e tomou em 1933 a designação actual de Browning M2HB, depois de ter passado da inicial refrigeração a água, para refrigeração a ar e ter sido redesenhada por Samuel Green. Com exclusão da pistola Browning M1911A1, no calibre .45, a metralhadora Browning é a arma que mais tempo se tem mantido ao serviço das forças armadas americanas. A Browning 12,7mm entrou na maior parte dos conflitos do século XX e XXI, como a IIª Guerra Mundial, a Guerra da Coreia, a Guerra da Indochina, a Crise do Canal do Suez, a Guerra do Vietname, a Guerra do Cambodja, o Conflito das Ilhas Falkland, A Invasão do Panamá, a Guerra do Golfo, a Guerra Civil da Somália, a Guerra do Iraque e a Guerra do Afeganistão.

A chegada da Browning M2 ao nosso país dá-se depois da nossa entrada na NATO e da assinatura do Acordo de Defesa de 1951. Dado ter-se tratado da primeira arma que possuíamos neste calibre, implicou a revisão da tipologia de atribuição às armas. Por exemplo, a Breda passou a ser vista como metralhadora ligeira. A arma foi recebida em múltiplas variantes (fixas, em tripé, em reparos AA, em veículos, em aviões e em reparos quádruplos) e tomou a designação de, metralhadora pesada 12,7mm m/955 Browning M2. Mais de 50 anos depois de a termos recebido a M2 é ainda a metralhadora pesada padrão das nossas forças armadas.





Metralhadora pesada Browning M2HB m/955

Características desta arma

TIPO: Metralhadora pesada

PAÍS DE ORIGEM: EUA

CALIBRE: 12,7mm Browning

DATA DE FABRICO INICIAL: 1921

NÚMERO DE ESTRIAS: 8

ALCANCE MÁXIMO: 6 750 m

ALCANCE PRÁTICO EM TIRO TERRESTRE: 2 380 m

ALCANCE PRÁTICO EM TIRO ANTI-AÉREO: 700 m

COMPRIMENTO DA ARMA: 1, 650m

COMPRIMENTO DO CANO: 1, 140 m

PESO: 38, 1 Kg

VELOCIDADE INICIAL DO PROJÉCTIL À BOCA DO CANO: 893 mps

ENERGIA DO PROJÉCTIL: Cerca de 17000 joules

MUNIÇÃO: 12,7x99mm Winchester

CADÊNCIA DE TIRO: 400 a 600 tpm

ALIMENTAÇÃO: Fita de elos desintegráveis com capacidade variada

SEGURANÇA: Os modelos antigos não possuem, mas o ainda actual M2E2 tem junto ao gatilho um fecho manual de segurança.

FUNCIONAMENTO: Arma de tiro semi e automático com curto recuo do cano, disparando no sistema de culatra fechada.




A metralhadora pesada Browning M2HB, colocada em reparo duplo, num navio de guerra.

Em algumas unidades de cavalaria, em especial as que tinham blindados de origem inglesa existiu ainda a metralhadora média BESA, fabricada naquele país (baseada no modelo checoslovaco ZB-53, de 1936, desenhada por Vaclav Holek), no calibre 7, 9mm.

1.1.2. AS FORÇAS DO PAIGC

As forças de guerrilha do PAIGC estavam bem equipadas no que concerne a metralhadoras pesadas, especialmente fornecidas pela antiga URSS e países satélites; as Goryunov SG-43 e SGM, no calibre 7,62x54mm R, que foram construídas durante a IIª Guerra Mundial e que se mantiveram ao serviço dos russos até aos anos 60, as Degtyarev DShK, no calibre 12,7mm, de 1938, reformuladas em 1946 (DShKM – m/38-46) e, especialmente, as Vladimirov KPV, no calibre 14,5mm, que entraram ao serviço da URSS em 1949.




Metralhadora Pesada Goryunov SG-43

Características desta arma

ORIGEM: URSS

CALIBRE: 7,62mm R

DATA DE FABRICO INICIAL: 1942

ESTRIAS:

COMPRIMENTO: 1, 15m

VELOCIDADE INICIAL À BOCA DO CANO: 800 m/s

ALCANCE:

PESO: 13,8 Kg, 41 Kg com reparo de rodas

ALIMENTAÇÃO: Fitas de 200 OU 250

CADÊNCIA DE TIRO: 500 a 700 tpm

MUNIÇÃO: 7,62X54mmR

SEGURANÇA:

FUNCIONAMENTO: Arma automática, a funcionar por gases.





Metralhadora pesada Degtyarev DShK

Características desta arma

ORIGEM: URSS

CALIBRE: 12,7mm

DATA DE FABRICO INICIAL: 1938

ESTRIAS:

COMPRIMENTO: 1,625 m

VELOCIDADE INICIAL À BOCA DO CANO: 860 m/s

ALCANCE PRÁTICO EM TIRO TERRESTRE: 2000m

ALCANCE PRÁTICO EM TIRO ANTI-AÉREO: 1000m

PESO: 35,5 Kg

ALIMENTAÇÃO: FITAS DE 250

CADÊNCIA DE TIRO: 540 a 600 tpm

MUNIÇÃO: 12,7X108 mm

SEGURANÇA:

FUNCIONAMENTO: Arma automática, a funcionar por gases.



Metralhadora pesada Vladimirov KPV

Características desta arma

ORIGEM: URSS (Krupnokaliberniy Pulemyout Vladimirova)

CALIBRE: 14,5mm

DATA DE FABRICO INICIAL: 1944 (protótipos). Entrada ao serviço do Exército em 1949

ESTRIAS:

COMPRIMENTO: 2m

VELOCIDADE INICIAL À BOCA DO CANO: 990 m/s

ENERGIA DO PROJÉCTIL: Entre 30 a 32000 joules

ALCANCE PRÁTICO EM TIRO TERRESTRE: 1100m

PESO: 49,1 Kg

ALIMENTAÇÃO: Fitas 100

CADÊNCIA DE TIRO: 600 tpm

MUNIÇÃO: 14,5X115 mm

SEGURANÇA:

FUNCIONAMENTO: Arma automática, de curto recuo do cano, com tomada de gases num ponto do cano e arrefecimento a ar.

Metralhadoras Vladimirov KPV, constituídas em quadrupla (bateria anti-aérea – ZPU-4)


1.1.3. OBSERVAÇÕES

A Breda era uma arma que necessitava de rigorosa limpeza sempre que era disparada, em especial na zona de tomada de gases e também de cuidados com os seus pentes/lâminas de 20 cartuchos, que serviam para alimentar a arma, pois qualquer amolgadela ou deformação, mesmo que ligeira, poderia causar interrupções no tiro. As lâminas transportadoras dos cartuchos podiam ser ligadas umas às outras, havendo a curiosidade de não ejectarem os invólucros detonados que eram cuidadosamente repostos na lâmina (uma preciosidade limpa e muito ecológica!). Cada metralhadora vinha acompanhada de uma máquina de carregar as lâminas.

A Breda foi usada amplamente nas ex-colónias e ainda viu o início da guerra colonial, vindo a ser substituída por outras de munição NATO, a partir de 1963.

Na Guiné, embora a Breda possa ter sido utilizada anteriormente em viaturas (semi-blindadas ou não), a sua melhor utilização terá sido na defesa dos aquartelamentos. Nos anos a que me reporto (1971-74), existiam ainda metralhadoras Breda em alguns aquartelamentos, contribuindo para a sua defesa imediata.

A metralhadora Browning M2HB (.50 – cartucho de 12,7mm desenvolvido pela fábrica Winchester), é uma das mais fantásticas armas de guerra fabricadas até hoje. Foi criada por John Moses Browning (um dos mais produtivos inventores de armamento de sempre) e, juntamente com a Kalashnikov, são consideradas das armas mais difundidas mundialmente. A Browning pode ser utilizada como arma anti-aérea, terrestre e também naval, em tiro directo ou indirecto. Pode usar munições perfurantes, explosivas, tracejantes, incendiárias e perfurante anti-tanque. Pode ser colocada em reparos e posições apropriadas para aviões, viaturas blindadas ou não e em diverso tipo de barcos/navios, etc.

Com larga utilização na IIª Guerra Mundial, a Browning M2HB, foi sendo actualizada e entrou em todas as guerras em que os EUA estiveram envolvidos, nomeadamente na Guerra da Coreia, do Vietname, do Camboja, das intervenções no Panamá e na Somália, nas Guerras do Golfo, do Afeganistão e do Iraque. Terão sido produzidas mais de 3 milhões desta fantástica arma.

Muito provavelmente a partir de 2011 uma nova metralhadora, a GD-LW50MG, com o peso de 18 kg (+ 10 kg com tripé), fabricada pela firma norte-americana General Dynamics será introduzida nas forças armadas americanas, para substituir as Browning.

A Browning foi utilizada na Guiné em posições de defesa de aquartelamento, em veículos semi-blindados, nas lanchas e nos aviões F-86 Sabre, que estiveram presentes no início do conflito, tendo sido retirados por pressão dos EUA, por serem considerados material NATO (os Harvard T-6 no teatro da Guiné e no tempo em referência, usavam foguetes de 37mm ou serviam de bombardeiros de ataque ao solo, lançando bombas de 2x50Kg ou 6x15Kg. Em outros teatros operacionais (Angola e Moçambique) operavam também com metralhadoras Browning M30, no calibre 7,62mm e em outros países utilizavam Brownings calibre 12,7mm – esta preciosa informação foi-nos prestada pelo camarada Miguel Pessoa).

Em meados 1973, o meu Grupo de Combate (IIº GC da CCAÇ3491) esteve colocado de reforço ao Batalhão de Piche onde, entre outras actividades, participávamos na escolta e protecção aos trabalhos da TECNIL, na estrada entre Piche e Buruntuma. Nessas acções éramos acompanhados por elementos do Esquadrão de Reconhecimento de Cavalaria, com viaturas “Chaimite” e “White” e, nestas últimas, estava montada uma metralhadora Browning 12,7mm em cada uma delas, para além de HK´s-21, morteiro 60mm e dilagramas, se bem me lembro. Operacionalmente pudemos apreciar a forma de trabalhar desta arma, quando numa emboscada do IN a uma coluna, ouvimos o seu cantar, enquanto as viaturas do esquadrão percorriam a área sob fogo do IN, ripostando com eficácia. Num dos locais alvejados pela Browning, estaria um elemento do PAIGC, o qual ao sentir que poderia ser atingido, largou as calças, para se desembaçar das ramagens que, possivelmente, o prendiam e o não deixavam fugir mais depressa. Na brincadeira, nós pensávamos, o que é que terão dito os outros guerrilheiros ao verem chegar o seu “camarada” sem as calças, em pelota. O barulho da arma era impressionante e galvanizava o nosso lado.

As metralhadoras pesadas do PAIGC foram mais utilizadas como armas anti-aéreas, mas também em defesa directa das suas bases e, nalguns casos, em ataques e flagelações aos nossos aquartelamentos. Numa das operações que realizámos, já não me lembro se na área de Piche, se na de Nova Lamego encontrámos uma munição nova de 14,5mm, num dos trilhos, sinal de que, pelo menos, o IN teria transportado uma arma desse calibre por aquela zona.

Das metralhadoras pesadas existentes a Vladimirov KPV, no calibre 14,5mm, era a mais famosa, em especial quando, constituída em posições duplas ou quadruplas [existiam as ZPU-1 (1 cano), ZPU-2 (2 canos) e ZPU-4 (4 canos)], atiravam contra os nossos aviões. Primeiramente foi construída como arma de infantaria, mas a partir dos anos 60 passou a ser utilizada como arma anti-aérea e, na versão KPVT (Tankoviy), como arma dos blindados BTR-60 e BTR-70 e dos BRDM. Foi também utilizada em navios de patrulha e reconhecimento da marinha de guerra russa.

Recentemente a China melhorou a munição 14,5mm (núcleo em tungsténio), dando-lhe uma velocidade de saída entre os 1000 /1030 metros por segundo e com uma energia de 32000 joules (o dobro do calibre 12,7mm), capaz de perfurar uma chapa de 32cm de aço a uma distância de 500m e uma de 20 cm a uma distância de 1000m.

Estrada Piche - Buruntuma – 1“Chaimite” e 2 “Whites” do Esq. Rec. de Cavalaria, estacionado em Bafatá e em Piche-1973.


Nota do autor: Na recolha para este trabalho foram coligidos elementos, material e fotos, com a devida vénia, da Wikipédia/Internet; How stuff Works.com; Infantry Weapons of the World, da Brassens, Editor J.L.H. Owen; Guerra Colonial, de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, Edição Diário de Notícias; Modern Firearms & Ammunition Encyclopedie; Armamento do Exército Português, Vol. I – Armamento Ligeiro, de António José Telo e Mário Álvares, da Prefácio; Armas de Fogo, seus Componentes, Capacidades e o seu Uso pelas Forças Policiais, de Luís Dias (PJ - Maio de 2004) e apontamentos e fotos diversas do próprio autor