Lamentamos comunicar a toda a comunidade "Comandos" o falecimento esta madrugada do nosso General “CMD” João de Almeida Bruno.
À sua família e em nome dos
camaradas do Regimento de Comandos da Amadora endereçamos desde já os nossos sentimentos.
O velório deverá realizar-se na Academia Militar de Lisboa depois de realizada a autópsia.
General de 4 Estrelas, João de Almeida Bruno, nascido a 30 de Julho de 1935, na freguesia de Santa Isabel, concelho de Lisboa. Incorporado, em 14 de Outubro de 1952, na Escola do Exército, foi promovido a Alferes. Mobilizado para Angola, em comissão por imposição desde 5 de Maio de 1961, na Companhia de Cavalaria nº 108 e na Companhia de Cavalaria n° 148. Novamente mobilizado para Angola, em 9 de Janeiro de 1965, como Oficial de Operações e Informações do Batalhão de Cavalaria nº 745 e antes de terminar a comissão ofereceu-se para frequentar o 5º Curso de Comandos, que terminou com aproveitamento em 30 de Setembro de 1966, sendo nomeado no Oficial de Operações e Informações do Centro de Instrução de Comandos/RMA.
Em 24 de Maio de 1968, é designado Ajudante-de-Campo do Governador e Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné. Promovido a Major, em 01 de Março de 1971, é nomeado Chefe do Centro de Operações Especiais, do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné. Em 1972 é criado o Batalhão de Comandos da Guiné, que sob seu comando atingiu um extraordinário espírito de corpo e invulgar eficiência técnica.
Em 1973, é condecorado com a Cruz de Guerra de 1ª classe e a Medalha de prata de Valor Militar, com palma e promovido, por distinção em combate, a Tenente-Coronel.
No posto de General é Presidente do Supremo Tribunal Militar, de 04 de Maio de 1994 a 04 de Maio de 1998, data da passagem à situação de reforma.
Louvado o Major de Cavalaria “Comando”, João de Almeida Bruno, pelo excepcional brilhantismo como vem cumprindo as complexas missões de que tem sido incumbido no Teatro de Operações da Guiné.
Tirando amplo partido das suas extraordinárias qualidades militares, constantemente postas à prova, e que lhe valeram, com incontestada justiça, as honrosas condecorações que ostenta, vem exercendo no Centro de Operações Especiais uma chefia altamente valorosa, demonstrando completa integração na estratégia de contra subversão em curso e apurado sentido da forma de a conduzir.
Com denodado esforço, invulgar competência profissional, alto critério, persistência e comunicativo entusiasmo, converteu o Centro de Operações Especiais num órgão de excepcional eficiência e rentabilidade, perfeitamente adaptado à transcendente missão que lhe cabe na conduta das operações, tendo ainda dedicado particular atenção e cuidado à preparação e acionamento de pequenos grupos orientados para operações especiais, que concebeu e planeou com inexcedível competência, integrando-se frequentemente nas que se ofereciam mais difíceis ou envolviam maior risco.
À testa de um grupo de militares africanos de reduzido efectivo tem percorrido o Teatro de Operações, executando acções de todo os tipos nas zonas mais perigosamente infestadas pelo inimigo, demonstrando, em circunstâncias de evidente risco de vida e junto dos seus homens, que o veneram, rara abnegação, serenidade, bravura e excepcional capacidade de decisão.
Teve especial relevância o seu comportamento nas acções “Nadia”, em Agosto de 1971, “Zavenda”, em Maio de 1972, e num golpe de mão, em Setembro de 1971, em determinada região, em que, frente ao inimigo, numericamente muito superior e debaixo de intenso fogo, conduziu com toda a serenidade a firme reacção dos seus homens, ocupando os lugares mais expostos e a todos contagiando com o seu exemplo de indómita coragem e desprezo pelo perigo.
O Major Almeida Bruno constitui-se notável exemplo de verdadeira vocação militar, e da sua última acção, em constante afirmação do mais puro idealismo, resultou grande brilho e honra para as Armas Portuguesas e para a Pátria.
Não esquecemos o apoio que nos deu (em 17 de Março de 1973) a Comandar uma força do Grupo de Operações Especiais do então Alferes Comando, Marcelino da Mata, que efectuou um Golpe de Mão a uma base IN, junto da nossa fronteira, mas no lado da Guiné Conacri, grupo que era responsável por diversos ataques a Tabancas da zona de Galomaro e flagelações ao aquartelamento do Dulombi. A operação foi um sucesso e durante dois ou três meses houve algum descanso na zona.
Que possa a sua alma guerreira descansar em paz!
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