No dia 28 de Março de 1974, o BCAÇ 3872 (CCS-Galomaro; CCAÇ3489 - Cancolim; CCAÇ3490 - Saltinho e CCAÇ 3491 - Dulombi/Galomaro) e as companhias independentes: CCAÇ3518
(Gadamael/Guidage); CCAÇ3519 (Barro/Cacheu); CCAÇ 3520(Cacine) - que viriam a
desembarcar no Funchal - e CART3521 (Piche/Bafata/Safim), embarcaram no porto de Bissau, no navio NIASSA, que nos traria de volta ao convívio das famílias e amigos.
sábado, 29 de março de 2014
terça-feira, 11 de março de 2014
A OPERAÇÃO "ALMA FORTE", O NOSSO PRIMEIRO CONTACTO COM O IN
JÁ SE PASSARAM 42 ANOS, MAS AINDA ME LEMBRO E BEM, DA PRIMEIRA EMBOSCADA/CONTACTO COM OS GUERRILHEIROS DO PAIGC.
Em 11 de Março 72, no dia seguinte à saída da
CCAÇ 2700, o 2º e 3º GC, reforçados por 1 Secção do Pel.Mil. 288, iniciaram a Operação
"Alma Forte", com a duração de dois dias (Sábado e Domingo), com
a finalidade de reconhecer e armadilhar os pontos de passagem do IN no Rio
Corubalo. A operação era comandada pelo Alferes Mil~, L. Dias (2º GC). Nesse dia, depois de invertermos a marcha, pelas 18h30, quando parámos
para descansar junto ao Rio Lemenei/Paiai Lemenei, uma zona de mato denso e
arborizado, tivemos o nosso primeiro contacto com o IN, estimado em 40/50
elementos. Nos primeiros momentos de troca de tiros houve alguma dificuldade na
resposta ao fogo do adversário, que utilizava armas automáticas e
roquetes/morteiros, em especial na utilização dos nossos morteiros e dos
dilagramas, devido às condições adversas do local. Só quando conseguimos sair
daquela mata e depois de lançarmos várias granadas de morteiro 60 mm, que terão
atingido fortemente o adversário é que este iniciou a retirada, a coberto da
noite que, entretanto, tinha caido.
Devemos salientar nesta emboscada a actuação do
Furriel do 2ºGC, Espírito Santo, que fixou com a sua Secção o fogo inimigo,
permitindo a saída do restante pessoal e a actuação do soldado At. Manga Camará
do 3º GC, que tomando conta do morteirete de 60 mm, colocou-o à barriga (um
feito difícil de acreditar para quem não viu) e disparou diversas granadas que
mudaram o rumo dos acontecimentos. Também de salientar a actuação do 1º Cabo
Amílcar Costa, também do 2ºGC, que, alertado por um camarada (o
"Amarante"), avistou um elemento IN e foi o primeiro elemento da
nossa companhia a efectuar fogo sobre os guerrilheiros, com a sua Met. Lig.
HK21, só parando quando a mesma se encravou por problemas na fita alimentadora.
Do confronto resultou para o IN, pelos vastos
vestígios de sangue encontrados, pelo material diverso abandonado e pela rádio
do PAIGC (que confirmou baixas, o que era raro), sofreu baixas não controladas
e a apreensão de 11 granadas de RPG7 /RPG2, entre outro material e equipamento.
As nossas forças sofreram dois feridos ligeiros e a sorte de outros elementos
terem recebido tiros que lhes atravessaram os cantis, os carregadores, as
camisas ou dólmens....enfim, uma ajuda vinda dos Céus!!!
Pelo reconhecimento feito posteriormente ao local,
julgamos que o IN estava naquela zona a descansar, para mais tarde ir flagelar
o quartel do Dulombi e ao aperceber-se da nossa presença iniciou manobras de
envolvimento para nos atacar.
Esta acção mereceu das diversas cadeias de
comando as seguintes referências elogiosas:
-Do Cmdt BCAÇ 3872 msg nº70/03:"Felicito
êxito obtido. Transmita pessoal dessa minha satisfação";
-Do Cmdt CAOP2 (Agrupamento de Batalhões daquela
área) msg nº952/0: "Felicito tão auspicioso começo";
-Do Cmdt Chefe -REP OPER msg nº984/C: "Cmdt
Chefe (General António Spínola) felicita essa reacção à emboscada do In durante OP "Alma
Forte", reveladora de determinação".
O 2º GC, passou a utilizar como lema, posto no
seu "crachat", o nome da operação que provocou o 1º contacto com o IN
- "Alma Forte".
E/D: Furriel, Espírito Santo; Alferes, Luís Dias e Furriel José Gonçalves
O Crachat do 2º GC da CCAÇ3491
Elementos do 2º GC a preparararem-se para sair para uma emboscada nocturna em Galomaro/73.
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