segunda-feira, 11 de março de 2013

OPERAÇÃO ALMA FORTE



 Esq p/ Dta: Fur. Espírito Santo, Alf. L. Dias e Fur. J. Gonçalves (os graduados do 2º GC)



OPERAÇÃO "ALMA FORTE" CCAÇ 3491-DULOMBI-GUINÉ 71-74
11 de Março de 1972

FAZ HOJE 41 ANOS QUE A CCAÇ 3491 TEVE O SEU PRIMEIRO CONTACTO/EMBOSCADA COM O IN.

Em 11 de Março 72, no dia seguinte à saída da CCAÇ 2700, o 2º GC (Alf. Dias) e 3º GC (Alf. Farinha), reforçados por 1 Secção do Pel.Mil. 288, iniciaram a Operação "Alma Forte", com a duração de dois dias (Sábado e Domingo), com a finalidade de reconhecer e armadilhar os pontos de passagem do IN no Rio Corubalo. Nesse dia depois de invertermos a marcha, pelas 18h30, quando parámos para descansar junto ao Rio Lemenei/Paiai Lemenei (18/20 km do quartel do Dulombi), uma zona arborizada (mato denso), tivemos o nosso primeiro contacto com o IN, estimado em 40/50 elementos.

Nos primeiros momentos de troca de tiros houve alguma dificuldade na resposta ao fogo do adversário, que utilizava armas automáticas e roquetes/morteiros, em especial na utilização dos nossos morteiros e dos dilagramas, devido às condições adversas do local. Só quando conseguimos sair daquela mata e depois de lançarmos várias granadas de morteiro 60 mm, que terão atingido fortemente o adversário é que este iniciou a retirada, a coberto da noite que, entretanto, tinha caído.

Salientou-se nesta emboscada a actuação do Furriel do 2ºGC, Espírito Santo, que fixou com a sua Secção o fogo inimigo, permitindo a saída do restante pessoal e a actuação do soldado At. Manga Camará do 3º GC, que tomando conta do morteirete de 60 mm, colocou-o à barriga (um feito difícil de acreditar para quem não viu) e disparou diversas granadas que mudaram o rumo dos acontecimentos. Também de salientar a actuação do 1º Cabo Amílcar Costa, também do 2ºGC, que, alertado por um camarada (o "Amarante"- que detectou um guerrilheiro), avistou o elemento IN armado que avançava sobre as nossas posições e foi o primeiro elemento da nossa companhia a efectuar fogo sobre os guerrilheiros, com a sua Met. Lig. HK21, só parando quando a mesma se encravou por problemas na fita alimentadora.

Do confronto resultou para o IN, pelos vastos vestígios de sangue encontrados, pelo material diverso abandonado e pela rádio do PAIGC (que confirmou mortos, o que era raro), sofreu baixas não controladas e a apreensão de 11 granadas de RPG7 /RPG2, entre outro material e equipamento. As nossas forças sofreram dois feridos ligeiros (ambos do 2º GC) e a sorte de outros elementos terem recebido tiros que lhes atravessaram os cantis, os carregadores, as camisas ou dólmens....enfim uma grande sorte!!!

Pelo reconhecimento feito posteriormente ao local, julgamos que o IN estava naquela zona a descansar, para mais tarde ir flagelar o quartel do Dulombi e ao aperceber-se da nossa chegada iniciou manobras de envolvimento para nos atacar.

Esta acção mereceu das diversas cadeias de comando as seguintes referências elogiosas:

-Do Cmdt BCAÇ 3872 msg nº70/03:"Felicito êxito obtido. Transmita pessoal dessa minha satisfação";
-Do Cmdt CAOP2 (Agrupamento de Batalhões daquela área) msg nº952/0: "Felicito tão auspicioso começo";
-Do Cmdt Chefe -REP OPER msg nº984/C: "Cmdt Chefe felicita essa reacção à emboscada do In durante OP "Alma Forte", reveladora de determinação".
O 2º GC, passou a utilizar como lema, posto no seu "crachat", o nome da operação que provocou o 1º contacto com o IN - "Alma Forte".

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