IIª PARTE
1. ARMAMENTO MÉDIO E PESADO
1.1. AS METRALHADORAS PESADAS
1.1.1 AS FORÇAS PORTUGUESAS:
Na década de 1860 e durante a Guerra Civil Americana surgiram em combate as primeiras metralhadoras, devido ao trabalho do norte-americano Richard Gatling (embora fosse licenciado em medicina, ele preferiu continuar a sua actividade de inventor, em vez de exercer a profissão de médico). A sua Gatling patenteada em 1862 (cujo modelo terá tido origem no desenho da “mitrailleuse” do exército belga), perdurou durante muitos anos no exército dos EUA, tendo sido considerada obsoleta em 1911. No entanto, não se tratava de uma arma automática, porque o seu sistema operativo era manual, com recurso ao uso de diversos canos, dispostos circularmente. Mais tarde, o conceito da Gatling veio a ser retomado nos anos 40/50, devido à necessidade de se obter maiores cadências de fogo, em especial nas aeronaves, com posterior recurso a motores eléctricos para circular rapidamente os diversos canos. De facto, uma arma de um só cano que tivesse uma cadência de 500/600 tiros por minuto (tpm) já era bastante razoável, mas a Gatling já podia fazê-lo com a mesma capacidade, mas com diversos canos (por exemplo 6x500 tpm). Com a utilização moderna e com recurso a calibres que podem variar entre o 5,56 mm e o 37mm essa capacidade aumentou grandemente. O canhão M61-Vulcan, de 20mm, de 6 canos, da General Dynamics, é capaz de lançar 6 000 projécteis por minuto. É também conhecido o canhão GAU-8 Avenger, no calibre 30mm, de 7 canos, colocado em aviões de ataque ao solo (A-10 Thunderbolt II – “Warthog”), utilizado para destruir carros de combate. O Gatling foi também uma referência na Guerra do Vietname, colocado em helicópteros, usando fitas de 4 000 cartuchos e também com a capacidade de disparar 6 000 tpm (Minigun M134, no calibre 7,62mm).
Napoleão III seguiu com interesse o progresso da arma Gatling, tendo mandado desenvolver em França uma metralhadora capaz de efectuar disparos múltiplos. Surgem, assim, as metralhadoras Reffye (com 25 canos de 13mm cada) e a Christophe-Montigny (com 19, 31 ou 37 canos).
Portugal, possivelmente depois de 1872, adquiriu algumas metralhadoras Montigny (há um modelo de 37 canos no Museu da Academia Militar - a Armada recebeu um modelo de 31 canos). De notar que o conjunto da metralhadora, reparo de rodas e duas caixas de munições pesavam pouco mais de uma tonelada (!). A arma, com pessoal bem treinado era capaz de efectuar entre 220 a 250 tpm. Enquanto a repetição do disparo, no caso da Gatling, se fazia através de um movimento manual de uma manivela ou alavanca, fazendo girar os canos envolta de um feixe central, conseguindo que os mesmos procedessem às diversas operações de extracção, introdução e percussão, outras, como no caso da Montigny, o efeito era o mesmo mas através de um feixe de canos fixos, sendo o disparo obtido por uma alavanca e no caso da Nordendelt (inventada em 1873, pelo engenheiro sueco Helge Palmcrantz), com recurso a canos dispostos em paralelo, o disparo dava-se, também, por efeito de uma alavanca, sendo que os cartuchos percutidos caíam pela força da gravidade (mais tarde a metralhadora ligeira dinamarquesa Madsen, usada no nosso país pelas unidades de cavalaria, iria adoptar um sistema semelhante na extracção das cápsulas detonadas). Portugal adquire as metralhadoras Nordenfeldt, no calibre 25mm, em 1880, que foram aplicadas na corveta-couraçado Vasco da Gama, servindo como defesa contra torpedeiros.
Com o início das Campanhas de África de Pacificação na década de 1890, a Nordenfeldt, alterada muitas vezes para os calibres das espingardas (11mm, depois 8mm e mais tarde 6,5mm), foi usada quer por forças da marinha de guerra, quer pelo exército, conjuntamente com a Gardner e a Gatling (normalmente utilizadas pela Armada).
No período de renovação militar do tempo do final do reinado de D. Carlos, a metralhadora Vickers-Maxim é a seleccionada para o Exército Português. A Maxim é já uma arma revolucionária, porque é a primeira metralhadora automática, de um só cano, com apenas 20 kg e capaz de disparar 600 tpm. O seu inventor foi o norte-americano Hiram Maxim, que conseguiu tornar obsoletas as metralhadoras então existentes, com o seu modelo, introduzido em 1884. A arma que veio para Portugal tomou o nome da Maxim m/906, no calibre 6,5mm e foi construída na Inglaterra, depois de Maxim se ter unido à fábrica inglesa Vickers.
Com a entrada de Portugal no primeiro conflito mundial a Inglaterra fornece a metralhadora Vickers à Força Expedicionária (1917), no calibre 7,7mm (m/917) ficando a Maxim na metrópole e sendo também enviada nas expedições que partem para África. Após a Iª Guerra Mundial a Vickers irá substituindo, definitivamente, a Maxim. A Vickers foi evoluindo os seus modelos e Portugal foi acompanhando esta evolução adquirindo os modelos melhorados (m/930, no calibre 7,7mm, m/937, no calibre 7,7mm e m/939, já no calibre 7,9mm). A partir de finais dos anos 30 inicia-se um processo de renovação para adquirir outra metralhadora pesada, mas a Vickers irá perdurar, especialmente em África, onde ainda será usada no início da Guerra Colonial.
Em finais dos anos 30, a partir do modelo da metralhadora pesada Breda de 13,2mm, esta fábrica italiana desenvolve um modelo que disparava o cartucho 8mm Breda para consumo interno e outro que disparava o cartucho 7,9mm para exportação. Em 1938, o nosso país decide-se pela compra desta metralhadora pesada, com tripé, a fim de completar as armas que usavam o cartucho 7,9mm mauser (ou 7,92mm), como a metralhadora ligeira Dreyse e espingarda Mauser.
Metralhadora pesada Breda m/938
Características desta arma
ORIGEM: Itália
CALIBRE: 7,92 mm
DATA DE FABRICO INICIAL: 1937
ESTRIAS: 4 no sentido dextrorsum
COMPRIMENTO: 1, 270m
VELOCIDADE INICIAL À BOCA DO CANO: 776 m/s
APARELHO DE PONTARIA: Linha de mira lateral, de alça rectilínea com cursor e
ranhura em “V”, graduada dos 3 aos 30 hectómetros. Ponto de mira de secção
trapezoidal
ALCANCE MÁXIMO: 4000 m
ALCANCE ÚTIL: 3000m
ALCANCE EFICAZ: 3500m
PESO: 11, 30 kg
ALIMENTAÇÃO: Lâmina/Pente com 20 alvéolos
CADÊNCIA DE TIRO: 240 tpm (c/12 lâminas), mas podendo chegar a 400 tpm
MUNIÇÃO: 7, 92 mm Mauser, de percussão central
SEGURANÇA: Imobilização do gatilho
FUNCIONAMENTO: Arma automática, de tiro automático, com tomada de gases
num ponto do cano e com regulador de tomada de gases.
A chegada da Browning M2 ao nosso país dá-se depois da nossa entrada na NATO e da assinatura do Acordo de Defesa de 1951. Dado ter-se tratado da primeira arma que possuíamos neste calibre, implicou a revisão da tipologia de atribuição às armas. Por exemplo, a Breda passou a ser vista como metralhadora ligeira. A arma foi recebida em múltiplas variantes (fixas, em tripé, em reparos AA, em veículos, em aviões e em reparos quádruplos) e tomou a designação de, metralhadora pesada 12,7mm m/955 Browning M2. Mais de 50 anos depois de a termos recebido a M2 é ainda a metralhadora pesada padrão das nossas forças armadas.
Metralhadora pesada Browning M2HB m/955
Características desta arma
TIPO: Metralhadora pesada
PAÍS DE ORIGEM: EUA
CALIBRE: 12,7mm Browning
DATA DE FABRICO INICIAL: 1921
NÚMERO DE ESTRIAS: 8
ALCANCE MÁXIMO: 6 750 m
ALCANCE PRÁTICO EM TIRO TERRESTRE: 2 380 m
ALCANCE PRÁTICO EM TIRO ANTI-AÉREO: 700 m
COMPRIMENTO DA ARMA: 1, 650m
COMPRIMENTO DO CANO: 1, 140 m
PESO: 38, 1 Kg
VELOCIDADE INICIAL DO PROJÉCTIL À BOCA DO CANO: 893 mps
ENERGIA DO PROJÉCTIL: Cerca de 17000 joules
MUNIÇÃO: 12,7x99mm Winchester
CADÊNCIA DE TIRO: 400 a 600 tpm
ALIMENTAÇÃO: Fita de elos desintegráveis com capacidade variada
SEGURANÇA: Os modelos antigos não possuem, mas o ainda actual M2E2 tem junto ao gatilho um fecho manual de segurança.
FUNCIONAMENTO: Arma de tiro semi e automático com curto recuo do cano, disparando no sistema de culatra fechada.
A metralhadora pesada Browning M2HB, colocada em reparo duplo, num navio de guerra.
Em algumas unidades de cavalaria, em especial as que tinham blindados de origem inglesa existiu ainda a metralhadora média BESA, fabricada naquele país (baseada no modelo checoslovaco ZB-53, de 1936, desenhada por Vaclav Holek), no calibre 7, 9mm.
1.1.2. AS FORÇAS DO PAIGC
As forças de guerrilha do PAIGC estavam bem equipadas no que concerne a metralhadoras pesadas, especialmente fornecidas pela antiga URSS e países satélites; as Goryunov SG-43 e SGM, no calibre 7,62x54mm R, que foram construídas durante a IIª Guerra Mundial e que se mantiveram ao serviço dos russos até aos anos 60, as Degtyarev DShK, no calibre 12,7mm, de 1938, reformuladas em 1946 (DShKM – m/38-46) e, especialmente, as Vladimirov KPV, no calibre 14,5mm, que entraram ao serviço da URSS em 1949.
Metralhadora Pesada Goryunov SG-43
Características desta arma
ORIGEM: URSS
CALIBRE: 7,62mm R
DATA DE FABRICO INICIAL: 1942
ESTRIAS:
COMPRIMENTO: 1, 15m
VELOCIDADE INICIAL À BOCA DO CANO: 800 m/s
ALCANCE:
PESO: 13,8 Kg, 41 Kg com reparo de rodas
ALIMENTAÇÃO: Fitas de 200 OU 250
CADÊNCIA DE TIRO: 500 a 700 tpm
MUNIÇÃO: 7,62X54mmR
SEGURANÇA:
FUNCIONAMENTO: Arma automática, a funcionar por gases.
Metralhadora pesada Degtyarev DShK
Características desta arma
ORIGEM: URSS
CALIBRE: 12,7mm
DATA DE FABRICO INICIAL: 1938
ESTRIAS:
COMPRIMENTO: 1,625 m
VELOCIDADE INICIAL À BOCA DO CANO: 860 m/s
ALCANCE PRÁTICO EM TIRO TERRESTRE: 2000m
ALCANCE PRÁTICO EM TIRO ANTI-AÉREO: 1000m
PESO: 35,5 Kg
ALIMENTAÇÃO: FITAS DE 250
CADÊNCIA DE TIRO: 540 a 600 tpm
MUNIÇÃO: 12,7X108 mm
SEGURANÇA:
FUNCIONAMENTO: Arma automática, a funcionar por gases.
Metralhadora pesada Vladimirov KPV
Características desta arma
ORIGEM: URSS (Krupnokaliberniy Pulemyout Vladimirova)
CALIBRE: 14,5mm
DATA DE FABRICO INICIAL: 1944 (protótipos). Entrada ao serviço do Exército em 1949
ESTRIAS:
COMPRIMENTO: 2m
VELOCIDADE INICIAL À BOCA DO CANO: 990 m/s
ENERGIA DO PROJÉCTIL: Entre 30 a 32000 joules
ALCANCE PRÁTICO EM TIRO TERRESTRE: 1100m
PESO: 49,1 Kg
ALIMENTAÇÃO: Fitas 100
CADÊNCIA DE TIRO: 600 tpm
MUNIÇÃO: 14,5X115 mm
SEGURANÇA:
FUNCIONAMENTO: Arma automática, de curto recuo do cano, com tomada de gases num ponto do cano e arrefecimento a ar.
Metralhadoras Vladimirov KPV, constituídas em quadrupla (bateria anti-aérea – ZPU-4)
1.1.3. OBSERVAÇÕES
A Breda era uma arma que necessitava de rigorosa limpeza sempre que era disparada, em especial na zona de tomada de gases e também de cuidados com os seus pentes/lâminas de 20 cartuchos, que serviam para alimentar a arma, pois qualquer amolgadela ou deformação, mesmo que ligeira, poderia causar interrupções no tiro. As lâminas transportadoras dos cartuchos podiam ser ligadas umas às outras, havendo a curiosidade de não ejectarem os invólucros detonados que eram cuidadosamente repostos na lâmina (uma preciosidade limpa e muito ecológica!). Cada metralhadora vinha acompanhada de uma máquina de carregar as lâminas.
A Breda foi usada amplamente nas ex-colónias e ainda viu o início da guerra colonial, vindo a ser substituída por outras de munição NATO, a partir de 1963.
Na Guiné, embora a Breda possa ter sido utilizada anteriormente em viaturas (semi-blindadas ou não), a sua melhor utilização terá sido na defesa dos aquartelamentos. Nos anos a que me reporto (1971-74), existiam ainda metralhadoras Breda em alguns aquartelamentos, contribuindo para a sua defesa imediata.
A metralhadora Browning M2HB (.50 – cartucho de 12,7mm desenvolvido pela fábrica Winchester), é uma das mais fantásticas armas de guerra fabricadas até hoje. Foi criada por John Moses Browning (um dos mais produtivos inventores de armamento de sempre) e, juntamente com a Kalashnikov, são consideradas das armas mais difundidas mundialmente. A Browning pode ser utilizada como arma anti-aérea, terrestre e também naval, em tiro directo ou indirecto. Pode usar munições perfurantes, explosivas, tracejantes, incendiárias e perfurante anti-tanque. Pode ser colocada em reparos e posições apropriadas para aviões, viaturas blindadas ou não e em diverso tipo de barcos/navios, etc.
Com larga utilização na IIª Guerra Mundial, a Browning M2HB, foi sendo actualizada e entrou em todas as guerras em que os EUA estiveram envolvidos, nomeadamente na Guerra da Coreia, do Vietname, do Camboja, das intervenções no Panamá e na Somália, nas Guerras do Golfo, do Afeganistão e do Iraque. Terão sido produzidas mais de 3 milhões desta fantástica arma.
Muito provavelmente a partir de 2011 uma nova metralhadora, a GD-LW50MG, com o peso de 18 kg (+ 10 kg com tripé), fabricada pela firma norte-americana General Dynamics será introduzida nas forças armadas americanas, para substituir as Browning.
A Browning foi utilizada na Guiné em posições de defesa de aquartelamento, em veículos semi-blindados, nas lanchas e nos aviões F-86 Sabre, que estiveram presentes no início do conflito, tendo sido retirados por pressão dos EUA, por serem considerados material NATO (os Harvard T-6 no teatro da Guiné e no tempo em referência, usavam foguetes de 37mm ou serviam de bombardeiros de ataque ao solo, lançando bombas de 2x50Kg ou 6x15Kg. Em outros teatros operacionais (Angola e Moçambique) operavam também com metralhadoras Browning M30, no calibre 7,62mm e em outros países utilizavam Brownings calibre 12,7mm – esta preciosa informação foi-nos prestada pelo camarada Miguel Pessoa).
Em meados 1973, o meu Grupo de Combate (IIº GC da CCAÇ3491) esteve colocado de reforço ao Batalhão de Piche onde, entre outras actividades, participávamos na escolta e protecção aos trabalhos da TECNIL, na estrada entre Piche e Buruntuma. Nessas acções éramos acompanhados por elementos do Esquadrão de Reconhecimento de Cavalaria, com viaturas “Chaimite” e “White” e, nestas últimas, estava montada uma metralhadora Browning 12,7mm em cada uma delas, para além de HK´s-21, morteiro 60mm e dilagramas, se bem me lembro. Operacionalmente pudemos apreciar a forma de trabalhar desta arma, quando numa emboscada do IN a uma coluna, ouvimos o seu cantar, enquanto as viaturas do esquadrão percorriam a área sob fogo do IN, ripostando com eficácia. Num dos locais alvejados pela Browning, estaria um elemento do PAIGC, o qual ao sentir que poderia ser atingido, largou as calças, para se desembaçar das ramagens que, possivelmente, o prendiam e o não deixavam fugir mais depressa. Na brincadeira, nós pensávamos, o que é que terão dito os outros guerrilheiros ao verem chegar o seu “camarada” sem as calças, em pelota. O barulho da arma era impressionante e galvanizava o nosso lado.
As metralhadoras pesadas do PAIGC foram mais utilizadas como armas anti-aéreas, mas também em defesa directa das suas bases e, nalguns casos, em ataques e flagelações aos nossos aquartelamentos. Numa das operações que realizámos, já não me lembro se na área de Piche, se na de Nova Lamego encontrámos uma munição nova de 14,5mm, num dos trilhos, sinal de que, pelo menos, o IN teria transportado uma arma desse calibre por aquela zona.
Das metralhadoras pesadas existentes a Vladimirov KPV, no calibre 14,5mm, era a mais famosa, em especial quando, constituída em posições duplas ou quadruplas [existiam as ZPU-1 (1 cano), ZPU-2 (2 canos) e ZPU-4 (4 canos)], atiravam contra os nossos aviões. Primeiramente foi construída como arma de infantaria, mas a partir dos anos 60 passou a ser utilizada como arma anti-aérea e, na versão KPVT (Tankoviy), como arma dos blindados BTR-60 e BTR-70 e dos BRDM. Foi também utilizada em navios de patrulha e reconhecimento da marinha de guerra russa.
Recentemente a China melhorou a munição 14,5mm (núcleo em tungsténio), dando-lhe uma velocidade de saída entre os 1000 /1030 metros por segundo e com uma energia de 32000 joules (o dobro do calibre 12,7mm), capaz de perfurar uma chapa de 32cm de aço a uma distância de 500m e uma de 20 cm a uma distância de 1000m.
Estrada Piche - Buruntuma – 1“Chaimite” e 2 “Whites” do Esq. Rec. de Cavalaria, estacionado em Bafatá e em Piche-1973.
Nota do autor: Na recolha para este trabalho foram coligidos elementos, material e fotos, com a devida vénia, da Wikipédia/Internet; How stuff Works.com; Infantry Weapons of the World, da Brassens, Editor J.L.H. Owen; Guerra Colonial, de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, Edição Diário de Notícias; Modern Firearms & Ammunition Encyclopedie; Armamento do Exército Português, Vol. I – Armamento Ligeiro, de António José Telo e Mário Álvares, da Prefácio; Armas de Fogo, seus Componentes, Capacidades e o seu Uso pelas Forças Policiais, de Luís Dias (PJ - Maio de 2004) e apontamentos e fotos diversas do próprio autor