quarta-feira, 27 de maio de 2009

O GRUPO ESPECIAL do MARCELINO da MATA EM GALOMARO

O ATAQUE IN A CAMPATA E A INTERVENÇÃO DO GE DO ALF. CMD. MARCELINO DA MATA

A 16 de Março de 1973, o IN flagelou o quartel do Dulombi, às 17h55, sem quaisquer consequências, abandonando na base de fogos, diverso material, nomeadamente granadas de RPG-2 e RPG-7, isto devido à reacção das nossas forças, através de disparos dos 2 morteiros 81 mm e dos vários morteiros de 60 mm.

Mais tarde, pelas 21h15, um grupo inimigo atacou com violência a Tabanca de Campata, situada a alguns quilómetros de Galomaro. Contudo, a pronta reacção do Pel. Milª, que defendia o local, bem comandado por Semba Embaló, o qual, após ter sido detectada a presença inimiga e sabedor das intenções dos guerrilheiros, dispôs os seus homens nas valas e só ordenou fogo quando o IN estava já muito perto da tabanca. A justeza e direcção do fogo das milícias, obrigou os elementos do PAIGC a fugir, deixando no terreno 5 mortos e diverso material.

Elementos dos Pel. Milª de Pate Gibel e Dulô Gengele e o 4º Gr. Comb. da CCAÇ 3491, comandado pelo Alf. Parente, que se encontrava emboscado na zona dirigiram-se ao local em apoio de Campata. O IN na sua retirada é interceptado em Dulombi (A) vindo a sofrer feridos graves, pelos vestígios de sangue encontrados, a captura de um guerrilheiro armado e a apreensão de 2 Espingardas automáticas Kalashnikov, 3 RPG-2, 1 pistola Tokarev TT33, diversas granadas defensivas F1 e chinesas de cabo de madeira.

Com a captura de um elemento do PAIGC, surgiu em Galomaro, no dia seguinte, o Cmdt das Forças Especias, o então Major Almeida Bruno, acompanhado do Alf. Cmd, Marcelino da Mata e o seu Grupo Especial. O Grupo era composto por 16 elementos, armados com 2 Kalashnikov (Alf e Fur), 7 Dectyarev RDP e 7 lança granadas foguete (RPG-2 e RPG-7). Depois de se conseguir obter do prisioneiro a orientação da base IN, situada na República da Guiné-Conackri, junto à nossa fronteira, aquela força fez-se transportar pelo fim da tarde de hélio até perto do local, vindo a ser recolhida no dia seguinte, do nosso lado, após assalto à base do PAIGC, que destruiram.

Antes da partida ainda perguntámos ao Marcelino se achava que os 16 elementos seriam suficientes para o assalto, dado que as informações colhidas diziam ali estarem cerca de 40/50 guerrilheiros, ao que ele respondeu, com ar zombeteiro: "E só lá entro com 10, os outros ficam de reserva!". Algumas das tabancas de Campata que foram incendiadas pelo forte ataque do PAIGC. Aqui não se sente o cheiro a queimado, o choro das mulheres e das crianças e o lamento pelos feridos da população e da milícia, que foram sentidos pelos elementos da CCAÇ 3491 e da CCS de Galomaro, que acorreram ao local.

Guerrilheiros do PAIGC mortos em combate no ataque a Campata (F1).

Dois dos cinco elementos do PAIGC mortos em combate no ataque a Campata (F2).

O GE do Alf. Cmd. Marcelino da Mata a caminho dos hélios que os iriam transportar no assalto a uma base IN, na Rep. da Guiné-Conacri - Galomaro, Março de 1973.

O heróico chefe do Pel. Milª de Campata - Semba Embaló (aqui com o Alf. L. Dias da CCAÇ 3491), que soube organizar as suas forças de forma a repelir com grande sucesso o ataque de um grupo IN fortemente armado. Campata 1973.

FOTOS COM HUMOR NA ÚLTIMA GUERRA DO IRAQUE

Cá por mim estás a ver a cadela do vizinho!
Onde se esconde o militar? Isto sim, é camuflagem!

Forças Aero transportadas.

Saída por aqui para os " carros armadilhados com bombas".

Olhem para o passarinho!Sorriam....!Esperem pelo flash e pronto....já está!

Com este novo avião o "Strela" nem vê-lo!

Fuzileiros a banhos.

Para poupar munições.

Dá tempo para tudo.

Auto metralhadora ligeira.

Carro de reconhecimento.

Treino com o morteiro 60 mm.

Pois é! Foi assim que os alemães perderam a guerra!

Forças páraquedistas.

A armadilha para gulosos!


Uma nova bomba! Não uma bomba de m..da!

Treino operacional da cavalaria.
À espera de boleia


Isto é mesmo de mulher! Olha a mala, olha a mala, olha a malinha de mão.


















segunda-feira, 18 de maio de 2009

ALMOÇO CONVÍVIO EM COMEMORAÇÃO DOS 35 ANOS APÓS O REGRESSO DA GUINÉ

O "Bando" da CCAÇ 3491

ALMOÇO-CONVÍVIO DA CCAÇ 3491

GUINÉ 71-74 (Dulombi/Galomaro)

A CCAÇ 3491 levou a cabo no passado dia 16 de Maio (Sábado) o seu almoço-convívio, comemorativo dos seus 35 anos, após o regresso da Guiné. O evento teve lugar em S. Martinho de Anta-Sabrosa-Vila Real (terra do escritor Miguel Torga).

A concentração efectuou-se no Largo do Eiró, no centro de S. Martinho, tendo o grupo recebido as boas vindas do Presidente da Junta de Freguesia,guardado um minuto de silêncio em memória daqueles que já partiram e recebido algumas pequenas lembranças ofertadas pela Junta.

Seguiu-se uma missa de Acção de Graças, na lindíssima Capela de Nossa Senhora da Azinheira, celebrada pelo filho do organizador da confraternização, António Melro.

A partir das 12h30, seguiu-se em coluna para Constantim, onde teve lugar o almoço.

A festa foi abrilhantada por um grupo musical local e por dois acordeonistas, sendo que um era camarada da companhia, e durou até ao fim da tarde/noitinha.

Não obstante o local do evento não ser muito central, o pessoal que compareceu, juntamente com as famílias, foi em número bastante razoável (acima das 70 pessoas). Apareceram dois camaradas que já não víamos desde a Guiné – o Nogueira e o Agonia – que são muito bem-vindos.


Houve ainda os discursos proferidos pelo Graciano, pelo Manuel Rodrigues e claro pelo nosso cómico de serviço - Norberto Fernandes, o "Charlot".

Mas nem tudo foram alegrias, porque neste ano sofremos baixas. Tivemos conhecimento do falecimento por doença dos camaradas: Mário Castanheira –Ex-Furriel Milº, Atirador de Infª, Américo Machado, "Perri" –Ex. Furriel Milº Atirador de Infª e Nicolau Martins, "Chaves" – Ex-1º Cabo Radiotelegrafista. Que Deus os guarde em seu eterno descanso.

Para o ano a festa continua e terá lugar em Lousada e será organizada pelo Joaquim Xavier.


FOTOS DO CONVÍVIO



Ao centro, de gravata, o Norberto Fernandes, o "Charlot", após o seu discurso. Vendo-se ainda o Joaquim Pedro e o Mateus Baptista.

O Manuel Parente (Alf) e o Alfredo Carvalho (Fur) que dirigiam o 4º Gr.Comb (estando em falta o Américo Machado (Fur)-falecido recentemente).
Em primeiro plano o organizador (Ex-1º Cabo Atirador António Melro), depois o Luís Dias e o Fernando Pires. De costas o Manuel Parente.

Da esq. p/ dta os Ex-Alferes Manuel Parente e Luís Dias e o Ex-Cap. Fernando Pires.

Os acordeonistas de serviço tocando uma modinha.

Em primeiro plano: Pires (de costas), o Espírito Santo de copo na boca, o Parente e a esposa (Manuela)(de frente).

Em pé, de dedo apontado, está o Amílcar Costa, o Ex- 1º cabo da metralhadora ligeira HK21, do 2º Gr.Combate, que foi o primeiro elemento da nossa companhia a efectuar fogo sobre os guerrilheiros do PAIGC, no contacto/emboscada de 11 de Março de 1972. No lado direito estão o Xavier(de pé) e o Espírito Santo (sentado).
Outro plano do pessoal a assistir à música.

Hora do rancho.....melhorado, com o Graciano em pé entre as mesas.

Grandes acordeonistas em plena actuação.

Em primeiro plano o Espírito Santo e a esposa e atrás o Mateus Baptista e o Manuel Rodrigues .

Seis elementos do nosso pessoal da "Ferrugem", que conduziam e tratavam tão bem das nossas viaturas (possuiam todas duas listas largas, uma azul e outra vermelha, que as distinguiam das outras viaturas do batalhão e de outras unidades).

Plano de uma das mesas.

O grupo musical que abrilhantou a festa. Ouvindo a música com atenção.

Ouvindo a música e batendo vigorosas palmas para a belissima actuação do grupo de músicos.

Outro plano das mesas, estando de camisola vermelha o Espírito Santo e a seu lado a esposa. A seguir o Parente e a esposa. De costas, o Pires. Plano da outra mesa.
O Luis Dias e o Fernando Pires.
Esq p/Dir Alfredo Carvalho (Fur), Orlando Nogueira (Sold/Fur), Idelberto Soares (o nosso Furriel das Transmissões e que chefiou o grupo dos "13", que ficaram no Dulombi, quando a Companhia foi para Galomaro) e o Costa(um dos alentejanos da companhia, que tratava tão bem da nossa cantina e que nunca falta a um encontro).

Em primeiro plano (E/D) o Manuel Rodrigues, Espírito Santo e a esposa e, em pé, de barbicha, o Pirão Martins, que juntamente com o Valente eram os responsáveis pelo morteirete 60 mm do 2º Gr.Comb.

Mais um aspecto do convívio estando em primeiro plano o Carlos Ferreira, o "Nunca Falha".









quinta-feira, 14 de maio de 2009

OS BURA...KOS DA GUINÉ

Publico a mensagem enviada para o blogue do Luís Graça & Camaradas da Guiné sobre os "buracos" em que a maioria dos combatentes foi vivendo ao longo da comissão naquela antiga província e que naquele "site" tem o nome dos "Bura...kos" em que vivemos.




Caro Carlos Vinhal

Depois da leitura sobre a maravilhosa "Estância de Férias" do Mato-Cão, excelentemente descrita pelo Camarigo Joaquim Mexia Alves e de outras descrições, não menos deliciosas sobre as condições em que fomos sobrevivendo nessa Guiné, eu, tive melhor sorte, porque andei em locais bem mais "arejados", como Dulombi, Galomaro, Piche, Bambadinca, Nova Lamego, Pirada, etc. No entanto, envio uma foto das "magnificas instalações", que foram fornecidas ao 2º Grupo de Combate da CCAÇ 3491 (Dulombi/Galomaro) quando esteve de intervenção ao serviço da CAOP 2, nos meses de Novembro e Dezembro de 1973.

O mais incrível é que o local, não era em qualquer bura..ko da zona leste, não senhor...Situava-se na própria cidade de Nova Lamego. Os soldados colocaram uma cruz na entrada....onde escreveram, como se vê: "Os abandonados de Galomaro" e, pasme-se, nunca fui abordado pelos superiores para que eles retirassem aquele "cartaz", de cariz "moderno" e tão embelezador daquele "Spa".

Pois era nesta bela "mansão" que o "Bando" por mim comandado habitou, sentindo-se uns "privilegiados", por estarem neste "paraíso", em especial por já terem 23/24 meses de Comissão e não estarem habituados a estes "luxos".

Um abraço para os editores e para todos os Tertulianos

Luís Dias