quarta-feira, 24 de dezembro de 2014



PARA TODOS OS CAMARADAS, AMIGOS OU SIMPLES LEITORES E TODOS OS SEUS FAMILIARES DESEJAMOS UM BOM NATAL E UM FELIZ ANO NOVO,

O Editor

Luís Dias



segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

FAZ HOJE 42 ANOS QUE SE DEU O ATAQUE A GALOMARO

Caros Camaradas e Amigos

Faz hoje 42 anos (1-12-972- Sexta-Feira) que, pelas 22H00, um forte ataque dos guerrilheiros do PAIGC se fez sentir à CCS do Batalhão 3872, colocada em Galomaro.

O IN efectuou a aproximação ao quartel pelo lado da estrada Galomaro-Dulombi, movimentando-se atrás de diverso gado que se encontrava espalhado não a muitos metros do arame farpado, efectuando um movimento em L.

Muitos dos elementos da CCS encontravam-se na zona da cantina, frontal donde o IN progredia, estavam descontraídos, desarmados, entretendo-se em amena cavaqueira, ou em jogos de cartas.

A sentinela  que estava no posto em frente à zona do envolvimento inimigo, estava acompanhada de um camarada de outra companhia (o Pira Lourenço), o qual lhe chamou a atenção para a zona onde estava o gado por lhe parecer ver vultos junto aos animais e instou-o a efectuar disparos para essa zona. A sentinela estava com receio de que o comandante o castigasse por ter disparado e não o queria fazer, mas a insistência do outro foi forte e foram feitos disparos para a área onde avistavam os vultos.

Foi esta atitude, esta maneira de actuar, que deram o alarme, resguardando-se o pessoal, apagando as luzes, preparando-se para o pior. Aos segundos disparos já estava o pessoal suficientemente convencido que eram os "turras" (como se dizia naquele tempo), iniciando o IN o seu ataque, com recurso ao lançamento de roquetadas, rajadas de metralhadoras ligeiras e de outras armas automáticas.

Junto ao abrigo dos enfermeiros estava uma posição do morteiro 81mm, onde o André António, juntamente com outro camarada, também enfermeiro, depois de sair por uma das frestas do seu abrigo, preparou e lançou de imediato uma granada em direcção à zona do IN. Tal foi a pressa de responder que a 1ª granada foi com cavilha e tudo. No entanto, as outras que se seguiram foram eficazes e caíram na zona deles, obrigando-os a retirar.

Este foi o 1º e único ataque que a sede do batalhão sofreu, que só não teve o sucesso que o IN esperaria (ao determinar-se a um ataque tão perto já da área do arame), pela atenção da referida sentinela e à reacção dos elementos da companhia, em especial do duo de enfermeiros que operaram com um dos morteiros 81mm.

Houve diversas moranças destruídas da Tabanca da população com feridos ligeiros, mas no quartel, para além de diversos danos materiais, causados pelas explosões dos roquetes e pelos tiros das armas automáticas, que deixaram diversas marcas nas estruturas, não houve danos pessoais a lamentar.

O IN deverá ter sofrido feridos graves face ao sangue encontrado e deixou no itinerário de retirada um guerrilheiro morto, que tentou enterrar de forma rudimentar. O morto, pelos elementos encontrados, era um enfermeiro dos atacantes. A ironia é que fora atingido por uma granada de morteiro que havia sido lançada pelos nossos enfermeiros.

Esta acção do IN veio alterar o dispositivo do batalhão, após visita ao Dulombi do General Spínola, com o envio de um Grupo de Combate (4º) logo em Janeiro para reforço de Galomaro e em 9 de  Março, com a restante companhia, na altura comandada pelo Alferes Luís Dias, deixando no Dulombi 13 elementos, comandados por um Furriel (Gonçalves do 2º GC) e 2 pelotões de milícias.

Trago aqui as palavras do 1º Cabo Juvenal Amado, sobre esse dia:
"Foi o culminar de 15 dias terríveis para Galomaro. No dia 15 de Novembro perdemos o Teixeira na estrada do Saltinho (mina). No dia 24 morre o Alferes Mota e no dia 1 tivemos este "festejo" da Restauração". 
Obrigado ao Russo, ao Lourenço pira ao Pinto e ao soldado africano que estava ao pé do paiol. Mas acima de tudo a sorte. Eu estava a jogar ás cartas na cantina quando o Lourenço deu os primeiros disparos e quando deu os segundos já eu estava no meu abrigo a apertar as cartucheiras com o Caramba( infelizmente já falecido) a a gozar comigo. O ter feito fogo do meu abrigo valeu-me uma roquetada!".



Na foto acima o morteiro 81 que salvou a situação

O posto da metralhadora MG42 e por trás o abrigo do Juvenal, vendo-se perfeitamente o buraco feito pela roquetada




sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O MODELO DE BOTAS QUE UTILIZEI NAS OPERAÇÕES NO MATO


Este era o modelo de botas, em alternativa às de cabedal, que sempre usei em todas as operações realizadas no mato, fosse patrulhas,  emboscadas, segurança, etc. Em colunas motorizadas optei sempre por usar as botas de cabedal.
LD

sábado, 27 de setembro de 2014

MINA ANTI-CARRO (A/C) MATA NA GUINÉ-BISSAU


EXPLOSÃO DE MINA PROVOCA MAIS DE UMA DEZENA DE MORTOS

Dezasseis mortos é o balanço provisório do número de vítimas da explosão de um viatura de transporte misto, que efectuava a ligação entre Bissorã e Encheia, no norte da Guiné-Bissau.

Segundo testemunhos locais, a viatura foi "pulverizada", quando circulou sobre um engenho explosivo (provavelmente uma mina anti-tanque, a que também chamávamos de anti-carro), do período da guerra colonial, que ficou exposta na sequência das chuvas torrenciais que assolam a região.

Em 2007, o Centro de Acção de Anti-Minas (CAMI), responsável pelas operações de desminagem, baseado nos mapas das zonas minadas durante a Guerra de 7 de Junho de 1998, anunciara que as 103 409 minas anti-pessoais tinham sido desactivadas, alertando, todavia, para a existência no interior do país de milhares de minas anti-pessoais e engenhos explosivos que remontam à guerra da independência que decorreu entre 1963 e 1974.

SET2014; DO BLOGUE BISSAU RESISTE, com a devida vénia.



Mina A/C TM-46, em metal, de origem russa. que eram das mais utilizadas pelos guerrilheiros do PAIGC

Quarenta anos após o final da guerra que opôs as Forças militares portuguesas ao PAIGC, uma mina A/C (muito provavelmente colocada numa zona por onde transitavam os militares portugueses) fez vítimas.


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

FOMOS COMBATENTES


FOMOS ONDE MUITOS TIVERAM MEDO DE IR E FIZEMOS O QUE TÍNHAMOS DE FAZER!

Deixámos nas Terras quentes e vermelhas da Guiné muito suor, muitas lágrimas e algum sangue.
Honremos todos aqueles que foram combatentes, que foram irmãos de armas, que cumpriram um dever que lhes foi imposto e que pela coragem e pela vontade demonstrada não vergaram, não deixaram ninguém para trás e dignificaram o seu nome e o seu país. Estes homens podem andar de cabeça erguida, pois merecem todo o nosso respeito.




terça-feira, 10 de junho de 2014

A NOSSA CRUZ DE GUERRA



A NOSSA CRUZ DE GUERRA


A OBRIGAÇÃO DE COMBATER: 
Não foi tanto a bandeira ou a autoridade hierárquica que nos fez estar ali, nos trilhos, nas picadas, nas valas, nas bolanhas e no mato denso: foi, antes de mais, os camaradas que estavam a nosso lado, com quem contávamos e que esperavam de nós o mesmo comportamento.

Luís Dias (Ex-Alf.Milº/Ex-Ten.Milº Reserva)

GUINÉ 71-74
CCAÇ3491
BCAÇ 3872

(Datas proeminentes resumidas da COMPANHIA DE CAÇADORES 3491)

A preparação do pessoal do Batalhão teve início em 13 de Setembro de 1971, com a Escola Preparatória de Quadros, da 3ª Escola de Recrutas de 1971, que durou até 25 de Setembro, no Regimento de Infantaria nº 2, em Abrantes.
 De 27 de Setembro a 13 de Novembro de 1971, teve lugar a Instrução Geral e de Especialização.
 Entre 15 de Novembro e 27 de Novembro de 1971, decorreu a organização do Batalhão.
 O Batalhão de Caçadores 3872 (B.CAÇ3872), cujo lema era "O inimigo vos dirá quem somos", teve como unidade de mobilização o então Regimento de Infantaria nº 2, situado em Abrantes.


O comando do Batalhão era composto por:
-Comandante: Tenente-Coronel de Infantaria, Castro e Lemos;
-2º Comandante: Major de Infantaria, Moreira Campos;
-Oficial de Operações: Capitão de Infantaria, Aurélio Pamplona.
O Batalhão era composto pelas seguintes unidades:
-Companhia de Comando e Serviços (CCS), comandada pelo Capitão do SGE, Jorge Mateus e mais tarde pelo Capitão do QE, Carlos Rolin Duarte.
-C.CAÇ 3489, comandada pelo Capitão Miliciano de Infantaria, Manuel Guarda (que já na Guiné e no gozo das primeiras férias (Abril de 72) decidiu ficar pelo estrangeiro....e não regressar), mais tarde comandada pelo Capitão Miliciano de Infantaria, Francisco Rosa;
-C.CAÇ 3490, comandada pelo Capitão Miliciano de Infantaria, Dário Lourenço;
-C.CAÇ 3491, comandada pelo Capitão Miliciano de Artilharia, Fernando Pires.

Em 29 de Novembro, entrou-se de licença de 10 dias.
Em 14 de Dezembro de 1971, parada no Regimento com a Cerimonia de Despedida, com alocução proferida pelo Comandante da Unidade.

A PARTIDA

Em 18 de Dezembro (Sábado), partiu o Batalhão em viaturas militares até à estação de comboios de Abrantes, onde nos esperava um comboio especial que nos levou até ao Entroncamento e, após transbordo para dois comboios também especiais, seguimos até à Estação de Santa Apolónia, seguindo, posteriormente, em viaturas militares (houve militares que tiveram de caminhar cerca de 500 metros até às viaturas, carregados com os seus haveres) até à Gare Marítima de Alcântara, onde chegámos às 6H30 (praticamente ninguém dormiu). Às 10H00, após formação do Batalhão, iniciou-se o embarque no N/T "Angra do Heroísmo", que zarpou de Lisboa, cerca das 12H00.

O navio "Angra do Heroísmo" atracado no Cais de Alcântara

Familiares e amigos a despedirem-se dos elementos do BCAÇ 3872, no Cais de Alcântara, em Dezembro de 1971

O pessoal já embarcado no navio “Angra do Heroísmo”
O Navio “Angra do Heroísmo”

Chegada ao Funchal no dia 20 de Dezembro (2ª Feira), às 01h30.
Depois de uma breve paragem no Funchal para embarque de três companhias locais: CCAÇ3518; CCAÇ3519 e CCAÇ3520, o navio seguiu a sua viagem.
Durante a viagem houve um Concurso de Tiro (de pressão de ar) a bordo, destinado a graduados, tendo o Alferes L. Dias, conseguido um óptimo segundo lugar (falhou o último tiro), obtendo a sua 1ª medalha da campanha.


Diversos oficiais (Alferes) do BCAÇ 3872. Da Esq/Dta: Rodrigues do PEL REC/CCS, Mota (Trms/CCS-Faleceu por doença na Guiné), ?, (Veiga-Finanças/CCS), Padre Nuno Oliveira (Capelão), ?, ?, Dias (CCAÇ3491), Parente (meio escondido/CCAÇ3491), Rainho ?, Armandino Ribeiro (CCAÇ3490/Morto em combate, em 17/4/72), ?,

Três Furriéis da CCAÇ3491 a bordo do Angra de Heroísmo. Esq/Dta: Rodrigues (Mecânico), Almeida (1º GC-Armas Pesadas) e Rocha (3ºGC-Atirador)
A CHEGADA

Em 24 de Dezembro (6ªFeira e véspera de NATAL!) pelas 06H00, chegada ao largo de Bissau, tendo o navio atracado cerca do meio-dia. Início do desembarque pelas 14H30. Depois do desembarque, em traje camuflado, o Batalhão deslocou-se em viaturas civis para o aquartelamento do Cumeré, onde passámos o nosso 1º Natal longe das nossas famílias (iríamos ser surpreendidos com mais 2 natais).
A CCAÇ 3491 tinha em falta 2 furrieis (1 At.Infª e 1 Op. Esp.) 6 Cabos (1Cond.Auto, 2 Radioteleg. 1 Ap, metralhadora, 1 Aux. de Enf e 1 Mec.Armamento) e 14 soldados (2 radioteleg, 1 mec-auto, 8 At.Inf.,1 Cozinheiro, 1 Cond.Auto e 1 Ap.Mort.Pesado).
O BACCAÇ tinha em falta: 9 sargentos, 19 cabos e 34 praças.

Mapa da Guiné-Bissau (Em baixo, à direita, na fronteira entre o verde escuro e o verde claro, podemos ver o Dulombi assinalado

Cais de Pidjiquiti-Bissau

Cidade de Bissau

No mesmo dia à noite  flagelação do IN a um aquartelamneto perto de Bissau, obrigando muita gente a vir para umas espécies de valas do Cumeré.
Dia 26 de Dezembro (Domingo) parada militar com  locução de boas vindas por parte do Comandante-chefe (General António Spínola) e desfile do batalhão e das companhias independentes que tinham chegado connosco.
Atribuição das zonas de quadrícula das companhias:
Ficámos a saber da decisão do comando do batalhão quanto às zonas onde as companhias iriam ficar instaladas e intervir.
-A CCS (com os pelotões operacionais: Pel. REC. e Pel. SAP.) ficou instalada na sede do Batalhão, em Galomaro.
-A C.CAÇ 3489 iria ficar instalada em Cancolim.
-A C.CAÇ 3490 iria ficar instalada no Saltinho.
-A C.CAÇ 3491 iria ficar instalada no Dulombi (Causou alguma polémica a decisão do Comandante do Batalhão, porque tudo apontava que a companhia ficaria no Saltinho, conforme a distribuição do Batalhão anterior e até por o nosso capitão ser o mais antigo).

As companhias independentes dos madeirenses foram colocadas como segue:
C.CAÇ 3518 - Gadamael e depois Guidage, C.CAÇ 3519 – Barro e depois Cacheu), e a CCAÇ 3520 (Cacine).

Dia 27(2ªF) Inicío do IAO.
Dia 22/1/72 (Sábado) Fim do IAO.
Dia 23/1/72 (Domingo) Partida BCAÇ3872 do Cumeré, às 6H30, para o porto de Bissau em viaturas civis e embarcou da seguinte forma:
-C.CAÇ 3490 e 1º Gr.Combate da C.CAÇ3491 Navio Bor (09H00);
-C.CAÇ 3491 Navio Formosa (9H45);
-C.CAÇ 3489 e CCS LDG Alfange (12H15).

As embarcações iniciaram a subida do Rio Geba até ao Xime, sendo acompanhadas por 1 Heli-Canhão e 1 DO, e na chegada ao Xime por 2 aviões T6 da FA.
A chegada do batalhão ao Xime deu-se por volta das 17H00 e uma hora depois, embarcou em 40 viaturas civis e iniciava a sua viagem em direcção a Galomaro, onde chegaram pelas 21H30, com excepção da C.CAÇ 3489 que seguiu directamente para Cancolim. Em 24 de Janeiro sairam duas colunas de Galomaro, uma com a C.CAÇ 3490, em direcção ao Saltinho e outra com a C.CAÇ 3491, em direcção ao Dulombi, com escolta das companhias que iam substituir, respectivamente
A CCAÇ3491 chegaria ao Dulombi às 10H00 (2ªFeira), onde foi recebida pelos velhinhos da CCAÇ2700.

De seguida fotos diversas referentes à nossa chegada ao Dulombi, retiradas do blogue da CCAÇ 2700 (os nossos “velhinhos”), com a devida vénia:






Crachat da CCAÇ 2700/BCAÇ2912, também conhecidos por CCAÇ27$00

Jogo de futebol entre os velhinhos (todos profissionais e equipados à Rio Ave e os piras, ainda de tronco nu (excepção para o Capitão e o Fur. Rocha, de branco e para o guarda redes, de camuflado) para tentarem aguentar o calor

O INÍCIO DA CAMPANHA

Após alguns patrulhamentos de curta distância envolta do aquartelamento, com os pelotões dos velhinhos, os elementos operacionais prepararam-se para as acções e operações de longa duração.
Em 1 de Fevereiro 72, iniciou-se a Operação "Varina Alegre", direccionada para a zona do Rio Corubalo, comandada pelo Capitão F. Pires e estando envolvidos 1 GC da CCAÇ 2700 e os 2º, 3º e 4º GC da CCAÇ 3491 e 1 Secção do Pel Mil 288. A operação decorreu com normalidade e teria sido mais uma entre tantas que fizemos senão fosse a circunstância de terem perdido um Alferes!!! (Vejam a "estória" do Alferes L. Dias neste blogue contada na primeira pessoa).
Dia 2 de Fevereiro, no regresso ao aquartelamento e após um ataque de abelhas, dá-se pela desaparecimento do Alferes Dias, comandante do 2º GC, perto do fim da tarde Face ao avanço do fogo que havia sido lançado na mata, os elementos regressam ao Dulombi ao cair da noite.
Dia 3 de Fevereiro pelas 06H30, quando dois grupos se preparavam para sair para tentar saber o que acontecera com o Alferes desaparecido, surge o mesmo a entrar no quartel, perante o espanto de todos. Para além de ínguas de esforço surgidas nas virilhas, tudo estava bem com ele. Sem conhecer minimamente onde se encontrava, conseguiu localizar o caminho, a corta-mato, guiando-se pelas estrelas, pelo ruído do motor e das luzes do quartel. Tendo ainda a sorte de atravessar a linha de minas colocada na frente do IN, embora se soubesse, pelos “velhinhos”, que a maioria já tinham rebentado e finalmente adormecido junto a um baga-baga, já muito perto da 1ª linha de arame farpado do aquartelamento.
Entre 24 de Fevereiro e 26 de Fevereiro, o 2º GC e 3º GC da companhia, participaram na Operação "Trampolim Mágico", na área de intervenção do BART 3873, com sede em Bambadinca, (que tinham chegado à Guiné poucos dias depois de nós - éramos todos uns "piriquitos") agrupados da seguinte forma:
O Grupo Castanho, formado por 4 GC da CART 3493, juntamente com o 2º e 3º GC da CCAÇ 3491;
O Grupo Laranja, formado por 4 GC da CART 3492, reforçados por 1 GC da CCAÇ 3489 e outro da CCAÇ 3490;
O Grupo Amarelo, formado pelos 4 GC da CART 3494, reforçados por 2 GC da CCAÇ12;
O Grupo Preto, formado pelos GEMIL 309 e 310;
O Grupo Verde, formado pela CCP 123;
Em apoio: 1 parelha de Fiats G91, 1 parelha de T-6, 2 Hélios e 1 Héli-canhão e a artilharia de uma LDG.
Os grupos Castanho e Laranja foram embarcados em LDG e desceram o Rio Geba, onde passaram o dia, desembarcando em Porto Gole, ao fim da tarde e onde pernoitámos. No dia seguinte, embarcámos de novo e lançados a todo o "vapor" fizemos um desembarque na Ponta Luís Dias (tem o nome de um dos alferes da nossa companhia, mas não tem nada a ver com ele) e em Tabacuta, sob o bombardeamento da aviação e da artilharia da LDG e com a presença no terreno do Comandante-Chefe, General António de Spínola. Efectuámos acções de ataque a aldeias dominadas pelo IN, atravessando as matas do Fiofioli até Mansambo. Dada o número das nossas forças os guerrilheiros foram fugindo, deixando para trás as mulheres, as crianças e os velhos, efectuando flagelações à distância, em especial de noite, para tentar nos localizar. Nesta operação, em que estavam envolvidos batalhões recém-chegados à Guiné, houve momentos, em especial no Grupo Castanho, em virtude de termos ficado parados muito tempo ao sol (a excepção foram os nossos dois GC, que eram os últimos da coluna e que, ao nos apercebemos que iríamos ficar ali muito tempo saímos do sol, procurando abrigo na sombra das árvores) que poderiam ter dado em desgraça, face à falta de água, originando muitas evacuações por cansaço, insolação e desidratação.
A operação que implicou muitos meios não obteve os êxitos esperados, para além da destruição de locais do IN, da apreensão de diverso material e de documentação e da recuperação de população (32 pessoas) e foi mais um meio de mostrar ao IN a nossa presença na zona onde eles estavam implantados.

Porto Gole, onde existia um Padrão dos Descobrimentos portugueses e onde bebemos a cerveja que nos soube melhor, depois de um dia no meio do Rio Geba, dentro da LDG
Lancha LDG utilizada pelo agrupamento Castanho e Laranja, na operação “Trampolim Mágico”. Em pé e do lado dto (a olhar para a foto), o Alf. Dias
Zona de mato denso onde estavam diversas palhotas que serviam de refúgio a elementos do PAIGC e população que os apoiava e que foram destruídas pela nossa passagem

Ainda em Fevereiro, Mina A/C no itinerário entre Cancolim e Galomaro com um morto na picagem (elemento da CCAÇ3489).
Dia 2 de Março (5ª Feira), Flagelação ao aquartelamento de Cancolim, com recurso a morteiros 82mm causando 3 vítimas na CCAÇ3489, em virtude de uma granada ter caído num cruzamento de valas, apanhando estes desafortunados camaradas.

Quartel da CCAÇ3489, em Cancolim

Neste mês, num serviço de rotina de carregamento de água para o quartel, um elemento do 2º GC (1º cabo Rebordões), sofre um acidente de viação, partindo a tíbia e o peróneo, quando a viatura conduzida por um dos “velhinhos” fez uma curva com excesso de velocidade, tendo sido evacuado e não mais voltando à companhia.
Dia 10 de Março (6ª Feira) saída dos velhinhos da CCAÇ2700 para Galomaro e no dia seguinte para Bissau. A nossa companhia assumia a missão de patrulhar e defender a maior zona de quadrícula da Guiné.
Em 11 de Março 72 (Sábado), no dia seguinte à saída da CCAÇ 2700, o 2º e 3º GC, reforçados por 1 Secção do Pel.Mil. 288, iniciaram a Operação "Alma Forte", com a duração de dois dias (Sábado e Domingo), com a finalidade de reconhecer e armadilhar os pontos de passagem do IN no Rio Corubalo. Nesse dia,depois de invertermos a marcha, pelas 18h00, quando parámos para descansar junto ao Rio Canhanque/Paiai Lemenei, uma zona de mato denso e arborizado, tivemos o nosso primeiro contacto com o IN, estimado em 40/50 elementos. Nos primeiros momentos de troca de tiros houve alguma dificuldade na resposta ao fogo do adversário, que utilizava armas automáticas e roquetes/morteiros, em especial na utilização dos nossos morteiros, bazooka e dilagramas, devido às condições adversas do local. Só quando conseguimos sair daquela mata e depois de lançarmos várias granadas de morteiro 60 mm, que terão atingido fortemente o adversário, é que este iniciou a retirada, a coberto da noite que, entretanto, tinha caido.
Devemos salientar nesta emboscada a actuação do Furriel do 2ºGC, Espírito Santo, que fixou com a sua Secção o fogo inimigo, permitindo a saída do restante pessoal e a actuação do soldado Atirador, Manga Camará, do 3º GC, que tomando conta do morteirete de 60 mm, colocou-o à barriga (um feito difícil de acreditar para quem não viu) e disparou diversas granadas que mudaram o rumo dos acontecimentos. Também de salientar a actuação do 1º Cabo Amílcar Costa, também do 2ºGC que, alertado por um camarada (o "Amarante"), avistou um elemento IN e foi o primeiro elemento da nossa companhia a efectuar fogo sobre os guerrilheiros, com a sua Met. Lig. HK21, só parando quando a mesma se encravou por problemas na fita alimentadora.
Do confronto resultou para o IN, pelos vastos vestígios de sangue encontrados, pelo material diverso abandonado e pela rádio do PAIGC (que confirmou baixas, o que era raro), sofreu baixas não controladas e a apreensão de 11 granadas de RPG7 /RPG2, entre outro material e equipamento. As nossas forças sofreram dois feridos ligeiros e a sorte de outros elementos terem recebido tiros que lhes atravessaram os cantis, os carregadores, as camisas ou dólmens....enfim, correu-nos de feição!!!
Esta acção mereceu das diversas cadeias de comando as seguintes referências elogiosas:

-Do Cmdt BCAÇ 3872 msg nº70/03:"Felicito êxito obtido. Transmita pessoal dessa minha satisfação";
-Do Cmdt CAOP2 (Agrupamento de Batalhões daquela área) msg nº952/0: "Felicito tão auspicioso começo";
-Do Cmdt Chefe -REP OPER msg nº984/C: "Cmdt Chefe felicita essa reacção à emboscada do In durante OP "Alma Forte", reveladora de determinação".

Algum material apanhado após o contacto/emboscada.
Crachat do IIº GC, em honra da operação “Alma Forte”
No primeiro trimestre de Guiné a companhia perdeu 9 elementos (evacuados por ferimentos em combate 1 e por doença 8)
Entre os dias 3 e 5 de Abril o (o 1º e o 4º GC) reforçaram o BCAV 3859, de Nova Lamego, na Operação "Topázio Natural", do CAOP2.
Em 14 de Abril iniciaram-se os trabalhos diários de reabertura do itinerário Dulombi-Jifim, na operação denominada “Estrada Junta”.
No dia 17 de Abril de 1972, elementos da CCAÇ3490, reforçados com uma secção de milícias, sofreram uma emboscada na zona do Quirafo (2ª Feira), com 11 mortos (entre militares, milícias e civis) e um militar aprisionado. Consternação generalizada por todo o nosso batalhão.

A viatura atacada e que em 2005, ainda se encontrava no local, conforme foto do Ex-Alf. Paulo Santiago, que comandava o Pel.Caç Nat 53, que estava agregado à companhia do Saltinho (com a devida vénia ao autor)
Os rápidos do Saltinho (Rio Corubalo), com o aquartelamento em cima à direita

Em 18 de Abril (3ª Feira), o 2º GC, no local onde rebentou uma mina A/C, na picada que estava a ser reparada para o Jifim, com a morte de diversos elementos da CCAÇ2700 (milícias), localizou e levantou uma mina A/P, PMD-6.


Mina em madeira A/P PMD-6, de origem soviética

Ainda em 18 de Abril, na acção de picagem na estrada entre Dulombi e Galomaro, foi localizada e levantada uma mina A/C, TM-46, pelo 3º GC.


Mina A/C TM-46, na Picada Dulombi-Galomaro

No dia 29 de Abril 72 (Sábado), o Cmdt Chefe, General António Spínola, inaugurou o quartel do Dulombi, tendo manifestado algum desagrado pelo formato dos torreões e com o nome colocado pela CCAÇ2700 na pista do Helioporto (Capitão da CCAÇ 2700 - Carlos Gomes), e ordenou que fosse retirada a placa, dizendo com aquele ar muito seu: "Para se ter o aqui o nome, é preciso morrer primeiro na Guiné!". O Heliporto passou assim, naturalmente, a ser conhecido por "Heliporto do Dulombi".
Recepção ao Comandante-Chefe, General Spínola (Alf. Dias, Cap. Pires e Alf. Farinha (falecido em Fevereiro de 1999)

General Spínola e Cap. Pires-Abril de 1972

Durante o mês de Maio 72, os GC da companhia e 1 Sec. do Pel.Mil. 288 estiveram empenhados na operação "Garota Ladina", ou seja, a reconstrução da estrada (picada) Dulombi-Galomaro.
As minas em defesa de aquartelamento, no seguimento do que fora deixado pela companhia dos velhinhos (CCAÇ2700), foram colocadas em linha, a cerca de 600/700 m do aquartelamento (Dulombi), na denominada frente IN (ou seja donde normalmente aconteciam as flagelações do PAIGC), onde não existiam quaisquer áreas cultivadas pela população e por onde esta não transitava. As minas foram postas em cima de ferros apropriados, colocados a 1m de altura do chão e ligadas por arame de tropeçar. Para controlo das mesmas existia um trilho que corria paralelo à sua colocação e ao quartel e a cerca de 10/15 m destas, com sinalização que julgávamos suficiente e adequada para os nossos peritos em minas e armadilhas.
De vez em quando lá rebentava uma mina, normalmente de dia e era dada ordem para, passada uma meia hora, uma secção do Grupo de Combate que estivesse de serviço (com um dos furriéis de minas e armadilhas) sair para a zona, para verificação do que acontecera. Na maior parte das vezes as minas rebentavam por causa da passagem de animais, que eram aproveitados para um petisco para a companhia (especialmente impalas e gazelas). Em certa vez, até uma ave de grande porte, foi a vítima de uma mina, mas só serviu para tirar umas fotos, porque a malta não conseguiu identificar o bicho e ninguém quis degustar a peça. Assim, já era quase uma rotina, quando se dava um rebentamento e se não era seguido de algum ataque (o que nunca aconteceu), a secção do GC de serviço lá ia verificar o que se passava e repor o sistema existente. Se o rebentamento acontecesse de noite, é claro que só se lá ia no dia seguinte.
Em 26 de Maio, depois do almoço e após mais um rebentamento oriundo da zona onde as minas anti-pessoais tinham sido implantadas, uma Secção do 3º GC, comandada pelo Furriel Mário Castanheira, dirigiu-se para o local. Passado algum tempo, o pessoal do quartel foi alertado por uma segunda explosão e, logo depois, uma outra. O quartel entrou em alvoroço e quase desorganizadamente um grupo formou-se e arrancou para a zona, onde todos temíamos o pior. Ao aproximarem-se da área minada, com todo o cuidado, deram com quatro feridos, entre eles o furriel, que foram rapidamente levados para o quartel, onde eram aguardados pela equipa de enfermagem e, face aos cuidados que inspiravam, foram evacuados para o HM de Bissa, acompanhados por um dos 1º cabo Auxiliar de Enfermagem (Francisco Pires).
Por um lapso de orientação do comandante de secção (capim muito elevado), quando a equipa iniciava a contagem das minas, através de uma marcação existente e previamente sinalizada, cruzou a linha do sistema, tropeçando num dos arames que as ligavam, dando origem ao rebentamento de outra mina (accionada pelo próprio furriel). Após o rebentamento, um outro elemento da secção desorientou-se com a explosão e fugiu tropeçando noutro arame e rebentando uma segunda mina.
Felizmente e por qualquer milagre (!!!), não obstante terem sofrido diversos ferimentos, produzidos por muitos estilhaços, ficando, como se diz, feitos num crivo (o furriel foi inclusive atingido no escroto), uns tempos depois estavam de volta à companhia, após uma estadia em Bissau, para recuperação.
O sistema de sinalização foi revisto, mas também nunca mais houve saídas para ir controlar os rebentamentos daquela forma. Os procedimentos tiveram de ser alterados.

Minas A/P do tipo que tínhamos montado em defesa do aquartelamento (Foto do Alf. Fraga-3ª CCAÇ/BCAÇ4612/72, com a devida vénia)

O Ex-Furriel Mário Castanheira, felizmente de boa saúde, num dos Encontros/Convívios da nossa companhia
No 2º Trimestre a companhia teve 5 feridos (4 nas armadilhas e 1 por acidente com granada) e mais 6 evacuados por doença.
Em 22 Junho 72 (5ª Feira), deslocaram-se a Galomaro todos os oficiais do Batalhão, para uma reunião com o General Spínola, que foi muito interessante e aberta, podendo alguns manifestar a sua opinião, mesmo contrária às posições oficiais - um prenúncio do movimento que surgiria quase dois anos depois e, como se sabe, teve início em reuniões realizadas na Guiné.

O chefe da Tabanca do Dulombi, que ainda é vivo, em traje de Gala para o Ramadão

O Ramadão no Dulombi, em 1972. Vê-se ainda um abrigo que pertenceu à primeira companhia que esteve no Dulombi - a CCAÇ 2405 - que ficou conhecida por ter participado na Operação "Mabecos Bravios", aqundo da retirada de Madina do Boé, em que morreram 17 elementos, no afundamento da barcaça que os transportava, no Rio Corubalo.

O quartel do Dulombi (essencialmente a área militar), faltando ainda os abrigos que já abrangiam parte da zona da tabanca

A Tabanca do Dulombi, protegida por duas zonas de arame farpado, dois torreões para as milícias e havia ainda 2 abrigos com elementos da CCAÇ3491

Dulombi-O monumento aos mortos da CCAÇ2700 e por trás a Parada, o Refeitório dos praças, Cantina e Messe de oficiais e sargentos

Em 2 de Julho 72 (Domingo), pelas 19H00, um grupo IN, estimado em 15/20 elementos, flagelou o aquartelamento do Dulombi, durante cerca de 20 minutos, com espingardas automáticas e metralhadoras ligeiras e RPGs, sem quaisquer consequências. Interessante, é que cerca de dez minutos antes estávamos de "cadeira" a assistir a um ataque a Cancolim, ou seja o IN efectuou duas flagelações praticamente ao mesmo tempo, em dois quartéis do nosso Batalhão. Do reconhecimento à base de fogos do IN -"Acção Espada"- situada a cerca de 500m do aquartelamento, foram localizadas 3 Gr RPG-2 e 1 Gr de RPG-7. No reconhecimento feito pela C.CAÇ 3489 à flagelação sofrida, quando percorriam o trilho de retirada do IN encontraram-se com os guerrilheiros que vinham em sentido contrário. Do contacto havido nada resultou, dado que o IN debandou. Do reconhecimento, apurou-se que o IN, após a flagelação, tinha montado uma emboscada à espera da nossa tropa, mas como eles "demorassem" a sair, dirigiam-se novamente ao quartel, possivelmente para o atacar novamente, quando se deu o contacto.
O Cmdt da CAOP2, o Chefe da REPOPER, o Cmdt-Geral das milícias, o Chefe Operacional da CAOP2 e o Cmdt do Batalhão visitaram o Dulombi, em 11 de Agosto.
Em 12 Agosto 72, na Operação "Raro Whisky", destinada a localizar elementos IN que, na véspera, tinham atacado a Tabanca de Patê Gibele foi localizada e levantada uma mina A/P -PMD-6, em Paiai Lemenei (área onde meses antes sofrêramos uma emboscada/contacto), por elementos do 2º GC.
Devido ao facto de haver um forte empenhamento do IN na zona do Batalhão, foi lançada uma operação pela CCP 121, a 2 GC, na área entre Cancolim e Dulombi, vindo a detectar um grupo inimigo estimado em mais de 100 elementos que, após apoio aéreo e dos roquetes disparados por um Fiat G91, dispersou, batendo em retirada. O Cmdt do grupo dos páras (Sargento) veio a ter problemas disciplinares por não ter atacado o IN, tendo preferido chamar a FA e retirado.
Em 27 de Agosto 72, o 1º GC, passou a reforçar a CCAÇ 3489, Cancolim. Esta companhia passava por momentos difíceis, por terem sofrido em tão pouco tempo de guerra 4 mortos e uma dezena de feridos e, para além disto, o capitão e um dos alferes foram de férias e não voltaram e um outro alferes foi colocado nas unidades africanas. Assim, o recurso a um dos nossos pelotões foi bastante positivo, pelo exemplo de disciplina que ali ajudou a implementar (os elementos operacionais não queriam ir para o mato, não queriam efectuar as actividades diárias, operacionais ou outras, cada um comia onde queria, etc.).
O mês de Agosto 72 foi considerado dos meses com mais intensidade operacional do Batalhão, com 13 operações e 17 acções e contou com o apoio da CCP 121 a 2 grupos de combate. Foi neste mês que o IN flagelou a importante cidade de Bafatá (24/8). Pensa-se que seria o grande grupo detectado pelos pára-quedistas na zona de Cancolim.
o 2º Cmdt do Batalhão, Major Moreira Campos, visitou-nos em 29 do mesmo mês.
Em 5 de Setembro 72, houve um ataque do IN a Anambé, onde se encontrava um Gr.Comb. da CCAÇ 3489, de Cancolim e um Pel. Mil., tendo conseguido penetrar nas defesas (!!!) e entrar no aquartelamento, demorando muito a resposta das NT. O IN capturou um elemento da CCAÇ 3489, levando-o com eles, mas no percurso de retirada mataram-no a tiro de pistola.
No dia seguinte (6 de Setembro), pelas 7h10, um pequeno grupo IN, estimado em 5 elementos, tentou emboscar uma secção da nossa companhia, que se preparava para montar segurança junto do rio Fandauol, a cerca de 800 metros do quartel, local onde nos abastecíamos de água. Contudo, tendo sido detectados pelas NT, abriram fogo de armas ligeiras, mas foram de imediato repelidos, pondo-se em fuga. O quartel também bateu de imediato a zona com algumas granadas de morteiro 81mm, mas sem êxito vísivel. De facto, o IN ao tentar atacar uma actividade diária de recolha de água para o quartel parecia querer indicar que não estávamos seguros, nem a quilómetros do quartel, nem junto ao mesmo. Pensa-se que poderia ser um grupo de reconhecimento às nossas actividades diárias ou um grupo de sapadores com missão de colocar minas nos nossos trajectos.

O Rio Fanduol onde nos abastecíamos de água e onde, de manhã (Qdo lá estava uma segurança), montada, por norma durante a manhã, dávamos uns mergulhos

A 19 de Setembro, na Operação "Água Fresca", levada a efeito por 2 GC (2º e 3º GC) da nossa companhia, na convergência do R.Cambamba/R.Corubalo, detectou-se o local onde o IN cambava o rio e já junto do R. Corubalo tivemos a "visita" inesperada do Cmdt-Chefe, General Spínola, acompanhado pelo Cmdt do Batalhão, que junto do Alf. L. Dias (comandante do agrupamento) procurou inteirar-se dos pormenores da operação, locais detectados de cambança, pontos escolhidos para emboscar o IN ou para colocação de minas A/P.
Em 29 de Setembro regressou ao Dulombi o 1º GC que estivera de reforço a Cancolim
.
Elementos do Iº GC, no Dulombi, em 1972, que inicialmente foram comandados pelo Alf. Ribeiro, depois pelo Fur. Batista, mais tarde pelo Alf. Leite e novamente o Fur. Batista (infelizmente já falecido- o último em pé do lado direito), que foi quem esteve mais tempo com o Grupo e que foi um destacado elemento da companhia. Outros graduados foram os Furriéis Almeida (o 1º de pé do lado esquerdo, com a G3 ao ombro e o Reis (logo a seguir com a mão ferida). 

Em Setembro manteve-se o ritmo de actividade operacional, contando o Batalhão com o apoio da CCP 121, a 2 GC, que efectuou uma operação de 2 dias na zona da companhia, tendo sido escoltados desde Galomaro até perto do Jifim, pelo 2º GC, com picagem e segurança do 3º GC.
A 2 de Outubro 72, pelas 17h10, forças do IN estimadas em 40 elementos flagelaram o Dulombi com armas automáticas e RPGs, durante cerca de 10 minutos, estando a sua base de fogos colocada a 700 m do quartel. Foi esta a 1ª vez que eles atacaram do lado da população - área do Quirafo (normalmente era sempre do lado das NT), obrigando a uma rotação dos nossos morteiros 81 mm, entre 90º e 180º. Foi por isso, do nosso ponto de vista, a flagelação mais difícil de responder, porque os morteiros 81 tinham de lançar as granada para a zona donde vinha o ataque, sobrevoando as mesmas parte do quartel e a área da população.
Sala de refeições dos graduados no Dulombi, em 1972. Da esq p/dta: Furriéis Almeida (Armas Pesadas), Fonseca (Vagomestre/falecido na tragédia da Praia do Algarve, Maria Luísa),Gonçalves, Espírito Santo (ambos Atiradores), 1ª Sargento Gama (já falecido), Capitão Pires (Artilharia), Alferes Dias e Parente (Atiradores), Furriéis Machado (Atirador/já falecido), Rodrigues (Mecãnico, Reis (Atirador). Atrás e em pé e da Esq/Dta: Furriel Batista (Atirador/já falecido), os 2 impedidos da messe, Furriéis Nevado (Enfermeiro) e Carvalho (Atirador).

A messe tinha 2 salas, uma para oficiais e outra para os sargentos, como impunha o regulamento e era exigido pelo comandante do Batalhão. Contudo, o capitão foi sensível ao nosso pedido e passámos a fazer as refeições todos juntos na mesma sala, usando a outra para convívio e jogos.

Durante o mês de Outubro, a actividade operacional continuou forte e contou com o apoio da CCP 123, a 2 GC, porque o IN continuava a atacar objectivos no sector do Batalhão, em especial tabancas guarnecidas por milícias, como aconteceu em 17 de Outubro, em Dulô Gengele, ferindo milícias e elementos da população (mataram 3 que haviam previamente sequestrado), tendo o IN sofrido 3 mortos confirmados.
Neste mês, em virtude de termos cedido parte da nossa área mais longínqua de intervenção à CCAÇ africana instalada em Canjadude, deslocou-se àquela unidade, o Alferes Parente (4ºGC) e o Furriel Baptista (1º GC), ambos de minas e armadilhas, a fim de efectuarem a entrega do campo de minas A/P colocadas no limite dessa zona.
Alguns elementos do 3º GC, com o Alf. Farinha no meio (infelizmente falecido em 1999)

Em 6 de Novembro 72 (2ª Feira), quando um dos nossos GC procedia à picagem do itinerário Dulombi-Galomaro e a 2 km da primeira, detectou e levantou uma mina A/C, TM-46 (4º GC).

Picagem feita por elementos do 4º GC, com a picada entre Dulombi e Galomaro alagada-1972

Picagem do pessoal do Pel Rec da CCS, no sentido Galomaro-Dulombi e no mesmo dia da foto anterior


A mina A/C metálica, de origem soviética, com a cavilha de segurança colocada

E com água a Berliet era uma maravilha. Picada Galomaro-Dulombi, viatura da CCS, do 1º Cabo Condutor-auto, Juvenal, mas com o Furriel Soares (Transmissões da CCAÇ 3491) a conduzir a viatura.

Em 21 de Novembro, pelas 15h45, grupo IN não estimado, flagelou novamente o Dulombi com armamento ligeiro e RPGs, durante 5 minutos, sem quaisquer consequências.
No mês de Novembro o IN manteve-se em acção nos sub-sectores de Galomaro, Dulombi e Cancolim, com flagelações às Tabancas indefesas de Sarancho e Samba Cumbera e flagelações a Dulombi e Cancolim e colocação de mina A/C no Dulombi e em 15 de Novembro, mina A/P (possivelmente reforçada) no itinerário Galomaro - Samba Cumbera - Saltinho, que foi accionada por elemento das NT (Teixeira), resultando na sua morte (pertencia ao PELREC da CCS-Galomaro). O IN também sofreu baixas prováveis na fuga, após o ataque a Samba Arabe, por que teve um contacto com elementos do Pel. Mil. 316 de Dulô Gengele, que acorreram em socorro da tabanca atacada.
Em 23 de Novembro falecia o Alferes Mota, de Trms do Batalhão, vítima de doença. Fiquei com o pingalim que lhe pertencia, em pau castanho, encimado por uma cabeça de um negro.

A Rua principal da cidade de Bafatá (Em Fevereiro de 1974) onde a nossa companhia se deslocava para abastecimentos, também a Bambadinca, aproveitando para almoçar nos Restaurantes “Transmontano” ou no do Libanês (do lado direito da foto, com as paredes pintadas de azul). A maioria ia almoçar ao libanês, mais que não fosse para ver as filhas do proprietário, mas também para comer o célebre bife à bota. O respeitável proprietário tinha muita simpatia pela nossa companhia, porque eram dos poucos em que comiam todos na mesma mesa, desde o capitão ao soldado. No fim da comissão deu-nos uma refeição de borla.

Em 1 de Dezembro 72, pelas 22H00, grupo IN não estimado, mas numeroso, flagelou a sede do Batalhão-Galomaro, com elevado potencial de fogo, especialmente de granadas de RPGs, causando 1 ferido grave, 6 feridos ligeiros na população e 1 ferido ligeiro às NT, prejuízos materiais no quartel e o incêndio de 4 casas da população. O IN conseguiu aproximar-se do quartel, protegido por animais que estavam na pastagem, sendo detectados por duas sentinelas que dispararam alguns tiros para aquela zona, o que motivou o IN a desencadear o ataque, que não teve piores consequências, primeiro devido à acção de duas sentinelas - um pouco mais tarde e os guerrilheiros ter-se-iam posicionado bem perto do arame e alvejado com melhor certeza o quartel - e depois, face à justeza dos tiros de morteiro 81 mm (manobrados por dois 1º Cabos enfermeiros da CCS) e de um morteiro 60mm. O IN sofreu um morto confirmado, que abandonou no terreno (seria o enfermeito do grupo atacante) e indícios de muitos feridos graves pelos rastos de sangue, para além de muito material apreendido. (Existe um relato muito bem elaborado pelo camarada Juvenal Amado, sobre este ataque, no blogue de Luís Graça & Camaradas da Guiné, que eu considero de importante leitura).
Este ataque iria ter repercussões no futuro da CCAÇ 3491 no Dulombi.


Posto da metralhadora-ligeira MG42, que foi alvejado, vendo-se por trás o abrigo dos condutores com um buraco feito por uma das roquetadas que o atingiu-Galomaro

Em 13 de Dezembro, estando o Alferes L. Dias a tirar o Curso de Unidades Africanas em Bolama ( e em S. João), esta foi atacada por morteiros 82mm e canhões sem recuo B10, também de 82mm, causando alguns feridos ligeiros entre elementos de um batalhão chegado na véspera para o IAO e estragos materiais nas áreas circunvizinhas das messes de oficiais e sargentos. O ataque foi comandado por Nino Vieira, com assistência de conselheiros cubanos (foram ouvidas as suas transmissões em espanhol).

Festa/Convívio no Dulombi-1972, entre alguns graduados e praças
Na frente e da Esq/Dta: Fernando Pereira (transmissões) e 1º Cabo Aux.Enf do 2º GC, Rocha. Em pé e também da Esq/Dta: 1º Cabo Aux. Enf. Do 3º GC, Borges, 1º Cabo Martins, o“Chaves” (transmissões/já falecido) e 1º Cabo Aux.Enf.do 1º GC, Pires. Dulombi 1972

Em 20 Dezembro o Cmdt-Chefe, General Spínola esteve no Dulombi, procurando inteirar-se sobre uma das últimas flagelações sofridas, especialmente sobre o itinerário de retirada dos guerrilheiros.
Em 26 de Dezembro, o 4º GC do Dulombi foi reforçar a sede do Batalhão e, no ano a seguir, iriam processar-se alterações profundas no sector e sub-sector, até porque o IN nesse mês, para além do ataque a Galomaro, flagelou Cansamange/Saltinho e Cancolim.
Em 8 Janeiro 73, forças IN emboscaram 1 secção do Pel.Mil 347 de Anambé, que procedia à picagem do itinerário Anambé-R.Xancara (Cancolim), causando dois mortos e 1 ferido. Esta era a 6ª emboscada que o PAIGC efectuava às forças do Sector do Batalhão, desde 11 de Março de 1972, 2 na área do Saltinho, 2 na área de Cancolim e 2 na área do Dulombi, mesmo que 2 delas tenham sido a forças de milícias.
A 19 de Janeiro (6ª Feira), soube-se, pela rádio, do assassinato de Amílcar Cabral, em Conacri, ao que tudo indicava, devido a uma revolta dentro do próprio PAIGC. Muitos elementos da população e alguns de nós, acreditavam que a guerra iria acabar. Contudo quando se soube que o novo dirigente máximo seria Luís Cabral, logo se pensou que a luta iria endurecer, dado que o novo dirigente máximo fora um combatente, que andara no mato e que, portanto, era mais um militar do que um político. A razão iria estar do lado dos que pensaram assim.
Em 1 Fevereiro 73, o IN volta a atacar Bangacia, perto de Galomaro, causando baixas na população e ferindo milícias, destruindo meia centena de casas e implantando uma mina A/C, reforçada com granada de RPG, na Picada Galomaro-Dulombi, que foi accionada por uma viatura das NT (GC CCAÇ 3490, Reforçada por  1 Secção do Pel.Sap da CCS), provocando 1 ferido grave (cond.auto da CCS) e a destruição parcial de um Unimog 416. O 4º GC da CCAÇ 3491, que reforçava Galomaro e que estava emboscada na zona, foi em socorro de Bangacia tendo ali pernoitado. Outro GC da nossa CCAÇ, reforçado por 1 Secção do Pel.Mil 288, pelas 00H30 do dia 02/2, saíu do Dulombi e foi montar uma emboscada em Samba Arabe, embora sem resultados.

Mina A/C, reforçada com granada de RPG, foi accionada por viatura da CCS, na Picada Galomaro-Dulombi, provocando um ferido grave (condutor). Em destaque e a olhar para o fotógrafo vemos o Alf. Parente, Cmdt do 4º GC

Em 4 Fevereiro 73, o Cmdt Chefe, General Spínola esteve em Galomaro e foi a Bangacia a avaliar os estragos feitos pelo ataque do PAIGC.


Chamites do Esquadrão de Bafatá em Galomar, por ocasião de uma visita do General Spínola

Em 10 Fevereiro 73, o Cmdt-Chefe, General Spínola, o Cmdt da CAOP2, o Cmdt Geral das Milícias e o Cmdt Interino do Batalhão, visitaram o Dulombi (2ª visita em curto espaço de tempo).
Em 28 de Fevereiro apresentou-se no Dulombi o Pel.Mil. 373 que veio reforçar esta unidade.
Em 4 Março 73, o 3º GC da CCAÇ3491, partiu para Piche para reforçar o BCAÇ 3883.
Uns dias antes, estando o Alf. L. Dias, como comandante interino da companhia (era o 2º cmdt desde finais de Jul 72), por ausência do capitão (férias), recebeu ordem do Cmd do Batalhão para organizar a CCAÇ, a fim de, em 3 dias, serem transferidos para Galomaro, deixando um núcleo de 13 bravos, comandados primeiramente pelo Furriel Atirador, José Gonçalves, do 2º GC e 5 meses depois, pelo Furriel Trms, Soares, até ao regresso da Companhia, em Janeiro de 1974.
Os sinais estavam a ser evidentes: o IN atacava os aldeamentos envolta de Galomaro, com alguma persistência, Dulombi recebia outro pelotão de milícias de reforço, as visitas "inopinadas" do Cmdt-Chefe, o ataque uns tempos antes a Galomaro (sede do Batalhão) e estando o sub-sector do Dulombi, relativamente "calmo", tudo levava a pensar que a CCAÇ3491, iria enfrentar novos desafios, embora nos custasse muito sair do Dulombi. Íamos alargar "horizontes", acrescentando ao sub-sector do Dulombi o sub-sector de Galomaro e as numerosas tabancas que a envolvem e ainda ter um GC em intervenção permanente, primeiramente no apoio ao Batalhão de Piche e, posteriormente, no Batalhão de Nova Lamego e ainda ao Batalhão de Pirada.
Em 8 Março, um elemento IN, fardado e armado de pistola-metralhadora PPSH-41, apresentou-se a uma Patrulha de Reconhecimento do Dulombi, já bem perto do quartel. O elemento IN vinha de Madina do Boé e era oriundo da Base de Kanberra. Já em Fevereiro, 4 elementos IN tinham-se apresentado no Saltinho. Este elemento relatou o que acontecera na sua base, após a morte de Amílcar Cabral e a desconfiança que estava instalada entre os comandantes e dirigentes do partido. Referiu que sabia que a nossa companhia efectuava com regulariedade operações na zona do Corubalo e que era considerada aguerrida e disciplinada pelos guerrilheiros.
Em 9 de Março a companhia partiu para Galomaro. deixando no Dulombi os 13 elementos, comandados por um Furriel e os Pel. Mil. 288 e 373, para defenderem o aquartelamento e a população que o integrava, mantendo todo o material de guerra pesado (3 morteiros 81mm), mais 4 morteiros 60mm.

E também tivemos de deixar para trás as belas bajudas da Tabanca do Dulombi, como a linda Sira Ure (foto da esquerda) e a também bonita e excepcional lavadeira (mulher grande), a Fátima (com a filha ao colo)

Elemento IN, com PM, PSSH-41. A chegada da coluna da CCAÇ3491 a Galomaro, com Alf. Dias, atrás Fur. Batista do 1º GC e,  a seu lado todo sorridente, o guerrilheiro do PAIGC, em Março de 1973

Assim, a partir de 10 de Março, o dispositivo operacional do Batalhão passou a ser o seguinte:

FORÇAS DO BATALHÃO:
CCAÇ 3489-Cancolim e 1 GC em Anambé;
CCAÇ 3490-Saltinho;
CCAÇ 3491, a 3 GC (o outro GC estava de intervenção em Piche/Nova Lamego) + Pel.Rec. e Pel.Sap. (CCS)-Galomaro e Dulombi.
Pel. Caç Nat. 53-Saltinho.

FORÇAS DE MILÍCIAS:
Pel.Mil.256-Deba, Pel.Mil.287-Cansamange, Pel.Mil.288-Dulombi, Pel.Mil.289-Umaro Cossé, Pel.Mil.290-Cancolim, Pel.Mil.304-Contabane, Pel.Mil.315-Cansonco, Pel.Mil.316-Pate Gibel, Pel.Mil.317-Cansamba, Pel.Mil.318-Campata, Pel.Mil.347-Anambé, Pel.Mil.353-Bangacia, Pel.Mil.354-Sinchã Maunde Bucô, Pel.Mil.368-Dulô Gengele e Pel.Mil.373-Dulombi.
Vista aérea de Galomaro, estando mais ao fundo o aquartelamento e mais à direita, a picada para o Dulombi.

Parada do Quartel de Galomaro na época das chuvas

Convívio de graduados em Galomaro, em 1973. Em 1º plano do lado Esquerdo: Fur. Castanheira e Capitão Pires. Do lado dto: Alf. Dias (de oficial de Dia), Padre Nuno, depois Engº Vasconcelos e de frente, o Fur. Espírito Santo

Refeitório dos praças de Galomaro-1973. No lado direito da foto o Tenente- Coronel, Castro e Lemos

Em 16 de Março, às 17H55, grupo IN flagelou o Dulombi sem consequências, abandonando na base de fogos diversas granadas de RPG-2 e RPG-7.
No mesmo dia, pelas 21H15, o IN atacou a tabanca de Campata com forte poder de fogo, mas teve de bater em retirada face à reacção das forças milícias, muito bem comandadas, deixando no terreno 5 mortos e diverso material. As forças de milícias de Pate Gibel e Dulô Gengele dirigiram-se para o local e também o 4º GC da CCAÇ 3491, que estava emboscado relativamente perto. Na retirada houve novo contacto com o IN em Dulombi (A) que fugiu, deixando mais material e, pelos vestígios de sangue encontrados, levando com eles feridos graves. Foi capturado um guerrilheiro, com a respectiva arma. Entre o material recolhido salientam-se: 2 Espingardas Automáticas Kalashnikov, 1 pistola Tokarev, 3 RPG-2, várias granadas defensivas F-1 (origem russa) e chinesas de cabo de madeira. Os milícias feridos, elementos da população também feridos e um guerrilheiro ferido grave, foram recolhidos em Bangacia e transportados para Galomaro pelo 2ºGC CCAÇ 3491, reforçado por uma Secção do Pel.Rec./CCS. O elemento IN acabaria por falecer ao chegar ao quartel-sede e também um elemento auxiliar de enfermagem, que era muito querido do pessoal daquele sector de Galomaro.

Algumas das moranças incendiadas pelo IN no ataque a Campata

Com a captura de um elemento do PAIGC, surgiu em Galomaro, no dia seguinte, o Cmdt das Forças Especias, o então Major Almeida Bruno, acompanhado do Alf. Cmd, Marcelino da Mata e o seu Grupo Operações Especiais. O Grupo era composto por 16 elementos, armados com 2 Kalashnikov (Alf e Fur), 7 Dectyarev RDP e 7 lança granadas foguete (RPG-2 e RPG-7). Depois de se conseguir obter do detido a orientação da base IN, situada na República da Guiné-Conackri, junto à nossa fronteira, aquela força fez-se transportar pelo fim da tarde de hélio até perto do local, vindo a ser recolhida no dia seguinte, no nosso lado, após assalto à base do PAIGC, que destruíram. Antes da partida ainda perguntámos ao Marcelino se achava que os 16 elementos seriam suficientes para o assalto, dado que as informações colhidas diziam ali estarem cerca de 40/50 guerrilheiros, ao que ele respondeu, com ar zombeteiro: "E só lá entro com 10, os outros ficam de reserva!".

Elementos do Grupo de Operações Especiais do Alf. Cmdo. Marcelino da Mata

O Grupo de Marcelino da Mata, em Galomaro, a caminho dos helicópteros, para ir assaltar uma base IN.

Durante o mês de Março 73, foi reconhecida a Actividade Operacional do Batalhão, pelo Cmd-Chefe do TO, em especial as actividades das milícias de Campata, Pate Gibel, Cansamange e da CCAÇ 3491, revelada na Operação"Corrida Honrosa", efectuada na região do R. Corubalo. Foi ainda salientado os trabalhos nos reordenamentos de Bangacia e Dulombi.
Em 25 Abril, um GC CCAÇ 3491, efectuou escolta ao Cmdt Batalhão, numa coluna auto ao Saltinho, via Bambadinca e Xitole (O nosso cmdt ia-se passando quando viu os cabelos compridos de muitos dos elementos das NT da CART 3492, do Xitole, que pertencia ao BART 3873 de Bambadinca).
A moral das NT foi afectada pelas notícias de que os hélios não iam ao mato buscar feridos, devido aos mísseis strella (SAM7) lançados pelo IN (foi difícil manter a actividade operacional com estas informações...).
A vida da CCAÇ 3491 em Galomaro era de intensa actividade operacional, com operações de 36 horas todas as semanas, a dois GC, em especial na área do Dulombi e emboscadas nocturnas diárias entre as 18 e as 24H00, estas na área de Galomaro, efectuadas conjuntamente com o Pel.Rec. e Pel.Sap./CCS.
Em Junho 73, o Pel.Sap./CCS foi para Buruntuma, ficando à ordem do Cmd-Chefe.
Solicitou-se ao Comando-chefe a colocação de artilharia, a 3 bocas, na sede do Batalhão e a atribuição de meios rádio aos pelotões de milícias que defendiam os diversos reordenamentos, o que nunca veio a ser feito e teria dado muito jeito.

O 2º GC da CCAÇ3491 em Galomaro, preparando-se para sair para uma emboscada nocturna-1973

Alf. L.Dias com a ML MG42/59 e junto a um dos abrigos (condutores), em Galomaro (1973.  Uma daquelas janelas foi atingida por roquetes aquando do ataque de Dezembro do ano anterior, visando, com certeza, o posto ali existente desta metralhadora ligeira

Em Julho 73, regressou a Galomaro o Pel.Sap. que esteve em Buruntuma e o 3ºGC da CCAÇ 3491 que estava em Piche e avançou 2º GC para reforçar o batalhão ali colocado.
Durante os meses de Julho e Agosto o IN não manifestou actividade na nossa área e conforme informações recebidas, os bi-grupos do Boé teriam ido reforçar a frente Bafatá-Gabu Norte, mas pensamos que a operação das forças especiais do Alf. Cmd. Marcelino da Mata, na REP GUINÉ-CONACRI, uns meses antes, possam ter desorganizado o IN que actuava no ataque às tabancas das populações da área de Galomaro, que terião ficado inoperativos por uns tempos.
O GC da CCAÇ 3491 que estava colocado em Piche tinha como missão principal, assegurar a segurança aos trabalhos da "Tecnil", na estrada Piche-Buruntuma, emboscadas nocturnas nos arredores de Piche e escoltas de acção psico nos aldeamentos da zona.
O dia iniciava-se com alguns disparos de artilharia para a zona para onde nos dirigíamos e depois lá saia a coluna, formada por elementos do Esquadrão de Reconhecimento de Cavalaria, com carros Chaimite e White, as viaturas da "Tecnil" e o nosso GC. Passávamos o dia todo em defensiva, ao longo da área da execução dos trabalhos e regressávamos ao fim da tarde. Quando ali esteve o 3º GC, foi sugerido que as viaturas de transporte não tivessem os taipais e os bancos fossem ao meio (lembrança da emboscada do Quirafo a um GC da CCAÇ 3490, com desastrosas consequências). Quando ali esteve o 2ºGC, por sugestão nossa, os disparos de artilharia passaram a ser feitos quando já estávamos a rodar na estrada e não antes da saída, que dava tempo para que o IN montasse uma emboscada. Numa dessas viagens a coluna sofreu uma emboscada, mas quer os nossos elementos, quer os do Esquadrão de Cavalaria responderam bem ao fogo e puseram rapidamente o IN em fuga, com ferimentos ligeiros no nosso pessoal.  A forma como a Chaimite, com as suas duas metralhadoras ligeiras HK-21, de7,62 mm e principalmente a White, com a metralhadora Browning 12, 7mm, efectuavam um varrimento, batendo a área de fogo do IN, tudo em movimento, era impressionante. Num dos locais onde se escondiam elementos inimigos, as balas bateram tão perto, que um deles, por ter ficado preso nos ramos de uns arbustos, largou as calças para melhor fugir. Nós riamos a pensar o que é que os outros lhe iriam perguntar quando chegasse à base deles. Mas se esta emboscada correu bem, noutra, uma granada de RPG-7, disparada a poucos metros da estrada (5 a 10 m), perfurou a blindagem de uma Chaimite atingindo com estilhaços os elementos da guarnição no interior, ficando eles feridos (incluindo o Alferes). O operador IN do RPG ainda teve tempo de disparar uma segunda granada que atingiu um Furriel que vinha sentado atrás, junto à antena de rádio, matando-o.
Numa outra flagelação à parte da frente da coluna, houve uma resposta do nosso bazoqueiro (1º cabo Reis), após permissão do Furriel, para que ele atirasse para o outro lado da estrada uma granada foguete, onde poderiam passar ou estar acoitados elementos IN. O homem apertou o gatilho uma e outra vez e nada. Danado bateu com a parte de trás da bazooka numa árvore e para espanto a granada saiu disparada. A sorte foi que a arma ainda estava relativamente elevada, e a granada passou a rasar as nossas viaturas abandonadas no alcatrão e lá foi acertar no mato do outro lado. Em seguida, um dos nossos apontadores de metralhadora ligeira (1º cabo, Amílcar), avista um indivíduo de cor a fugir pelo capim e inicia uma corrida em sua direcção, tendo sido travado a tempo pelo Furriel da sua secção que conseguiu perceber que o homem era um dos trabalhadores da Tecnil, que tinha-se levantado e iniciara a fuga, assustado após o estrondo do rebentamento da bazucada, evitando que o Amílcar o metralhasse. Escapou de uma possível morte um inocente e uma viatura de Piche de ir ao ar. Também o nosso bazuqueiro safou-se do cone de fogo da 89mm, devido à árvore ser de porte pequeno.
Neste período, o IN também emboscou as viaturas do Pelotão que estava na Ponte Caium (no caminho para Buruntuma), matando elementos das NT, um deles de Alfama (o "Manjerico"), que era conhecido do Alf. Dias, por ter andado com ele na escola primária.
Ainda em Julho nova menção elogiosa do comando chefe para a CCAÇ3491 devido aos melhoramento produzidos na Tabanca do Dulombi.

As viaturas Chaimite e White, que nos acompanhavam no percurso Piche-Buruntuma

No princípio de Setembro 73, O Alf. Mil. L.Dias e o Fur. Mil. J.Gonçalves, ambos do 2º GC, foram para o CIMIL de Bambadinca (BART 3873) onde dirigiram a instrução de uma companhia de milícias - o primeiro como cmdt companhia e o segundo como 2º cmdt.
Em Bambadinca os elementos da nossa CCAÇ que dirigiam a instrução da companhia de milícias impuseram uma actividade operacional e um treino intenso aos novos milícias de forma a dotá-los dos movimentos técnico tácticos necessários para se defenderem e atacarem o IN.
Tiveram também oportunidade de privaram com a nova CCAÇ21, uma companhia nativa comandada pelo Tenente-Comando Abdulai Jamanca, que teria um papel importante no cerco do PAIGC a Canquelifá. O Tenente Jamanca seria um dos fuzilados pelo PAIGC em 1975, em Bambadinca, após a independência.

Vista aérea de Bambadinca, onde estava instalado o CIMIL (Companhia de Instrução de Milícias)

CIMIL de Bambadinca:Revista à companhia de instrução de milícias. Na frente o Alf. Dias e atrás o Fur. Gonçalves (ambos da CCAÇ3491)-Setembro de 1973 

Em 4 de Setembro 73, pelas 12H45, uma força inimiga estimada em 15 elementos, flagelou o quartel do Dulombi, com armas ligeiras e RPGs, durante 5 minutos, sem consequências.
Em 18 de Setembro, pelas 22H15, um grupo IN, estimado em 40 elementos, atacou o Reordenamento de Bangacia, com armas ligeiras e RPGs, mas a pronta resposta quer das milícias de Bangacia, quer das milícias de Campata, puseram o IN em fuga, causando-lhe prováveis baixas pelos rastos de sangue encontrados. Foram apreendidas 3 granadas RPG-7 e uma granada defensiva chinesa de cabo de madeira.
Em Setembro chegaram os Pel.Mil. 397 e 398 a Galomaro, que foram colocados, respectivamente, em Bangacia e Samba Cumbera.
Em 21 de Setembro o General Spínola foi substituído pelo General Bettencourt Rodrigues, como cmdt-chefe do CTIG.
Em 24 de Setembro de 73, o PAIGC declarou a independência.
No dia 17 de Outubro, pelas 18H55, grupo IN flagelou o quartel de Dulombi, com armas ligeiras e RPGs, com a duração de 7 minutos e sem consequências, com a base de fogos a 700 m.
Em Outubro, a moral das tropas ficou muito abalada ao saber-se que não obstante acabarmos a nossa comissão em 22 de Outubro 73, só iríamos ser substituídos em Fevereiro ou Março 74. De facto víamos elementos da rendição individual que estavam colocados no Batalhão e que tinham chegado depois de nós, a irem-se embora e nós.....ficávamos!
O General Bettencourt Rodrigues esteve em Galomaro e em Bangacia, mostrando a jornalistas que o acompanhavam o aldeamento exemplar, tendo depois partido para a zona de Madina do Boé para mostrar que a mesma não estava habitada por ninguém. Nesta acção teve a protecção de forças páraquedistas e da FA.


Hélios poisados no Dulombi, enquanto decorria uma operação dos pára-quedistas, em Medina do Boé. Novembro de 1973.

Forças pára-quedistas em Galomaro-1973

O 2º GC regressou a Galomaro em finais de Outubro, depois de ter estado em Piche. Partiu para reforçar o Batalhão de Nova Lamego, o 3º GC.
Em 21 de Dezembro 73, pelas 17H50, um grupo IN estimado em 40 elementos flagelou durante 5 minutos o quartel do Dulombi, com armas ligeiras e RPGs, sem consequências. A rápida reacção ao ataque, com recurso a morteiros 81 mm e morteiros 60 mm, pôs o IN em fuga e pelos rastos de sangue encontrados e indícios de terem sido fabricadas macas, pensa-se que o IN sofreu baixas, até porque a base de fogos se situou perto da orla da mata (300 m).



Alf. L. Dias(Cmdt do 2º GC) e Alf. Parente (Cmdt do 4º GC)-Galomaro-Outubro de 1973 e em baixo novamente Alf. Dias e Alf. Farinha (Cmdt do 3º GC)-Galomaro-Fevereiro-74

Regressou a Galomaro o 3º GC, tendo partido para Nova Lamego o 2º GC.
Em N. Lamego efectuávamos escoltas auto, operações diversas e emboscadas nocturnas. Uma das operações foi a escolta de peças de artilharia para Buruntuma, para a eventualidade de uma invasão por aquela zona e de elementos sapadores para colocação de minas A/C e A/P junto daquela fronteira. As instalações para os praças em N. Lamego eram horríveis, tendo eles escrito numa cruz colocada à entrada, "Os abandonados de Galomaro".
Em Dezembo 73, devido aos ataques a Copá, destacamento do Batalhão de Pirada, foi ordenado que o 2º GC, reforçado por um GC de uma companhia madeirense, fosse para Pirada, para reforçar a sede do Batalhão. Pirada ficava no norte, fazendo fronteira com o Senegal, havendo inclusive uma estrada para aquele país. No local, pudemos ouvir um ataque a Copá e a voz do Alferes que comandava o destacamento a informar que começavam a faltar granadas para as armas pesadas e que ouviam viaturas do IN no outro lado da fronteira. O comandante do Batalhão "Piriquito" BCAÇ8323/73 (recém-chegados à Guiné) pretendia que o nosso GC e o GC dos madeirenses - CCAÇ 3518 (que não tinham Alferes, por ter sido ferido em combate), fossem, no dia seguinte, para Copá. Ora o comandante do 2º GC (Alf. Dias), refutava esta ideia, porque, dizia: as ordens que tinha recebido do Cmdt do CAOP2 referiam-se à defesa de Pirada e que Copá era um destacamento de uma das Companhias Operacionais do Batalhão (Pirada) e por tal facto lhes competiria serem eles a irem em socorro de Copá.
A sorte, foi que o Cmdt do CAOP2 esteve do seu lado e foi de encontro à sua posição, senão a situação teria sido difícil para o Alf. Dias. De facto, nós já tínhamos a nossa dose de Guerra com quase 25 meses de Guiné e os próprios madeirenses diziam que se os mandassem ir, antes queriam ser presos, pois também já tinham 25 meses de Guiné (vieram no mesmo barco), já tinham levado muita "pancada" em Guidage e que os outros se queriam aproveitar de nós. Foi decidido que faríamos a escolta ao GC do Batalhão que iria seguir para Copá, mas regressaríamos a Pirada.
No dia seguinte, iniciámos a viagem, com a picagem a ser efectuada pelos sapadores, com a marcha a ser lenta devido ao tempo que se perdia a levantar minas A/C. A determinada altura as minas eram tantas que o pessoal sapador estava já estafado. Algumas delas surgiam, inclusive, à mostra, sem estarem tapadas por terra e eram demonstrativas da vontade do IN para que ninguém passasse. Foi dada ordem de regressar por parte do comandante do Batalhão, que também seguia na coluna e, nessa manobra, uma das nossas viaturas rebentou uma mina A/P, junto de uma árvore, onde, soube-se depois, tinha estado um dos nossos soldados, que resolveu ali descansar, contra as ordens que tinham sido dadas - teve sorte! Aquela estrada para Copá ameacava ser uma nova estrada para Guidage.Em 14 de Fevereiro de 1974, Copá seria abandonada, depois do pelotão ali colocado ter sido resgatado pelos pára-quedistas, saídos de Bajocunda. O nosso GC passou ainda o natal em Nova Lamego e depois de comido o bacalhau, foram para o mato, entre a meia-noite e as sete horas do dia 25.
A tensão dos últimos dias acumulava-se e numa acção de emboscada nocturna, nos arredores de N. Lamego, por ocasião da visita do Ministro, Baltazar Rebelo de Sousa, dado o GC ter, nquela altura, apenas 15 elementos, o Alf. Dias dividiu o grupo em 3 equipas de 5, um pouco afastadas umas das outras, embora em linha. Acontece que uma das equipas, pela madrugada, entendia que o IN estava perto porque ouvia ruídos de passos e queriam abrir fogo. Foi difícil para o Alf. contê-los, é que era de facto algum animal que fazia aquele ruído e se abrissem fogo....seria o bom e o bonito, com as peças de artilharia e os morteiros pesados de N.Lamego a trabalharem, batendo a zona.

O Burako inacreditável onde estavam instalados os praças da CCAÇ3491, aquando de reforço ao Batalhão de Nova Lamego (actual Gabú) e no qual eles colocaram uma cruz, com os dizeres: “Os abandonados de Galomaro” e a que ninguém do comando teve a coragem de mandar retirar.

O quartel de Nova Lamego (Gabu) que diferença para nós

No dia 5 Janeiro 74, um grupo IN, estimado em 40 elementos e pelas 14H10, flagelou o quartel do Dulombi, com armas ligeiras e lança granadas foguete, durante 7 minutos, sem consequências.
No dia 19 Janeiro 74, o IN voltou a atacar o Dulombi, pelas 14H30, com recurso a armas ligeiras e RPGs, durante 5 minutos, sem consequências (recolhidas 2 granadas de RPG-7).
Neste mesmo mês, o Capitão da CCAÇ 3491 e unidades de apoio e o 2º GC, que voltara de Nova Lamego, regressaram ao Dulombi para preparem as instalações, a recepção e o treino operacional da companhia "piriquita" que nos vinha, finalmente, substituir.

Porta principal de Entrada no Dulombi-Fevereiro de 1974

Matas envolta da Bolanha do Dulombi. Alf. Dias, com o Djubi, Samba Djuma. Fevereiro de 1974

Em 8 Fevereiro 74 (6ª Feira), sob escolta do 2º GC (que os foi buscar a Galomaro), chegaram os "Piras", sendo colocada no Dulombi, como previsto, a 1ª CCAÇ do BCAÇ 4518/73.
Comissão de Boas Vindas aos “piriquitos”, em  Fevereiro de 1974, com uma das viaturas trazendo um canhão montado (que era falso)

Chegada da 1ª CCAÇ/BCAÇ4518, à ponte do Rio Fandauol, que antecedia a entrada no Dulombi, com Alf. L.Dias a liderar a escolta e de RPG2 na mão
Momento de descontracção no Dulombi  entre os “Velhinhos” e os “Piras”, em frente da messe de oficiais e sargentos, podendo ver-se da CCAÇ3491: o Fur. Rodrigues, Alf. Dias, Fur. Fonseca, Fur. Gonçalves, 1º Sarg. Gama e Fur. Nevado

Efectuámos com a companhia dos "Piras" algumas patrulhas de reconhecimento de 36 horas e a Operação "Ora Toma", em 21 de Fevereiro, do tipo nomadização a 48 horas, com 3 GC da 1ªCCAÇ. Foi a nossa última operação, vindo ainda a efectuar em 1 de Março a Acção "Enjeitado", com passagem pela região de Dulombi-Vendu Cantoro-R.Cantoro-Confluência R.Queuel/R.Cantoro-Confluência R.Engali-R.Cantoro-Samba Candé-Mondajane-Dulombi e foi o adeus às matas da zona e da Guiné.
Pensamos que no treino operacional a nossa CCAÇ teve um excelente comportamento, mostrando tudo o que havia para mostrar, efectuando as patrulhas aos pontos mais nevrálgicos, ensinando o uso dos morteiros 81 mm e mostrando os locais para onde estavam apontados e a capacidade de bater determinadas zonas. A única coisa que os "piras" detestavam era quando chegavam de uma patrulha e se punham na parada a tirar bala da câmara, que a "velhice" desaparecesse toda, só voltando quando eles seguiam para os edifícios. É que, como dizia o outro: "O seguro morreu de velho".
Numa demonstração com o morteiro 60mm, o Furriel E. Santo apontou para uma árvore e disse-lhes isto é assim: “olhem para a árvore ali ao fundo”. E não é que acertou mesmo com uma granada na árvore para espanto deles, nosso e do próprio Furriel, que não sabe como é que um disparo , como se diz, a “olhómetro”, foi mesmo bater no raio da árvore.
Deixámos uma ponte razoavelmente bem-feita sobre o R. Fandauol, de forma a evitar a impraticabilidade na passagem da bolanha do rio, um quartel bem arranjado, umas valas impecáveis, uma pista para DO-27, preparada para poder ser utilizada durante a noite, o reordenamento do Dulombi melhorado, as instalações das milícias rearranjadas, a própria picada entre Dulombi-Galomaro, foi sendo melhorada, um bom relacionamento com a população e, passe a imodéstia, julgamos que algum "respeito" do IN (palavras do interrogatório ao guerrilheiro que se entregou).
A nossa zona de intervenção não era das mais difíceis da Guiné, mas era muito trabalhosa pelos muito quilómetros que tivemos de fazer para que o IN notasse a nossa presença e posteriormente pela actividade também exercida em Galomaro. Estávamos sozinhos perante uma imensidão de terreno à nossa frente. A nosso lado ninguém. O nosso quartel estava mesmo no fim da linha, quando chovia com intensidade chegávamos a ficar isolados. Lembrar ainda a intervenção em várias áreas do Leste, no apoio a outros batalhões, em que não havendo a necessidade de palmilhar tantos quilómetros, havia, por outro lado, um outro cuidado nas deslocações e outros perigos, diferentes dos que existiam na nossa zona de origem. Só na zona de intervenção de Dulombi/Galomaro, efectuámos 105 operações, na sua maioria de 36 horas, mas algumas de 48 horas, para além das largas dezenas de emboscadas nocturnas, escoltas, picagens de itinerários e apoio a tabancas desprotegidas.
Enaltecer aqui a actuação dos grupos de milícias e populações em auto defesa que eram uns autênticos heróis, pois não tendo o armamento das nossas companhias, resistiam e perseguiam o IN que os atacava, com grande tenacidade, causando-lhes mais baixas que as CCAÇ operacionais.

Crachat e Guião do Batalhão de Caçadores 4518/73, que nos vieram substituir
Locais como:
Na Área do Dulombi: Galomaro (a 20 km), R. Fandauol (a 800 m), Vendu Cantoro (a 3 km), Vendu Columbai (a 4 km), R. Mondajane (a 4 km), R. Canhaque (a 12 km), Paiai Lemenei (a 18 km), Padada (a 18 km), Paiai Numba (a 20 km), Samba Arabe (a 18 km), Jifim (a 35 km), Quirafo (a 35 km), Rio Corubalo (a 40 km);
Na Área de Galomaro: Cancolim (a 40 km), Saltinho (a 150 km), Campata (a 10 km), Bangacia (a 6 km), Cansamba (a 8 km), Umaro Cossé (a 8 km), Samba Cumbera (a 9 km), Sinchã Bucô (a 10 km), Mali Bula (a 11 km), Pate Gengele (a 13 km), Dulô Gengele (a 18 km), Sangue Cambonga (a 22 km), Cansamange, Ainambé (a 25 km), Cansonco, Sarrancho, Deba (a 18 km), Gengelem, Bafatá (30 km);
Na Área de Bambadinca (a 50 km de Galomaro), Fá Mandinga (a 40 km), Xime (a 80 km), Mato de Cão (a 140 km), Mansambo (a 110 km), Xitole (a 130 Km), Ponta Luís Dias, Mata do Fiofioli, Porto Gole (a 160 km);
Na Área de Nova Lamego (a 80 km de Galomaro), Ocumaunde (a 6 km), Sinchã Alfa (a 12 km), Paunca (a 20 km), Madina Mandinca (a 20 km), Cabuca (a 24 km), Contumboel (a 25 km), Dara (a 25 km), Canjadude (a 28 km);
Na Área de Piche (a 135 km de Galomaro), Capiró (a 8 km), Benfica (a 18 km), Cambora (a 18 km), Camanjabá (a 26 km), Ponte Caium (a 20 km), Anamé (a 30 km), Canquelifá (a 35 km), Buruntuma (a 30 km);
Área de Pirada (a 71 km de Piche);
Área de Bolama e S. João;
Área de Bissau, Nhacra e Cumeré (42 km de Bissau).
São nomes, que ficaram no nosso espírito, porque por todos eles passaram elementos da nossa companhia em acções de patrulha ou em operações. Como diziam os nossos soldados: "Valorosa CCAÇ 3491 que tanto percorreste...!".
O Dulombi sofreu 10 flagelações, todas de curta duração, entre os 5 e os 20 minutos, essencialmente feitas com armas ligeiras, nomeadamente espingardas automáticas, metralhadoras ligeiras e lança granadas foguete (RPG-2 e RPG-7) sem consequências para as NT e, nalgumas delas, com baixas prováveis para o IN, tendo em atenção os vestígios de sangue encontrados e o material abandonado e 2 emboscadas que, sorte nossa, nos correram de feição. Houve outros contactos e ataques a aquartelamentos sofridos por Gr. Comb nossos, mas fora da zona do Dulombi/Galomaro, que correram bem para os Grupos de Combate da nossa companhia, mas com baixas em outras forças que nos acompanhavam ou onde estávamos instalados.

O REGRESSO

Em 8 de Março 74, o 2º GC e as áreas de Apoio da nossa CCAÇ saíram do Dulombi para Galomaro, onde se encontravam os restantes elementos da companhia e no dia 9, com a CCAÇ já completa, partíamos para o Cumeré/Bissau (via estrada Bambadinca-Xime, descendo o Rio Geba numa LDG), onde tínhamos chegado no dia 24 de Dezembro de 1971. Tanto tempo decorrido....e a nossa juventude ali perdida. Por isso quando nos perguntavam o porquê do lema da companhia "É muito....!", nós respondíamos: Temos quase 27 meses e meio de Guiné, e os outros diziam: Porra! É MUITO...!!!
Em 9 de Março a 1ª CCAÇ/BCAÇ 4518/73 assumiu a responsabilidade do sub-sector do Dulombi e o BCAÇ 4518/73 de todo o Sector do nosso Batalhão.

O Adeus ao Dulombi da CCAÇ 3491

A CCAÇ3491 chega ao Xime a fim de embarcar na LDG que os levaria para Bissau

A LDG “Bombarda” da Marinha a preparar-se para atracar no cais do Xime para recolher o BCAÇ3872


Batalhão de regresso a Bissau, descendo o Rio Geba dentro da LDG Bombarda

Tudo ao molho e muita fé em Deus

De facto foi MUITO esforço, muito mato, muito calor (temperaturas por vezes superiores a 50º graus), muitas molhas, muita sede, muitos mosquitos, muitas mosquinhas,muitas moscas, muita cobra, muito lacrau, muito lagarto, muita micose, muitas picadas de abelhas, muitas operações, muitas acções, muitas intervenções, muitas emboscadas nocturnas, muitas rações de combate, muito pó das picadas e das matas queimadas, muitos calos para os picadores, muito isto, muito aquilo. Enfim foi mesmo MUITO!


Batalhão de Caçadores 3872 e Companhias Independentes, em parada no Cumeré

Batalhão de Caçadores 3872 e Companhias Independentes, a marchar perante o Comandante- Chefe do CTIG-Março de 1974

Na parada de despedida realizada no Cumeré, perante o Cmdt-Chefe, foi com orgulho no trabalho, no esforço, por nós realizado que nos levou a não ter, felizmente de gritar presente aos mortos. Este é o nosso melhor louvor. Todos os graduados tinham pensado neste momento 27 meses antes, ou seja como seria importante entregar às famílias todos os nossos camaradas, todos aqueles que tinham vindo connosco para a Guiné. A Missão estava terminada.
Em 28 de Março 74 (5ª Feira), embarcávamos no Porto de Pidjiquiti-Bissau no N/T "Niassa", às 10H30, rumo à metrópole, (juntamente com as companhias independentes: CCAÇ3518 (Gadamael/Guidage); CCAÇ3519 (Barro/Cacheu); CCAÇ 3520(Cacine) - que viriam a desembarcar no Funchal , onde chegámos no dia 2 de Abril às 13h00 (3ª Feira) - e a CART3521 (Piche/Bafata/Safim) que seguiria connosco até à metrópole. Chegámos a Lisboa pela madrugada do dia 4 de Abril de 1974, com desembarque às 10h00, no Cais da Rocha Conde Óbidos. Dado que não estava qualquer autoridade militar para nos receber, como era hábito, o Comandante ordenou o desembarque das tropas sem quaisquer outras formalidazdes. Seguimos em viaturas militares para o antigo RALIS onde, pelas 12h00, nos desfardámos. Uns dias depois dar-se-ia o 25 de Abril que iria terminar com a Guerra Colonial.

Navio Niassa que nos transportaria de regresso à metrópole

Funchal-Ilha da Madeira-Abril de 1974

A serenidade do Rio Tejo (aguardando a nossa chegada)

MORTOS EM CAMPANHA DA C.CAÇ3491:
Ø  Nada a assinalar (grande felicidade e muita sorte).
FERIDOS EM CAMPANHA DA C.CAÇ 3491:
Ø  Fur. Mil. Mário Castanheira - Atirador; Fur. Mil. Espirito Santo - Atirador, 1º Cabo Joaquim F. Coelho - Atirador; 1º Cabo Jose Carlos Rebordões - Atirador, Soldados Avelino Silva, João Fragoso, Adelino Silva, José Rodrigues e José Eduardo Marques, todos Atiradores.
LOUVORES ATRIBUÍDOS A ELEMENTOS DA CCAÇ3491:
Ø  Atribuído pelo Exmo. Cmdt do BART 3873, em 29 Setembro 73: Alf. Mil. Infª Luís Carlos Dias - Atirador - e Fur. Mil. Infª José Luís Ferreira Gonçalves - Atirador;
Ø  Atribuído pelo Exmo. Cmdt do CAOP2, em 22 Outubro 73: Alf. Mil. Infª Luís Carlos Dias -Atirador - e Soldado Joaquim Pedro Silva - Atirador;
Ø  Atribuído pelo Exmo Cmdt BCAÇ 3872, em Novembro 73: Furs Milºs Infª: José Fernando Tavares Baptista, José Luís Ferreira Gonçalves, Eugénio Varela Espírito Santo – Atiradores;
1ºs Cabos: Amílcar Ribeiro Cardia Costa, António Augusto Jesus Melro, Augusto Moreira Veiga, Amadeu Barbosa Costa, António Santos Reis - Atiradores;
1ºs Cabos José Tente Rocha Gomes, Francisco Alves Pires, Mário Silva Borges - Auxiliares Enfermeiros e 1º Cabo José Ribeiro – Corneteiro;
e ainda os Soldados: Manuel Tomaz Barros Dias Pereira, José Rodrigues, Américo Santos Faria, José Augusto Gomes Carvalho e António Carvalho Delgado e Joaquim Ribeiro Carneiro - todos Atiradores.
Ø  Atribuído pelo Exmo. Brigadeiro Cmdt Militar do CTIG, em Dezembro de 73, considerou dado por ele o louvor atribuído ao Alf. Mil. Infª Luís Carlos Dias - Atirador - pelo Cmdt do CAOP2, por  proposta do Cmdt do BCAÇ 3872;
Ø  Atribuído pelo Exmo. Cmdt do BCAÇ4612/72: 1º Sarg. Infª Raul Augusto Rodrigues Alves;
Ø  Atribuído pelo Exmo Cmdt Companhia Terminal/Bissau: 1º Cabo António Manuel Rodrigues - Condutor Auto Rodas;
Ø Todos os elementos da CCAÇ estão incluídos no Louvor atribuído pelo Exmo. General Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné, ao BCAÇ 3872, no seu despacho de 18 de Março de 74, publicado na O.S. nº 15 de 21 de Março de 1974.
Ø  A todos os elementos da companhia foi atribuído pelo Exmo. Brigadeiro Comandante Militar a Medalha Comemorativa das Campanhas das Forças Armadas Portuguesas, com a legenda GUINÉ 71-73 (74).

"Por todos aqueles que nas terras da Guiné perderam a vida e por todos aqueles que, devido a ferimentos recebidos em combate, ou por qualquer outra forma ficaram com marcas para toda a vida, as nossas preces, reconhecimento e o sentido respeito."

O Monumento em Lisboa a todos nós, tendo como fundo a parede com os nomes dos caídos em combate

Iº Encontro/Convívio da CCAÇ3491, Realizado no RI nº2, em Abrantes, 25 anos após a nossa chegada (1999)

NOTA: Elaborado por Ex- Alf. Milº Luís Dias, apoiado em apontamentos da História da CCAÇ3491 e datas do diário do Ex-1º Cabo Aux.Enf. Francisco Pires

A COMPOSIÇÃO DA COMPANHIA DE CAÇADORES 3491
OFICIAIS
Capitão Mil.Artª31426163 -Fernando Jesus Pires, Cmdt Companhia
Alferes Mil. Infª13300470  -Ernesto José Carmo Ribeiro, Op. Esp.,Cmdt 1º Gr. Comb.
Alferes Mil .Infª03127471  -Luís Carlos Antunes Dias, Atirador, Cmdt 2º Gr. Comb.
Alferes Mil  Infª01948969  -Manuel Fernando Eira Farinha dos Santos, Atirador, Cmdt 3º Gr. Comb.
Alferes Mil. Infª11927871  -Manuel Luís Negrão Costa Parente, Atirador, Cmdt 4º Gr. Comb.
(Chegado depois)
Alferes Mil.Infª  04486571 -Manuel Lima Correia Leite -Atirador, Cmdt 1º Gr. Comb.

SARGENTOS
1º Sargento Infª51788811 -Domingos Francisco Botelho Gama - Secretaria da companhia
1º Sargento Infª50579811 -Raul Augusto Rodrigues Alves - Cmdt. Secção
(Chegado depois)
2º Sarg.Infª      46264859 - Manuel Chanca - Cmdt Secção

Furriel Mil.Infª07515870 -Carlos Jesus Nogueira Nevado - Enfermeiro
Furriel Mil.Infª07292671 -António José Baptista Mota Fonseca - Vagomestre
Furriel Mil.Infª16200971 -Idelberto Santos Rodrigues Soares - Transmissões
Furriel Mil.Infª10058071 -Manuel António Lobo Rodrigues - Mecânico Auto Rodas
Furriel Mil.Infª15379271 -José Fernando Tavares Baptista - Atirador, Cmdt Secção (1ºGC)
Furriel Mil.Infª12525371 -Ernesto Fernandes Domingos Reis - Atirador, Cmdt Secção (1ºGC)
Furriel Mil.Infª09803971 -José Luís Baptista Guedes - Atirador, Cmdt Secção (2ºGC)
Furriel Mil.Infª18419971 -José Luís Ferreira Gonçalves - Atirador, Cmdt Secção (2ºGC), o "Tarzan"
Furriel Mil.Infª05793571 -Victor Manuel Sequeira Almeida - Armas Pesadas, Cmdt Secção (1ºGC)
Furriel Mil.Infª07689571 -Mário Figueiredo Rosário Castanheira - Atirador, Cmdt Secção (3ºGC)
Furriel Mil.Infª15344571 -Tomás Américo Martins Rocha - Atirador, Cmdt Secção (3ºGC)
Furriel Mil.Infª16430171 -Américo Nascimento Machado - Atirador, Cmdt Secção (4ºGC), o "Perri"
Furriel Mil.Infª05057171 -Alfredo Carvalho - Atirador, Cmdt Secção (4ºGC)

(Chegados depois)
Furriel Mil.Infª 09085771 -Eugénio Varela Espírito Santo - Atirador, Cmdt Secção (2º GC), o "Pira"
Furriel Mil.Infª 03189771 -Francisco M.M. Jara de Carvalho - Op.Esp., Cmdt Secção (3º GC)
Furriel Mil.Infª 03766771 -António Fernando Carvalho Silveira -Op. Esp., Cmdt Secção (3ºGC)
Furriel Mil.Infª 03433871 -António José Silva Lourenço -Atirador, Cmdt Secção (2º GC)
Furriel Mil.Infª 16146772 -Manuel Gonçalves - Atirador, Comdt Secção (4º GC).

PRAÇAS
1º Cabo 01260071 -Luís Adriano Caseiro Arrepia - Op. Cripto
1º Cabo 04845171 -Joaquim Alberto Dias Areal - Op. Cripto
1º Cabo 02451271 -Mário Silva Borges - Aux. Enfermeiro (3ºGC)
1º Cabo 02994171 -José Tente Rocha Gomes - Aux. Enfermeiro (2ºGC)
1º Cabo 15740871 -Francisco Alves Pires - Aux. Enfermeiro (1ºGC)
1º Cabo 16707871 -Nicolau João Cardoso Martins - Radiotelegrafista, o "Chaves"
1º Cabo 12503270 -Armando Acúrcio Cruz Carneiro -Atirador
1º Cabo 05595471 -José Joaquim Martins da Costa - Atirador
1º Cabo 06711471 -Abílio Fernando Letra da Silva - Atirador
1º Cabo 11833071 -José Almiro Teixeira - Atirador
1º Cabo 11853371 -Amadeu Barbosa Costa - Atirador
1º Cabo 11880971 -Avelino José Matos Martins - Atirador
1º Cabo 11945471 -Augusto Moreira Veiga - Atirador
1º Cabo 12064571 -Amílcar Ribeiro Cardia Costa - Atirador
1º Cabo 12144271 -José Carlos Rebordões - Atirador
1º Cabo 12204771 -Joaquim Ferreira Coelho - Atirador
1º Cabo 12240271 -António Santos Reis - Atirador
1º Cabo 12252371 -Américo Fernando Pinto Beleza - Atirador
1º Cabo 12269271 -António Augusto Jesus Pinto Melro - Atirador
1º Cabo 12412771 -Manuel Dias Costa - Atirador
1º Cabo 12432471 -Mário Martins Ribeiro - Atirador
1º Cabo 12526971 -Bernardo Armando Coelho Oliveira - Atirador
1º Cabo 12596971 -Adelino da Silva - Atirador
1º Cabo 12696171 -Cipriano Monteiro - Atirador
1º Cabo 02783671 -António Lopes Costa - Apont. Morteiro
1º Cabo 06997471 -José Manuel Sousa - Apont. Morteiro
1º Cabo 04775671 -José Rosário Rocha - Apont. Morteiro
1º Cabo 03901371 -Luís Manuel Ferreira - Apont. Metralhadora
1º Cabo 09764671 -António Manuel Rodrigues- Condutor Auto Rodas
1º Cabo 05737671 -José Ribeiro - Corneteiro
1º Cabo 11458671 -Joaquim Costa Silva - Padeiro
1º Cabo 15117971 -José Manuel Cunha Gomes - Cozinheiro
1º Cabo 04432171 -Antero Joaquim Martins Santos - Mecânico Auto Rodas

(Chegados depois)
1º Cabo 05728070 -José Ferreira Gonçalves - Radiotelegrafista,
1º Cabo 08813571 -Manuel Vieira Pedro - Condutor Auto
1º Cabo 10522572 -José Henrique Neves - Mec. Armamento Ligeiro
1º Cabo 10289470 -Casimiro Santos Canelha - Atirador
1º Cabo 19472572 -José Marques Coutinho - Atirador
1º Cabo 16707871 -Nicolau J.C. Martins - Radiotelegrafista

Soldado17316870 -Carlos Alberto Soares Rosa - Amanuense, o "Escrita"
Soldado 02068571 -António José Gonçalves Santos - Mecânico Auto Rodas
Soldado 15801071 -Agostinho Sá Pereira - Condutor Auto Rodas
Soldado 15878471 -Porfírio de Jesus - Condutor Auto Rodas
Soldado 15944371 -Cesário Gonçalves Costa - Condutor Auto Rodas
Soldado 16002671 -Mateus Baptista Silva - Condutor Auto Rodas
Soldado 16090071 -Mário Feijão Almeida - Condutor Auto Rodas
Soldado 16091471 -Alfredo Freire Custódio - Condutor Auto Rodas
Soldado 16152971 -António Avelino Dias Gonçalves - Condutor Auto Rodas
Soldado 16170171 -Manuel Eugénio Leitão Ferreira - Condutor Auto Rodas
Soldado 16217671 -José Mendes Fernandes - Condutor Auto Rodas
Soldado 16239471 -Carlos Henriques Vale - Condutor Auto Rodas
Soldado 16245371-Joaquim José Peixoto Xavier - Condutor Auto Rodas
Soldado 17539071 -José Manuel Alves Notas - Transmissões
Soldado 19170471 -António Manuel Silva Oliveira Vaz - Transmissões
Soldado 12950971 -José Carvalho Santos - Transmissões
Soldado 13874571 -José Silva Gonçalves - Transmissões
Soldado 15914971 -Joaquim Rocha Fernandes - Apont. Morteiro
Soldado 08997970 -José Dias Moura - Atirador
Soldado 12056870 -Fernando Antunes Pires - Atirador
Soldado 12760570 -António Gonçalves Lagoa -Atirador
Soldado 01185571 -Fernando Pereira Lima - Atirador
Soldado 01608071 -Dionísio Silva Bernardes - Atirador
Soldado 02068571 -António Gonçalves Santos - Atirador
Soldado 03582271 -José Fernandes Maurício - Atirador
Soldado 03716871 -Manuel Costa Oliveira - Atirador
Soldado 03829071 -António Silva Vasconcelos - Atirador
Soldado 06143571 -Norberto Pirão Martins - Atirador
Soldado 06695471 -João Deus Almeida - Atirador
Soldado 07362371 -José Silva Aleixo - Atirador
Soldado 07662371 -José Augusto Gomes Carvalho - Atirador
Soldado 07832671 -Bento Cristovão Pinho - Atirador
Soldado 07850271 -António Alberto Salsas - Atirador
Soldado 08513071 -Euclides Santos Machado - Atirador
Soldado 11816771 -Agonia Nunes Benta - Atirador
Soldado 11824971 -Carlos Coelho Ferreira - Atirador, o "Nunca Falha"
Soldado 11836271 -António Fernandes Vieira Magalhães - Atirador
Soldado 11845471 -Manuel Tomaz Barros Dias Pereira - Atirador
Soldado 11873771 -Joaquim Barros Magalhães - Atirador
Soldado 11886571 -Manuel David Teixeira Gouveia - Atirador
Soldado 11893871 -António Sousa Monteiro Barros - Atirador
Soldado 11905371 -Armindo Manuel Conceição Lino - Atirador
Soldado 11917571 -Manuel Barreiro Fernandes - Atirador
Soldado 11941471 -António Manuel Camilo - Atirador
Soldado 11995171 -Manuel Jesus Ribeiro Freitas - Atirador
Soldado 11997571 -Manuel Dias Alves - Atirador
Soldado 12017771 -Luís Alberto Pinho Teixeira - Atirador
Soldado 12036171 -José Carmo Rodrigues - Atirador
Soldado 12084871 -Casimiro da Costa - Atirador
Soldado 12117471 -Manuel Martins - Atirador
Soldado 12137571 -Joaquim José Silva Ferraz - Atirador
Soldado 12139171 -Joaquim Pedro Pereira Silva - Atirador
Soldado 12156571 -Carlos Amaro Lage - Atirador
Soldado 12166971 -Luís Augusto Ferreira Valente - Atirador
Soldado 12221971 -José Pereira Silva - Atirador, o "Grijó"
Soldado 12236171 -José Francisco Queirós Mota - Atirador, o "Dói-me um Dente"
Soldado 12241271 -Antero Pimenta Lopes Carvalho - Atirador
Soldado 12248871 -Joaquim Ribeiro Carneiro - Atirador
Soldado 12266571 -Carlos Alberto Silva Sousa - Atirador
Soldado 12287171 -Avelino José Magalhães Silva - Atirador
Soldado 12320471 -António Carvalho Pinto - Atirador
Soldado 12321371 -Manuel Costa Dias Silva - Atirador
Soldado 12351471 -Abílio Santos Costa - Atirador
Soldado 12365871 -Manuel Augusto Soares Roque - Atirador
Soldado 12366271 -João Martins Ferraz - Atirador
Soldado 12383871 -Vitorino Augusto Estevão Silva - Atirador
Soldado 12407571 -Américo Santos Faria - Atirador
Soldado 12412571 -António Bernardino Morais Soares - Atirador
Soldado 12425871 -Romeu Gonçalves Ponte - Atirador
Soldado 12437071 -José Carlos Lopes Monteiro - Atirador
Soldado 12457471 -Osvaldo José Ceríaco -Atirador
Soldado 12459571 -Norberto Pereira Fernandes - Atirador, o "Charlot"
Soldado 12464771 -Joaquim Ribeiro Silva - Atirador
Soldado 12477871 -Horácio Monteiro Marques - Atirador
Soldado 12478671 -José Carlos Silva Moreira - Atirador
Soldado 12502471 -Manuel Chousal Brandão - Atirador
Soldado 12533971 -Graciano Rendeiro Teixeira -Atirador
Soldado 12533071 -José Silva Cerqueira - Atirador
Soldado 12592971 -Valdemar Videira - Atirador
Soldado 12598671 -Manuel António Pereira Santos - Atirador
Soldado 12614171 -Avelino Marinho Silva - Atirador
Soldado 12685471 -António Pereira Magalhães - Atirador
Soldado 12687371 -José Manuel Silva Amaral - Atirador
Soldado 12711771 -António Carvalho Delgado - Atirador
Soldado 12732571 -Domingos Gonçalves Abreu - Atirador
Soldado 12757671 -Luís Coutada Almeida - Atirador
Soldado 12759871 -Armando Moreira Ferreira - Atirador
Soldado 18725171 -José Luís Gonçalves Fernandes - Atirador
Soldado 17448471 -José Maria Macedo Gonçalves - Atirador
Soldado 08256071 -António Jorge Correira Madureira - Corneteiro, o "Lisboa"
Soldado 08858171 -António Oliveira Neves -Corneteiro
Soldado 10077771 -Manuel Santos Fernandes - Corneteiro
Soldado 10110971 -António Pereira Alves - Corneteiro
Soldado 12020371 -Domingos Alexandre Martins Granadas - Cozinheiro
Soldado 15355071 -Mário Santos Marques - Aux. Cozinheiro

(Chegados depois)
Soldado 09997171 -António Manuel N. Pereira - Condutor Auto Rodas
Soldado 04678370 -Filinto Serafim Pereira Carvalho - Mec. Auto Rodas
Soldado 06216368 -Ilídio J.R. Rocha - Atirador
Soldado 07606268 -João Santos Fragoso - Atirador
Soldado 09287970 -Carlos M. N. Conceição -Atirador
Soldado 10489068 -Guilherme Ribeiro Trindade - Atirador
Soldado 15244571 -Armando Afonso Gama - Atirador
Soldado 15310271 -Baltazar Rodrigues Maciel - Atirador
Soldado 82045368 -Manga Camará - Atirador
Soldado 10120171 -Carlos Silva Ferro - Aux. Cozinheiro
Soldado 08436471 -Fernando Augusto Ribeiro Pereira - Radiotelegrafista
Soldado 08560671 -António Silva Coelho Galrão - Radiotelegrafista
Soldado 19280671 -Amadeu José Guedes Sousa - Atirador
Soldado 19059371 -Manuel Batista Abreu - Atirador
Soldado 82017271 -José Fernandes Delgado – Atirador
Soldado 12362171 -Pedro Silva Custódio - Maqueiro (4º GC)
Soldado 02857171 -Casimiro Ferreira Melo Sousa - Atirador
Soldado 82175869 -Duarte Queta - Atirador
Soldado 17448470 -José Maria Macedo Gonçalves - Atirador
Soldado 14836571 -José E. Rodrigues - Atirador
Soldado 12509270 -Cândido Santos Silva - Atirador
Soldado 16997869 -João Fernandes Campos - Atirador
Soldado 18725171 -José Luís Gonçalves Fernandes - Atirador
Soldado 14057471 -José Venâncio Silva Freitas - Apont. Metralhadora.
Soldado 18993171 -João M. Ambrósio - Cozinheiro
Soldado 06646572 -Fernando António Ladeiras - Condutor Auto Rodas
Soldado 09406471 -Orlando Plaissant Nogueira - Atirador (Ex-Furriel)