sábado, 31 de janeiro de 2009

NOVAS FOTOS DA CCAÇ3491

Buraco de mina A/C, accionada por viatura da CCS, na picada Galomaro-Dulombi - (1/2/1973)
Bajuda com djubi -Dulombi 1972

Bajuda do Dulombi 1972 - Quem se lembra do nome?

Tabancas do Dulombi -1972 (Ao fundo à esquerda um dos torreões de vigia, a cargo da milícia)
E/D: Fur. Fonseca (o nosso vaguemestre), Fur. Batista (com a cara meio tapada), Fur. Gonçalves (só se vê a cara), Fur. Rodrigues (o nosso especialissimo mecânico auto rodas) e em primeiro plano o 1ºSarg. Raul Alves (à porta da messe dos oficiais e sargentos-Dulombi-1972)


À porta dos quartos dos Sargentos/Furriéis-Dulombi 1972: Do lado de fora: E/D; Furs. Atiradores, E.Santo (com a bejeca na boca)e Gonçalves (sentado em cadeira fula), Fur. Mecânico Rodrigues e Fur. Op.Esp, Jara Carvalho (com gato ao colo-infelizmente já falecido).

Sentados E/D: Furs. Carvalho(Atirador), Nevado (Enfermeiro), Reis (Atirador), Rodrigues (Mecânico Auto), Silveira (Op.Esp)e 1º Sarg. Gama
Em pé E/D: Fur. Fonseca(Vaguemestre), Alf. Parente, Alf. Oliveira (Capelão do Batalhão), O impedido da Messe, Fur. Soares (Transmissões), Fur. E.Santo (Atirador), Fur Machado(Atirador) e Alf. Dias (Messe Oficiais e Sargentos do Dulombi-1972) A bordo do Angra de Heroísmo, a caminho da Guiné-Dezembro de 1971
Do lado Esq. da mesa e em 2º plano Fur. Mecânico Auto M. Rodrigues e em 1º plano Fur. Atirador T.Rocha.
Do lado direiro da mesa e ao meio Fur. Enfermeiro Nevado (desconhecem-se os nomes dos outros dois camaradas, que não são da nossa companhia, mas devem pertencer ao nosso Batalhão, ou às companhias independentes que embarcaram no Funchal)


E/D -Fur. M.Rodrigues (Mecânico), Fur. V. Almeida (Armas Pesadas) e Fur. T.Rocha(Atirador)- (A caminho da Guiné -Navio "Angra do Heroísmo" -Dezembro de 1971)
Estas fotos foram-nos gentilmente cedidas pelo camarada Manuel Rodrigues, Ex-Fur. Mecânico Auto, que mantinha as nossas viaturas sempre operacionais.







quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

TESTE À OPERACIONALIDADE DOS "PIRAS"

Edificio do Refeitorio, Cantina e Messes de Oficiais e Sargentos. `A frente o monumento aos mortos dos nossos velhinhos - A CCAÇ 2700. Foto colhida do site da 27$00, com a devida venia.
MAIS “ESTÓRIAS” DO DULOMBI/GALOMARO

TESTAR A OPERACIONALIDADE DOS “PIRAS”

Após a sobreposição, o Capitão da 1ª Companhia do B.CAÇ 4518/73, que vieram substituir no Dulombi a C.CAÇ 3491, falou-me da possibilidade de testar a operacionalidade dos seus homens, através de um pretenso alarme de ataque ao quartel. Depois de falarmos com os graduados de ambas as companhias (na sobreposição no Dulombi, da CCAÇ 3491, só estava o capitão Pires, o meu grupo de combate – o 2º - as secções de apoio e toda a companhia “piriquita”), idealizei o lançamento de uma granada ofensiva para uma vala situada perto do edifício do comando, no único momento em que a maioria das forças se encontrava em posição de não estar armada, ou seja aquando das refeições, em que a companhia dos “piras”, formava em frente ao refeitório.
Foram informados os nossos homens, os comandantes dos pelotões de milícias, que também alertariam a população para o exercício e o dia em que se iria realizar e, claro, os graduados da 1ª Companhia.
No dia marcado, antes da hora indicada, também as sentinelas dos torreões que enquadravam o aquartelamento foram informadas.
A escolha recaiu na formatura do pequeno-almoço, que se realizava pelas 7h30.
Assim, quando eles estavam de caneco na mão e conforme o combinado lancei a granada ofensiva para dentro de uma das valas.
Após a deflagração e para surpresa do capitão dos “piras”, os militares em vez de dispersarem e correrem para as valas, decidiram, quase a uma só voz, entrarem para dentro do refeitório e abrigarem-se debaixo das mesas (!!!!!).
Foi um desespero, porque o que lhes tinha sido incutido era de dispersarem e não de se concentrarem num só local, ainda por cima na zona central do quartel e dentro de um edifício.
O capitão ficou muito irritado e de imediato lhes deu uma reprimenda, sobre a atitude, praticamente colectiva, que tinham assumido.
De facto, não era muito bom que os homens, sob um ataque do IN, se concentrassem num só local ….. mas com o tempo eles iriam de certeza aprender, pensávamos nós e tentávamos animar o capitão “piriquito”.
Correu mal o teste, mas serviu para os graduados dos “piras”, insistirem na melhor forma da companhia reagir, sob as circunstâncias reais de uma flagelação dos guerrilheiros do PAIGC.
Ao que parece, segundo, informação prestada pelo ex-Alf. Milº, Joaquim Tinoco, neste blogue, a companhia cumpriu bem a sua missão, embora sem ter tido qualquer contacto operacional com o IN, durante os “curtos” meses que permaneceram na Guiné – eram, como nos, soldados portugueses, pois claro.

Luís Dias

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

NOVAS FOTOS DAS GENTES DA CCAÇ3491

Malta das Comunicações E/D: Areal (1º Cabo-Op.Cripto), Galrão (Sold-Radiotelegraf.), Fur. Idelberto Soares (Chefe das Comunicações), Pereira (Sold-Radiotelegraf.) e Arrepia (1º Cabo-Op.Cripto). Ficaram a faltar o Martins (Sold.Radiotelegraf.) e o pessoal das Transmissões.(Dulombi-1972)
O Fernando Pereira (Radiotelegraf.) no Posto de Rádio do Dulombi (1972)

O Rocha Gomes (Aux-Enf) e o José Ribeiro, o "Professor" da Escola dos miúdos, com Djubis da Tabanca do Dulombi (1972)

Em pé-E/D:Mário Borges (1º Cabo-Aux-Enf.), Martins, o "Chaves" (Radiotelegraf.), Francisco Pires (1º Cabo-Aux-Enf.)-Dulombi 1972
Em baixo-E/D: Fernando Pereira, o "Tango" (Sold. Radiotelegraf), Rocha Gomes (1ºCabo -Aux-Enf.)
Dia de S. João-Dulombi 1972

Em cima, E/D: Arrepia (Cripto), António (Atirad), Martins (Radiotelegraf.), Pereira (Radiotelegraf.), Fur. Soares (Transmissões), Fur. Jara de Carvalho (Op.Esp.-já falecido).
Em baixo, E/D:Areal (Cripto), Galrão (Radiotelegraf.), Gonçalves (Radiotelegraf.), Gonçalves (Transm.), à frente.
E/D Carlos Rosa, o "Escrita" (com o célebre macaco que arrancou as cabeças aos nosso pintainhos e acabou "fuzilado"), Luís Arrepia (Cripto), Fernando Pereira, o "Tango" (Radiotelegraf.), José Gonçalves (Radiotelegraf.)-Dulombi 1972

Estas fotos foram gentilmente cedidas pelo Fernando Pereira (um dos integrantes do denominado Grupo dos 13) e temos prazer em publicá-las porque nelas estão camaradas que foram importantes para as acções empreendidas pela companhia e pela segurança que nos transmitiam - malta das comunicações (transmissões, criptos e radiotelegrafistas) e pessoal da Enfermagem.












segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O MACACO-CÃO DA GUINÉ

Em virtude de um estudo que se encontra a ser feito sobre o macaco-cão da Guiné foi solicitado aos tertulianos do blogue de Luís Graça & Camaradas da Guiné, um contributo para este tema.
Aqui ficam os contributos do Luís Dias e do Ex-Fur. Mil. Manuel Rodrigues sobre esta espécie.

O que nós comíamos sem saber!

Em Galomaro, havia um único restaurante, que ficava à esquerda, um pouco antes do quartel, na estrada Bambadinca Dulombi, na parte de terra batida.
A CCAÇ3491 fazia o seu normal reabastecimento, em Bambadinca e Bafatá.
Como fazíamos a picada à saída e por vezes à entrada, tínhamos, pelo menos alguns de, no mesmo dia, ir a Bambadinca e Bafatá, e nem sempre havia tempo de comer em Bafatá.
No regresso ao quartel, alguns paravam no dito restaurante de Galomaro, que servia bifanas, acompanhadas de umas bejecas, claro.
Já tinha ouvido falar pelos condutores, geralmente bem informados, que não era carne de vaca, nem de porco, como dizia o dono do restaurante, mas sim de macaco-cão.
Um dia à noite, quando bebia vinho de palma e assistia impressionado, a ver um nativo, já de idade avançada, a comer piri-piri, como comemos tremoços, fui surpreendido, por nativos que mostraram diferentes caveiras.
Segundo os nativos as caveiras mais parecidas com o ser humano na região de Galomaro, eram as do macaco-cão.
As bifanas que o dono do restaurante fazia passarem por carne de porco ou vaca, também eram de macaco-cão. Segundo os nativos, as dos outros macacos era intragável e porcos, poucos havia já que a influência Balanta na região era reduzida.
A etnia Balanta criava porcos, a etnia Fula, predominante na região, provavelmente por influência Árabe, não criava porcos, cuja carne é proibida pelo Corão.
Passei a parar lá só para beber cerveja, já que fora do quartel não havia mais nada onde beber – o calor e por vezes a fome, apertavam sempre muito.

Ex-Furriel mecânico da CCAÇ3491/BCAÇ3872
Portugal, dezoito de Janeiro de 2009
Rodrigues821@gmail.com
Avistamentos de Macaco-Cão na Zona do Dulombi/Galomaro
Caros Editores

Caso queiram remeter esta pequena informação à investigadora Maria Joana Ferreira da Silva, sobre o macaco-cão no Dulombi, disponham.

A CCAÇ 3491, a que eu pertenci, esteve instalada, entre Janeiro de 1972 e Março de 1973, no Dulombi. Entre Março de 1973 e Março de 1974, a maior parte da companhia esteve instalada em Galomaro, embora permanecessem 13 elementos e 2 pelotões de milícias no Dulombi e continuassemos a efectuar acções dentro da sua área (detínhamos a maior zona territorial de intervenção, em termos de companhia). A zona tinha mais a sul os aquartelamentos do Saltinho e mais a norte Cancolim e Canjadude, e situava-se no Leste da Guiné.

Na primeira operação em conjunto com a companhia que fomos substituir - a CCAÇ 2700 - (1 de Fevereiro de 1972) e ao fim da tarde tomei pela primeira vez contacto com os babuínos e, pela forma peculiar com que se expressavam - latiam como cães - ficámos convencidos de que se tratava de cães do IN, pois ali era terra de ninguém e só nós ou os guerrilheiros por ali poderiam andar. É claro que a velhice e os milícias colocaram um riso malandro, fazendo crer, primeiramente, que eram os cães do PAIGC e só depois nos acalmando, dizendo que era um bando de macaco-cão.

Durante as operações que efectuámos na zona do Dulombi, entre esta população e o Rio Corubalo, vimos muitas vezes bandos destes macacos, também chegámos a observá-los na picada (estrada) entre Dulombi e Galomaro. Quando estávamos instalados durante algum tempo atreviam-se a aproximarem-se, embora com cautelas. Havia sempre uns indivíduos maiores que ocupavam posições mais elevadas, como um morro de baga baga ou uma árvore, parecendo ficar de vigia. Faziam por vezes um barulho ensurcedor, mas na maior parte do tempo pareciam estar sempre na brincadeira. Pareciam grupos grandes, de 40/50 indivíduos.

Quando a população do Dulombi plantava a mancarra, deixavam sempre alguém a tomar conta da plantação, seja para afastar os babuinos, seja para os dissuadir através de tiros de mauser. Não temos conhecimento de qualquer ataque deste tipo de macacos, seja à tropa, seja à população, embora sejam aguerridos. Numa da vezes em que estávamos instalados para efectuar um descanso, um bando de babuínos surgiu e como estavam a fazer um barulho muito intenso, os meus soldados fizeram uma aposta comigo em como não era capaz de atingir um dos mais barulhentos que víamos a mexer por entre as árvores, a uma distância de perto de 80/100 m. Como tinha a mania que tinha boa pontaria e perícia, pensei: vou apenas pregar um susto ao bicho. Rodei o diópter do aparelho de pontaria da G3 para a alça de 300 m e apontei ao lado do macaco e disparei. Para minha surpresa, o animal caiu da árvore, chegando ao chão morto. Tinha-lhe acertado em cheio, apontei ao lado, mas houve qualquer desvio e o tiro foi fatal. Foi uma burrice....uma traquinice pouco ecológica e respeitadora de outros seres vivos. Raio de aposta!

Contava-se "estórias" de que os Fulas comiam macaco e que mesmo esse petisco havia sido provado por militares nossos, mas não sei se é verdade. No quartel não haviam babuínos em cativeiro, unicamente um macaco mais pequeno que pertencia ao escriturário da companhia (espécie macaco verde), mas que foi "fuzilado" por mim quando o apanhei a arrancar a cabeça dos nossos pintainhos, que criávamos para nos alimentar posteriormente.

Não era conhecida a expressão “cabrito pé de rocha”, como sendo o nome atribuído ao macaco-cão, quando era cozinhado.

Um abraço

Luís Dias

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

AS DUAS FACES DA GUERRA


Camaradas

Hoje (Quarta-feira, dia 15/JAN/2009) e amanhã (Quinta-feira, dia 16/JAN/2009), na RTP 1, pelas 21H30, um Filme -Documentário sobre a Guerra Colonial na Guiné, da autoria de Diana Andringa (portuguesa) e Flora Gomes (guineense), a NÃO PERDER.
Para que as memórias dos combatentes, de um lado e do outro, não se percam. Para que possamos recordar um tempo importante da nossa juventude e da nossa presença nas terras quentes do Corubalo.
Foto obtida, com a devida vénia, do bloguenovesforanadaevaotres.blogspot.com